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25/06/2022 às 13h00min - Atualizada em 25/06/2022 às 13h00min

Corpo de Bombeiros registra mais de 200 queimadas nos primeiros cinco meses do ano em Uberlândia

Corporação faz alerta para alto risco de incêndios durante período seco; Parque do Pau Furado se prepara para combater possíveis focos nas áreas de preservação

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Parque do Pau Furado, entre Uberlândia e Araguari, é um dos locais atingidos por incêndios todos os anos | Foto: Arquivo Diáro
Com o início do inverno, o tempo seco se torna uma grande preocupação para o Corpo de Bombeiros, já que as queimadas em lotes vagos e áreas florestais acontecem com mais frequência. Segundo dados do 5º Batalhão de Bombeiros Militares, entre janeiro e maio deste ano já foram registrados 217 focos de incêndio em vegetação em Uberlândia. 

Conforme explicou o sargento Dhiego Costa, a maioria dos incêndios são causados pelos humanos. Muitas pessoas utilizam do fogo para limpar terrenos baldios, mas o ato pode se tornar perigoso em razão da baixa umidade do ar.

“A grande maioria dos incêndios são causados pela ação do homem. No período de seca, com vento e baixa umidade relativa do ar, pequenas fagulhas podem provocar um grande incêndio”, disse Costa.

O militar reforça que é proibida a utilização de fogo para limpeza de vegetação. Apenas em alguns casos, com autorização do Instituto Estadual de Florestas (IEF), são permitidas queimas controladas.

“Independentemente da situação, é importante que essas propriedades possuam aceiros, que são faixas em que a vegetação foi retirada para impedir que o fogo de queimadas e incêndios se propague. Os aceiros podem ser feitos para preservar uma área, como plantações, residências, estradas, áreas de preservação, entre outras, antes de um incêndio ou para evitar que ele se alastre quando já tiver começado”.

O sargento ainda lembra que, além do fogo, a fumaça prejudica a qualidade do ar nas áreas de ocorrência de queimadas. “Além do dano ambiental e risco ao patrimônio das pessoas, os incêndios contribuem exponencialmente para superlotação das unidades de saúde por crianças, adultos e idosos portadores de problemas respiratórios, como bronquite, asma, entre outros. Esses problemas são agravados pela exposição à fumaça dispersa no ar e pelos baixos índices de umidade relativa do ar”, finalizou.

Em caso de queimadas ou flagrantes, a população pode entrar em contato com o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

PAU FURADO
Em 2021, a cidade registrou a maior quantidade de incêndios em sete anos, chegando a 1.574 focos de queimadas. Um dos locais atingidos foi o Parque Estadual Pau Furado, localizado em Uberlândia e Araguari. 

“No ano passado, os incêndios ocorreram, em sua maioria, na zona de amortecimento do parque. Dentro do parque, a área afetada foi muito pequena em relação ao último grande incêndio que nós tivemos que foi em 2019, que pegou grande parte da área, em diversos pontos da unidade da Gleba de Uberlândia, inclusive comprometendo as estruturas da Sede Administrativa do Parque”, explicou a gerente do Parque Estadual Pau Furado, Maricéia Pádua. 

Em virtude dos danos causados nos últimos anos, a equipe do parque se preparou para evitar que a situação fuja do controle neste ano. Entre as ações está o treinamento e capacitação da equipe de brigadistas e moradores do entorno do parque, tanto em Uberlândia quanto em Araguari, e outras atividades rotineiras e de manutenção de áreas com aceiros.

“A gente já está com empresas fazendo os aceiros nas áreas que estão sendo recuperadas, que foram queimados no ano de 2019. Boa parte das estradas que dão acesso a diversas áreas do parque já está com a manutenção feita, que também serve como uma barreira em caso de incêndio. Estamos com uma equipe de seis brigadistas contratados pelo IEF que vai ficar quatro meses trabalhando nessas atividades de prevenção, que são as rondas diárias, em determinados pontos da unidade”, explicou Maricéia.

Além das ações cotidianas, o Parque do Pau Furado tem projetos com instituições, como a Alexa e a Angá, onde são feitas ações para orientação da prevenção e combate a incêndios florestais, além de outras ações com a comunidade. 

“As blitz educativas se iniciaram na Semana do Meio Ambiente e vão acontecer ao longo de todo o período crítico. No próximo domingo (26), a gente tem uma blitz educativa na Tenda do Moreno, que vai se iniciar às 10h e vai até ao meio-dia. Então até o final do período crítico a gente terá esse calendário de blitz, com a Polícia de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, com a Ecovias do Cerrado, com a Angá e o Instituto Alexa”, explicou Maricéia. 

A gerente do parque ainda alertou que, em casos de necessidade de os proprietários rurais do entorno realizarem queimas, que seja informada ao IEF, que fará a análise técnica e a marcação de dia e área, para que a situação não saia do controle e vire um incêndio florestal.

“Em geral, ela é acompanhada por um brigadista habilitado ou pelo Corpo de Bombeiros ou mesmo pelo técnico do IEF que fez autorização. Então é muito importante que as pessoas saibam que, havendo necessidade de se fazer queima no período crítico, que seja solicitada ao órgão ambiental competente”.



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