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22/05/2022 às 15h00min - Atualizada em 22/05/2022 às 15h00min

Interesse pelo mercado financeiro e procura por investimentos cresce entre a população de Uberlândia, aponta corretoras

Fugindo da poupança, investidores têm aplicado capital em renda fixa, ações e criptomoedas

IGOR MARTINS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Assessores de investimentos falam sobre aplicação de capital em produtos diversificados | Foto: Pixabay
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) aponta que um terço dos brasileiros realizaram algum tipo de investimento em 2021. De acordo com empresas especializadas na área em Uberlândia, o índice confirma o aumento do interesse da população uberlandense pelo mercado financeiro, que oferece diversas possibilidades visando a rentabilidade monetária.

Assessor de investimentos da “A. Players”, João Pedro Carvalho, afirmou que atualmente há muitas maneiras para começar a investir. Ele contou que com o aumento da Selic neste ano, várias pessoas começaram a abandonar a tradicional poupança e foram para outras áreas de aplicação.

Carvalho disse ainda que os caminhos mais procurados na empresa são os fundos de investimento, ações, fundos imobiliários, contratos futuros, previdência e a renda fixa, através do Tesouro Direto, Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e as debêntures.

“Com o período de alta na taxa de juros o pessoal busca investimentos mais diversificados, fugindo um pouco da poupança. Nós percebemos um aumento muito grande nos últimos dois anos, com as pessoas querendo uma rentabilidade maior. Com o acesso à informação, as pessoas acabam chegando no mercado de capitais de maneira mais fácil”, disse.

Ainda de acordo com João Pedro Carvalho, o investimento mais procurado na A. Players é o de renda fixa. Segundo ele, por ter uma renda pré-estipulada, o investidor evita dores de cabeça por não precisar se preocupar com variações do mercado no dia a dia, algo que acontece com as ações, por exemplo.

“Existem vários segmentos no mercado de investimentos. Você pode investir em ações, em fundos imobiliários e até mesmo no mercado futuro, mas a renda fixa é o carro-chefe da empresa. Como as pessoas estão saindo da poupança, esse tipo de investimento é mais seguro, e as pessoas acabam optando por ele”, explicou Carvalho.

Na visão do especialista, o investidor tem também a possibilidade de realizar aplicações em criptomoedas, ainda que seja um mercado com grandes variações, o que requer maior conhecimento e atenção diariamente. Segundo João Pedro Carvalho, o perfil de clientes que optam por esse tipo de negócio é de pessoas mais jovens.

Por fim, Carvalho afirmou que o mercado financeiro oferece possibilidades rentáveis e que há diversos cursos voltados para a área. “É importante buscar conhecimento em primeiro lugar. Se você não sabe o que é uma ação ou uma debênture, compre um livro ou um curso e foque no aprendizado. Entendendo os riscos e o que pode acontecer, você vai estar muito mais preparado para iniciar a jornada como investidor”, detalhou.

PERFIL DO INVESTIDOR
De acordo com Leonardo Martins, assessor de investimentos na Blue3, a democratização do mercado financeiro permitiu que um número ainda maior de investidores, das mais variadas classes econômicas, pudessem direcionar seus investimentos em diferentes tipos de negócios. Ele explicou que o brasileiro tem passado por uma mudança de comportamento nos últimos anos, percebendo o baixo retorno da caderneta de poupança.

“Com essa percepção e a alta da inflação, os investidores começaram a traçar o objetivo de ganhar acima da inflação, que é o necessário para termos ganho real. Nós temos observado um interesse maior do consumidor em conhecer novas estratégias de oferecer resultados melhores do que a inflação”, disse.

Segundo Martins, é importante que a pessoa faça um teste para descobrir qual é o seu perfil de investidor. Para pessoas mais conservadoras, a renda fixa é a melhor opção, mas Leonardo explica que muitos investidores buscam maiores riscos durante a aplicação de capital, o que pode gerar também maiores retornos. “Existem ainda os investidores intermediários, que diversificam a carteira entre renda fixa e renda variável”.

O mais importante, de acordo com o assessor de investimentos, é traçar um objetivo e um prazo para atingir a meta estipulada. Com a popularização da internet e dos smartphones, Leonardo Martins disse que em questão de minutos é possível abrir uma conta em uma corretora e começar a investir em produtos variados.

“Ao abrir a conta, é preciso fazer o teste de perfil do investidor, que vai dizer quais são os produtos adequados para determinados clientes e escolher as opções que se encaixam na realidade dele. É muito importante criar uma reserva de emergência, com liquidez diária e a partir dessa reserva, já é recomendado direcionar esses recursos para investimentos”, explicou Martins.

COMPORTAMENTO FINANCEIRO
O levantamento da 5ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro incluiu, pela primeira vez, as classes D/E e trouxe novos recortes, com um olhar sobre o comportamento financeiro, levando em conta as nuances de raça, orientação sexual e geração.

De acordo com o estudo, há mais investidores nas classes A/B (52%), seguida da C (29%) e da D/E (16%).  No momento de fazer uma aplicação, ir pessoalmente ao banco é o meio mais utilizado, sendo a escolha de 51% dos investidores, principalmente devido às classes D/E e às pessoas das gerações X, Boomers e com 76 anos ou mais. Em seguida, aparecem os aplicativos dos bancos (42%), com uma proporção bem acima da média para Millenials (54%) e Geração Z (65%).

A caderneta de poupança ainda é o tipo de investimento mais utilizado, sendo citada por 23% da população, mas há espaço também para opções mais arriscadas, como as ações (2%), e novidades, como as moedas digitais/criptomoedas/criptoativos (2%), sendo essas mais populares entre a Geração Z (5%) e os Millenials (4%). 

A pesquisa mostrou ainda que ter a casa própria é o desejo de 29% dos brasileiros que investiram em produtos financeiros em 2021, mirando a compra do imóvel com os rendimentos dessas aplicações. O objetivo é mais presente entre as pessoas da classe D/E (34%) e aparece em proporção semelhante na A/B e na C, ambas com índice de 28%.

Já no recorte por orientação sexual, o levantamento mostrou que, enquanto 40% dos LGBTQIA+ querem realizar o sonho da casa própria, a parcela dos heterossexuais com o mesmo desejo é de 28%.  Manter o dinheiro guardado ou aplicado vem logo em seguida como destino do retorno das aplicações, sendo citado por 20% dos investidores brasileiros. Já investir em um negócio próprio aparece com 8% e uma proporção ainda mais significativa entre as pessoas da classe D/E (12%).

O levantamento apontou que há diferenças também nas decisões financeiras quando se observa o recorte por raça. Entre os declarantes brancos, 37% investem em algum tipo de produto financeiro, enquanto, no grupo de declarados pretos/pardos, essa proporção chega a 29%. Já entre os brasileiros que não guardam dinheiro, a parcela de pretos/pardos atinge 63% e a de brancos, 56%.


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