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24/07/2022 às 13h00min - Atualizada em 24/07/2022 às 13h00min

Uberlândia apresenta saldo positivo de 34,4 mil micronegócios

Em dois anos e meio, Sebrae registrou abertura de 51,5 mil microempresas e MEIs, contra 17 mil encerramentos

IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Loanda Silva Soares abriu um buffet em 2020 e já tem mais de 10 funcionários na equipe I Foto: ARQUIVO PESSOAL
Uberlândia registrou saldo positivo no índice de empreendedorismo nos últimos dois anos e meio. De acordo com dados divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 51,5 mil novos negócios, entre microempresas, empresas de pequeno porte e microempreendedores individuais, foram abertos na cidade. Desse total, 17 mil encerram as atividades e 34,4 mil seguem em funcionamento. O balanço considerou o período entre 2020 até maio deste ano.
 
Segundo o levantamento do Sebrae, 2022 foi ano que apresentou os melhores índices, se analisado somente o primeiro semestre. Entre janeiro e junho, Uberlândia teve 11.454 empresas abertas e 2.354 fechadas, um superávit de 9.100 empreendimentos mantidos durante o período.
 
Apesar de ter sido o período com maior fechamento de negócios, com 3.875, o primeiro semestre de 2021 também teve geração positiva de novas empresas na cidade. Foram 11.196 inaugurados, com saldo de 7.321. Já em 2020, a diferença foi de 5.455, com 8.530 aberturas e 3.075 encerramentos.
 
Já na comparação anual, 2021 teve saldo positivo de 12.787 novos empregos, sendo que 21.290 empresas foram abertas e 8.503 fechadas. O resultado obtido foi melhor em relação a 2020, ano em que foram contabilizadas 12.559 novos negócios (18.772 aberturas e 6.213 encerramentos).
 
Na visão do consultor de finanças do Sebrae, Alexandre Tronconi, a melhora dos índices semestrais em dois anos consecutivos representa a retomada econômica de Uberlândia, fruto do avanço do controle da pandemia de covid-19. Em conversa com a reportagem, o especialista afirmou que desempenho já era esperado pela entidade.
 
“O número do primeiro semestre de 2022 é muito interessante. É um número que mostra o reaquecimento da economia, com cada vez mais pessoas entrando no mercado. Esse crescimento já era esperado não apenas pelo maior controle da pandemia, mas também pela necessidade das pessoas. Muitas delas não conseguiram recolocação no mercado e isso acabou aumentando a procura pela abertura do próprio negócio”, disse.
 
Alexandre explica que o número de pessoas que optam pela abertura do Microempreendedor Individual (MEI) ainda é o mais comum. Em 2022, das 11.454 empresas abertas, 9.004 optaram pela modalidade, enquanto 323 foram estabelecimentos de pequeno porte e 2.127 escolheram a microempresa.
 
“O MEI é uma modalidade bastante simplificada para a abertura de empresas. Tem um custo praticamente zero, facilidade no processo. A pessoa que faz a abertura do processo já tem a empresa aberta no mesmo dia. Aqui no Sebrae, damos todo o apoio para que as pessoas façam a abertura de empresas”, explicou o consultor de finanças.
 
Ainda de acordo com Tronconi, a expectativa é que o saldo positivo de novos negócios no município em 2022 supere o dos anos anteriores. A três meses do período eleitoral, o especialista espera tranquilidade e estabilidade econômica em todo o país, o que pode contribuir para a geração de mais oportunidades no mercado.
 
“As pessoas que quiserem abrir um negócio precisam ficar atentas e realizarem um bom planejamento, fazer pesquisa de mercado e entender a área que ele vai exercer. Tudo isso minimiza problemas futuros no negócio e no fechamento. Não adianta abrir uma empresa sem planejamento e fechar daqui três meses”, orientou o consultor do Sebrae.
 
CRESCIMENTO PROFISSIONAL
A empresária Loanda Silva Soares é um exemplo de quem encontrou espaço para empreender, mesmo com a pandemia. A empresária abriu um buffet em Uberlândia em 2020. Natural de Cuiabá (MT), ela se formou em gastronomia e conta que a trajetória de cozinheira até se firmar no mercado não foi fácil, tendo que passar por três cidades diferentes até conseguir o crescimento profissional que sempre sonhou.


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Em entrevista ao Diário, Loanda contou que cresceu em uma família de empreendedores. O pai era corretor de imóveis e a mãe sempre trabalhou como cozinheira em um restaurante. A paixão pela área foi tanta que, aos 19 anos, a empresária abriu um restaurante na capital mato-grossense, mas acabou desistindo do negócio após o falecimento da mãe.
 
A cuiabana conta que se mudou para Ituiutaba e chegou a trabalhar em casa de família, como cozinheira particular, atuou em alguns buffets e desempenhou até mesmo serviços em outras áreas. Certo dia, ela decidiu abrir o próprio negócio quando se mudou para Uberlândia, uma das melhores decisões que tomou, segunda ela.
 
“Eu comecei a trabalhar com buffet em festas informalmente. No começo não conhecia muitos lugares e fornecedores em Uberlândia, mas eu persisti. Comecei a ter muita cobrança de clientes por notas fiscais e recibos, e em 2020 abri o meu MEI. A pandemia veio, foi difícil, mas a movimentação voltou e hoje tenho uma carteira enorme de clientes, com a minha equipe com mais de 10 funcionários”, relatou Loanda.
 
RECOLOCAÇÃO NO MERCADO
Lindianara de Paula, de 26 anos, também decidiu empreender após uma demissão frustrante no último ano. Após deixar uma empresa de telemarketing, a uberlandense trabalhou como motorista de aplicativo durante quatro meses para pagar as contas e viu no ramo da estética uma maneira de mudar de vida.


 
Ela conta que fez um curso de design de sobrancelhas e começou a atender algumas clientes em casa. O negócio cresceu tanto que, no ano passado, ela decidiu se tornar microempreendedora individual e hoje oferece uma série de serviços na área de beleza, com extensão de cílios, corte de cabelo e outros.
 
“Eu aluguei um cômodo no bairro Laranjeiras e consegui parcerias. Foi uma decisão muito boa na minha vida, porque eu já tinha na cabeça a ideia de abrir um negócio, mas não estava nos meus planos ainda. No começo, foi muito difícil e hoje o meu negócio tem crescido muito”, contou.

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