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05/05/2022 às 12h30min - Atualizada em 05/05/2022 às 12h30min

Em dois anos, preço da ração para pets sobe cerca de 50% em Uberlândia

Comerciantes relatam que consumidores têm optado por produtos mais baratos; alta afeta tutores e entidades que acolhem animais abandonados na cidade

SÍLVIO AZEVEDO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
APA tem gasto de quase R$ 30 mil mensais com compra de ração | Foto: Pixabay
Nos últimos dois anos, o preço da ração de pets aumentou significativamente em Uberlândia. Segundo comerciantes da cidade, entre 2020 e 2022, o reajuste de algumas marcas chegou a 50%. A alta afeta os tutores e também entidades que acolhem animais abandonados no município. 

Mariana Duarte Pires é proprietária da Pec Pet e relatou que muitos reajustes foram feitos no período da pandemia da covid-19, tanto das rações quanto de outros itens para os animais domésticos. “Normalmente a gente tinha um reajuste anual, que era a troca de tabela. Agora, a gente está tendo aumento a cada dois ou três meses, que chega até 50%. Uma ração que eu vendia a R$ 80 antes da pandemia, hoje sai na faixa dos R$ 120”, relatou. 

Segundo a empresária, o cenário resultou na diminuição das vendas e mudança de comportamento do consumidor, que opta por produtos mais baratos. Em razão disso, é necessário se reinventar para manter o faturamento dentro do planejado. 

“Estamos tentando melhorar as condições de compra, ganhar condições com o próprio fornecedor, ou focar em ração que dá uma margem um pouco melhor pra gente. Também fazemos mais publicidade e tentamos ganhar a venda na taxa de entrega, que a gente não cobra”.

Nem mesmo a retomada mais efetiva da economia anima Mariana, que acredita que novos reajustes deverão acontecer nos próximos meses. “Acredito que ainda vamos sofrer mais um pouco. A gente voltou para o normal, em questão de máscara, controle sanitário e vacina. Mas, em relação à inflação dos preços, vamos sofrer ainda mais um pouco”.


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Na Distribuidora Universo Rações o impacto dos preços não foi diferente. De acordo com a proprietária, Luciene Gomes, a mudança no hábito de compra dos consumidores acaba afetando o faturamento da loja. 

“Houve uma média de 30% a 50% de reajuste nos últimos 18 meses. Com isso, as vendas das rações super premium diminuíram. Por outro lado, aumentou a venda das rações com menor quantidade de proteína. A pessoa deixou de investir na mais cara e foi para a mais em conta. Isso afeta nosso faturamento”, disse. 

Luciene relembrou que, antes da pandemia, eram no máximo dois aumentos no ano, que davam cerca de 10%. “Agora, toda vez que vai fazer uma nova compra tem reajuste. Às vezes temos que comprar e fazer novo pedido para ver se não pega um reajuste porque fica muito alto o preço final”.

CLIENTES
Os donos de pets e entidades de acolhimento são os que mais sentem o impacto da situação. Na Associação de Proteção Animal de Uberlândia (APA) o valor destinado para a compra de ração dobrou. Se antes eram necessários R$ 15 mil para comprar 3,6 mil kg todos os meses, atualmente esse valor chega a R$ 30 mil.

“Nesses últimos dois anos teve ração que chegou a 100% de aumento. Então o impacto é muito grande. Estamos beirando os 500 atendidos diariamente, então nosso custo é muito grande”, contou o presidente da APA, Elson Torres.

Elson disse ainda que com esse aumento e por outras razões causadas pela pandemia, muitas pessoas deixam de ajudar a associação com doações. “Pra gente é muito difícil. A gente depende muito de ajuda, de doações, seja em valor ou em ração”, explicou. 

Além disso, outro agravante que preocupa Elson é o aumento no número de animais abandonados desde o início da crise econômica. “Atualmente, temos três preocupações: a elevação dos custos, redução das doações em função da pandemia e um aumento significativo no número de abandonos”.

Para ajudar a associação, os interessados podem contribuir com doações. Para mais informações basta acessar o perfil de Instagram e Facebook da APA (@apauberlandia). 


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