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12/06/2022 às 13h00min - Atualizada em 12/06/2022 às 13h00min

Venda de carros 0 km em Uberlândia registra alta de 44% em maio

Mais de mil veículos novos foram comercializados por concessionárias da cidade

IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Falta de componentes afetou volume de vendas durante a pandemia I Foto: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Um levantamento do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv/MG) aponta que a venda de carros novos cresceu 44% em maio na cidade de Uberlândia. Os dados do órgão são comparativos ao mesmo período de 2020, revelando a retomada do setor que foi impactado durante a pandemia da covid-19.
 
Segundo o diretor da Nissan Kamel Car em Uberlândia, Rodrigo de Freitas, o fornecimento de componentes de veículos afetou diretamente o volume de vendas nos últimos dois anos. Em conversa com a reportagem, ele cita que a demanda por carros zero quilômetro existe desde antes do momento pandêmico, mas a concretização dos negócios não aconteceu da forma esperada.
 
“Antes da pandemia nós tínhamos uma demanda reprimida e existiu um certo temor do mercado com relação ao futuro, então houve uma retração natural. Durante a pandemia, houve a questão de um componente elétrico que estava em falta nas montadoras. Esses componentes eram voltados para a multimídia, então tivemos dificuldades para entregar o produto final, isso inibiu muito o fornecimento de veículos para as concessionárias”, disse.
 
Conforme divulgado pelo Sincodiv, maio de 2020 foi o mês com o pior índice de vendas de carros novos em Uberlândia nos últimos três anos, com 737 comercializações. No mesmo período de 2021, o número de emplacamentos aumentou em aproximadamente 45%, saltando para 1.071. Já no mês passado, a taxa de veículos 0 Km vendidos na cidade foi de 1.066.
 
Os números em Minas Gerais são ainda mais expressivos. Em maio de 2020, o estado teve 16.913 vendas de carros novos contra 55.174 no mesmo mês de 2021. Neste ano, foram 58.076 negócios concretizados, um crescimento de 231%.
 
Apesar de uma retomada ainda tímida no setor, o diretor da loja de veículos ouvido pelo Diário espera um crescimento entre 15% e 20% na procura até o fim do ano. Segundo ele, o maior controle da pandemia gerou uma alta inesperada na demanda dentro da concessionária, fazendo com que alguns veículos tenham um prazo de entrega de até 180 dias. Desde o início de 2022, o volume de vendas já subiu 50%.
 
“Nós não estamos conseguindo atender a demanda, houve um aumento muito brusco da demanda. Estamos vivenciando uma indisponibilidade de alguns produtos, até pelo ritmo das montadoras. Hoje, estamos começando a regularizar a situação. Se não fosse a pandemia, acho que poderíamos ter vendido até mais veículos”, explicou o diretor.
 
Na visão de Rodrigo de Freitas, o comportamento do cliente tem alterado as formas de consumo, e o setor automotivo não é diferente. De acordo com o diretor, a maior demanda na concessionária é pelos Veículos Utilitários Esportivos (SUVs).
 
“Estamos muito motivados e estamos apostando nos lançamentos de novos modelos. Estamos animados porque enxergamos uma normalidade tanto na entrega do veículo quanto pela oferta de produtos nas montadoras. A gente espera essa normalização do mercado, que deve acrescer esse volume de vendas não só na Nissan, mas em diversas outras concessionárias também”, afirmou.
 
CRESCIMENTO PONDERADO
O diretor da Saga Volkswagen, Lucas Roberto Matias Medeiros, também contou que o número de vendas na concessionária cresceu 20% no mês passado. Em conversa com a reportagem, ele afirmou que também teve os negócios impactados pela falta de componentes no mercado global.
 
“As vendas caíram muito durante a pandemia, não só pelas lojas estarem fechadas, mas também pela falta de produtos. Com o fechamento das fábricas, faltaram muitos componentes, especialmente o microchip, e isso limitou a quantidade de veículos ofertados. Se o fornecimento estivesse normal, acho que as vendas seriam estáveis. Ainda estamos longe do patamar de vendas que já atingimos, mas estamos no caminho”, explicou.
 
Ainda segundo Medeiros, a inflação e a alta taxa de juros também prejudicaram o setor nos últimos dois anos. Apesar disso, o diretor está otimista para o restante do ano e acredita que o mercado automotivo vai se estabilizar nos próximos meses, impulsionado por estímulos e incentivos de concessionárias para estimular o mercado.
 
“Temos tido uma melhora nas vendas, uma aceitação melhor principalmente com picapes e SUVs. Não acredito em um crescimento expressivo para os próximos meses, porque os juros estão altos e temos previsão da taxa Selic atingir 14%, e isso prejudica o nosso segmento, mas acreditamos num crescimento ponderado”, disse Lucas.


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