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18/06/2022 às 13h00min - Atualizada em 18/06/2022 às 13h00min

COVID: Uberlândia registra média de 308 casos por dia em junho

Pneumologista reforça que consciência social pode ajudar a diminuir números de novos infectados

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Município contabiliza quase 5 mil notificações positivas em 17 dias | Foto: Agência Brasil
Uberlândia tem registrado um crescimento considerável no número de casos de covid-19. Enquanto, em abril, a média diária era de quase 22 novos contágios (655 no total), em junho, nos primeiros 17 dias, já são 4.924 notificações positivas, o que representa uma média de 308 novos casos por dia (alta de 1.300%). O número de óbitos também tem crescido nos últimos meses. Enquanto em abril foram apenas três mortes, maio registrou 15 vítimas e junho já tem 16.

O alto índice de novos casos no mês de maio fez com que a Prefeitura de Uberlândia recomendasse a retomada de hábitos e medidas de biossegurança, como o uso de máscaras em ambientes fechados e por pessoas com sintomas respiratórios, assim como a higienização das mãos, a prática do distanciamento social quando possível e a busca pela conclusão do esquema vacinal contra o coronavírus, sobretudo, em idosos e crianças.

Segundo o pneumologista e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Thúlio Marquez Cunha, alguns fatores que causam esse crescimento estão ligados, diretamente, com o inverno. “Temperatura mais fria predispõe a uma infecção viral. Segundo que a umidade do ar menor diminui a defesa do organismo, com relação à infecção viral. E terceiro é a consequência do frio em si, você fecha o ambiente, aglomera. São mecanismos que todo ano faz aumentar os casos de infecção viral. Como tem a covid, que é um vírus que se infecta facilmente”, disse.

Mesmo com o aumento, o especialista reafirma que o número de casos graves é, relativamente, pequeno. “A maioria é de casos leves, que a gente maneja no consultório, no ambulatório. O número de internações é relativamente pequeno. Isso se deve, principalmente às vacinas. Por isso é importante ressaltar a importância de manter a vacinação em dia”.

Em relação ao crescimento do número de óbitos, o médico relaciona o aumento ao número de casos. “Quanto mais casos se tem, maior a chance de ser grave e maior a mortalidade. Não necessariamente essas mortes serão por covid. Quem são os pacientes internados? Normalmente os extremos de idade, muito idosos, muitas doenças, ou os pacientes que não vacinaram”, explicou. 

Em nota técnica divulgada no final de maio, a Prefeitura informou que o aumento coincide com a chegada da subvariante BA-2 da Ômicron no Brasil. O especialista ouvido pelo Diário diz que a subvariante é mais transmissível, porém, não quer dizer que seja mais grave.

“É basicamente a Ômicron com algumas modificações. A principal característica dela é ter uma maior infectividade. Tem mais de 30 mutações na proteína Spike, que é a proteína que faz o vírus entrar na célula. Ela é mais transmissível. Não necessariamente mais grave”, informou.

O avanço da vacinação também é um dos fatores que ajudam na diminuição da gravidade dos casos, mas, mesmo assim, segundo o médico Thulio Marquez Cunha, as pessoas devem ter consciência social dos cuidados a serem tomados para evitar um novo crescimento de infectados.

“Estamos vivendo um momento tranquilo porque mais de 80% da população vacinou. E o que está fazendo a diferença. São boas notícias, sinais que estejamos chegando no fim desse quadro dramático que foi no início. Mas, temos que tomar cuidado porque sempre que damos uma notícia boa, há o relaxamento. Tem que ter uma responsabilidade social em termos de comportamento”.

O médico afirma que, a qualquer sinal de infecção viral, deve-se realizar o teste para confirmar, ou não, o contágio por covid.19.  “Quem tiver o menor sinal de infecção viral, mesmo que leve, tem que considerar também a covid. É muito comum as pessoas acharem que é, por exemplo, uma rinite, não é nada não. E isso já derrubou muitas famílias. A qualquer sinal, tem que testar para saber o que é para determinar quanto tempo tem que ficar isolado, para não contaminar outras pessoas”.

NÚMERO DE CASOS EM 2022:
Janeiro: 47.713 
Fevereiro: 18.568 
Março: 4.097 
Abril: 655 
Maio: 5.163 
Junho (até dia 17): 5.239 

NÚMERO DE ÓBITOS EM 2022:
Janeiro: 46
Fevereiro: 78
Março: 23
Abril: 3
Maio: 15
Junho (até dia 17): 16


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