10/07/2022 às 13h00min - Atualizada em 10/07/2022 às 13h00min
Em cinco meses, Uberlândia registra 1,5 mil casos de violência doméstica e quatro tentativas de feminicídio
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) já atendeu mais de 1 mil mulheres neste ano
SÍLVIO AZEVEDO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), de janeiro a maio deste ano, Uberlândia registrou 1,5 mil casos de violência doméstica. No mesmo período, foram contabilizados quatro ocorrências de tentativa de feminicídio na cidade.
Segundo a delegada, Lia Valechi, neste ano já foram realizados 1.097 atendimentos a mulheres vítimas de violência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), em Uberlândia. A maioria dos acolhimentos estão relacionados a ameaças e agressões.
“A demanda da delegacia sempre foi alta, desde que estou como titular, e como posso observar, percebo que há uma constante procura pelos serviços de denúncia e proteção à mulher”.
Lia ressalta sobre a importância da denúncia em casos de violência doméstica ou qualquer outro crime contra a mulher. Além disso, a delegada acredita que o apoio à vítima é muito importante para que ela consiga lidar com a situação e se distanciar do agressor.
“Muitas vezes, após a denúncia, a mulher volta atrás e busca retirar as medidas protetivas. A mulher aciona a Polícia Militar, é feita a prisão em flagrante do acusado, e ela chega a informar que sofria ameaças e ofensas. Mas, depois, ela nos procura para retirar a acusação, dizendo que foi ela quem iniciou a agressão e que o homem é o pai dos filhos”, explicou.
SALVE MARIA
Uma das ferramentas para coibir e denunciar a violência contra mulheres é o aplicativo Salve Maria, disponibilizado pela Prefeitura de Uberlândia nas plataformas IOS e Android. O serviço facilita e simplifica o processo de denúncia de violência doméstica junto à polícia.
Segundo dados da Prefeitura, de março de 2019 a 31 de dezembro de 2021, foram mais de 550 acionamentos do “Botão do Pânico” e quase 850 denúncias registradas.
O app oferece dois serviços. O primeiro é o “Botão do Pânico” que emite um “chamado de localização”, ou seja, ele compartilha a localização em tempo real. Em ocorrências de extrema urgência, basta que a denunciante o utilize para acionar imediatamente a presença dos policiais militares. O segundo é o botão “Denúncia”, onde a pessoa encontra um pequeno questionário com perguntas que especificam o tipo de violência, se a denúncia será anônima, dados da vítima e agressor, entre outras. A vítima ou o denunciante ainda tem a possibilidade de anexar fotos ou vídeos antes de enviar.
“O Botão de Pânico só deve ser acionado em situação de flagrante. Por muito tempo as mulheres acionaram depois do flagrante. Tem que usar com mais assertividade, se não a gente acaba tirando a importância do aplicativo. É um mecanismo excelente, mas se usado com responsabilidade”, explicou a delegada.
A tecnologia implementada no Salve Maria já foi cedida para Patos de Minas, em 2020, e outros municípios como São Luís (MA), Búzios (RJ), Rio das Ostras (RJ), Ribeirão Pires (SP), Araxá (MG) e Aquidauana (MS) estão interessadas na iniciativa.
OUTROS CANAIS PARA DENÚNCIA:
- Polícia Militar Minas Gerais no 190
- Delegacia Virtual do Estado no site www.delegaciavirtual.sids.mg.gov.br
- Delegacia Especializada de Atendimento às Mulheres (DEAM): 34 3210-8304;
- Defensoria Pública da Mulher: 34 235-0799, 34 3231- 3756, 31 98431-9580
- Centro Integrado da Mulher – CIM: 3231-3756;
- PPVD – Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica: 34 99968-5878 / 34 99639-6932;
- Núcleo de Atenção Integral à Violência Sexual (NUAVIDAS): 34 3218-2157
- Ministério Público: 34 3255-0050
- Defensoria Pública do Estado de MG : (31) 98307-5679 / (34)99776-6109 / (34)3235-0799. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram
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