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04/05/2022 às 14h15min - Atualizada em 04/05/2022 às 14h15min

Em menos de um mês, casos prováveis de dengue crescem mais de 100% em Uberlândia

Até o fim de abril deste ano, cidade registrou 1.147 notificações suspeitas da doença

IGOR MARTINS E SÍLVIO AZEVEDO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Aedes aegypti é transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika I Foto: PEXELS
O número de casos prováveis de dengue subiu 115% em Uberlândia em menos de um mês, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG). Conforme apontado pelo órgão no boletim epidemiológico divulgado no dia 5 de abril, a cidade tinha 533 notificações prováveis da enfermidade. Já no informe do dia 27 de abril, foi divulgado que 1.147 pessoas estavam com suspeita da doença.
 
As taxas contabilizadas na cidade seguem o padrão de Minas Gerais. Até o dia 27 de abril, o estado havia registrado 38.553 casos prováveis de dengue, sendo que, do total, 16.671 foram confirmados. O Estado não informou quantos casos confirmados foram registrados em Uberlândia. Segundo o boletim, os municípios de Betim, Bom Sucesso, Buritizeiro, Espinosa, Itaúna e São Roque de Minas tiveram mortes em decorrência da doença.
 
Segundo a referência técnica regional em arboviroses da Superintendência Regional de Saúde de Uberlândia (SRS), Conrado Augusto Ferreira de Oliveira, é preciso fazer uma análise social para entender o crescimento no número de casos.
 
“Em 2022 é quando a gente começa a quebrar as regras sanitárias. Em 2020 e 2021, em razão da pandemia da covid-19, as pessoas ficaram muito mais em casa e conseguiram ter um maior controle do lixo dentro de casa, que a gente sabe que é um foco primordial de dengue”.

Conrado também explica que o período sazonal de chuvas, que vai até maio, também contribui para o aumento de casos. “Então a gente já espera esse aumento de casos até maio. A gente entende que estamos no meio do auge”.

O representante da SRS afirma que o principal foco do mosquito Aedes aegypti está dentro de imóveis e lotes vagos. Esses locais, para Conrado, devem ser monitorados pela população para que não haja a proliferação da doença na cidade. “Então a gente entende que as pessoas são os principais soldados nesta guerra. Cada um fazendo a sua parte, olhando para dentro de casa, vaso de planta, lixo e qualquer ponto que possa ter alguma reserva de água parada”.

Ainda de acordo com o especialista, mesmo com a crescente no número de casos, ainda não é possível afirmar que o estado tenha alcançado o pico de proliferação da doença. Ele compara 2022 com os anos endêmicos de 2010, 2013, 2016 e 2019, quando foram registrados os maiores números de contágio de dengue, com 213 mil, 416 mil, 524 mil e 475 mil casos, respectivamente.

“Para que a gente possa afirmar que nós já estamos no pico, ou que nós vamos atingir esse pico, precisamos esperar para que os números mostrem isso. Então fazendo uma análise comparando o ano que a gente está, com os outros anos endêmicos que eu citei, nós estamos no meio daquela faixa onde a gente teve mais casos, do meio para o final. Claro que isso é uma análise, pois cada ano comporta-se de uma forma”.
 
ZIKA E CHIKUNGUNYA
O número de casos confirmados de chikungunya no estado chegou a 1.010, segundo o boletim epidemiológico estadual. Até o fechamento desta reportagem, nenhum óbito havia sido confirmado, mas a SES/MG investiga uma morte pela doença. Já com relação à zika, foram contabilizados oitos casos em Minas Gerais. Não há registro de morte pela enfermidade.
 
SINTOMAS
Apesar de terem sintomas e sinais parecidos, é possível identificar diferenças entre a dengue e a chikungunya. A primeira se caracteriza pelas dores no corpo, enquanto a segunda se destaca por dores e inchaços nas articulações. Se o paciente estiver com zika, é comum aparecer uma febre mais baixa (ou ausência de febre), com manchas na pele e coceira.
 
O primeiro sintoma da dengue é a febre alta, entre 39° e 40°C. A doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti tem início repentino e geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dores de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira no corpo. Pode ainda haver perda de peso, náuseas e vômitos.
 
Já a chikungunya apresenta sintomas como febre alta, dor muscular e nas articulações, assim como dor de cabeça. Com relação aos sinais de zika, o principal sintoma é a erupção na pele com coceira, febre baixa, olhos vermelhos sem secreção ou coceira, dor nas articulações, dor nos músculos e dor de cabeça.

De acordo com Conrado, é importante que, em casos dos primeiros sintomas, deve-se procurar atendimento médico. “A dengue é uma doença que pode levar à morte muito rápido. Por conta disso, caso tenha febre de dois a sete dias, junto com febre, dor de cabeça, dores no corpo, nas articulações, esteja fraca, prostrada, ou tenha dor atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele, deve-se procurar uma unidade de saúde”.


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CUIDADOS E ORIENTAÇÕES
Em Uberlândia, o Município disponibilizou o aplicativo “Udi sem Dengue”, em 2019. Por meio do app, a população pode enviar fotos, vídeos e mensagens de texto ou voz alertando as equipes do Programa de Controle da Dengue, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) sobre possíveis criadouros do mosquito.
 
Além disso, a Secretaria de Estado de Saúde orienta os moradores sobre o combate ao Aedes aegypti. Eliminar os focos de reprodução é a principal maneira de diminuir a incidência da dengue, chikungunya e zika. Confira as principais dicas:
 
• Lixeiras sempre tampadas;
• Quintal sem lixo e entulhos, garrafas e baldes de cabeça para baixo;
• Reservatórios de água do ar-condicionado, geladeira e umidificador secos e vazios;
• Ralos limpos e com aplicação de tela;
• Não usar pratinhos que acumulam água para vasos de planta;
• Pote para água de animais limpos com bucha ou escova;
• Canaletas e calhas limpas;
• Manutenção periódica de piscinas e caixas d’água;
• Babosa e outras plantas que acumulam água em local coberto.
• Lonas bem esticadas, evitando formação de poças d’água;
• Não utilize garrafas pet com gotejador em plantas que tenham aberturas que o mosquito possa entrar para colocar ovos.

*Matéria atualizada às 15h40 do dia 04/05/2022 para correção de informação. 

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