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21/04/2022 às 08h30min - Atualizada em 21/04/2022 às 08h30min

Pacientes aguardam até 4h em fila para atendimento pediátrico na UAI Luizote de Freitas

A unidade absorveu demanda das UAIs Planalto e Martins, que deixaram de atender emergências pediátricas

SÍLVIO AZEVEDO
Após quase três horas de espera, filha da Talita Gonçalves chegou a dormir no banco do lado de fora da UAI | Foto: Sílvio Azevedo

A transferência dos atendimentos pediátricos das Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) dos bairros Planalto e Martins para a UAI do bairro Luizote de Freitas, em Uberlândia, tem causado transtorno na vida dos moradores que buscam a unidade para assistência médica. Ao Diário, algumas pessoas relataram que ficaram cerca de quatro horas na fila de espera para atendimento. 

O comunicado sobre a transferência dos atendimentos foi  divulgado em 8 de abril. Na época, a Prefeitura de Uberlândia justificou a mudança como uma forma de garantir um melhor atendimento às crianças. Contudo, de acordo com os pais e responsáveis dos, o discurso não é coerente. 

A reportagem esteve na UAI Luizote de Freitas na tarde desta quarta-feira (20) para registrar a situação no local. Uma pessoa que aguardava na fila com um bebê com sintomas de virose disse que já estava há quase quatro horas na unidade. A longa fila foi confirmada por uma funcionária do local, que chegou a informar que apenas três médicos estavam atuando no pronto-atendimento.

Do lado de fora da UAI, a vendedora Talita Gonçalves aguardou atendimento para a filha de nove anos por mais de três horas. De tanto esperar, a menina deitou no banco para dormir. 

“Fiquei desde o meio-dia aguardando um atendimento pediátrico para minha filha. Fiquei sabendo hoje que migrou os atendimentos de outras UAIs pra cá. É um absurdo, a gente vem com uma criança doente e tem que esperar todo esse tempo. Ela está com diarreia, febre, vomitando, já foi ao banheiro aqui várias vezes”, disse.

A operadora de caixa, Vanderlaine Pereira Rodrigues, foi até a UAI Luizote em busca de atendimento para o filho, de 18 meses, que estava com diarreia. Ela chegou a buscar assistência na unidade do bairro Planalto, mas foi informada que não havia mais atendimento pediátrico. 

“Moro no bairro Tubalina e a UAI mais próxima da minha casa é a do Planalto. Eu acho muito errado ter tirado a pediatria de lá. E se tiver um caso urgente? Até chegar aqui. Inclusive fui à UAI do Martins e tiraram a pediatria de lá também. Mas tenho que estar preparada para aguardar. Não queria, mas preciso. É uma situação complicada. Quem sofre mais são as crianças”.

Além das crianças, adultos também aguardaram por horas para receber atendimento. Um homem, que preferiu não se identificar, afirmou que ficou mais de duas horas com um amigo, de 81 anos, esperando pelo médico.

UAI PLANALTO
A situação era semelhante na UAI do bairro Planalto, onde funcionários relataram que a fila de espera no pronto-atendimento também estava, em média, de três horas. A unidade oferece atendimento de clínico geral e traumatologia e tinha quatro médicos na tarde desta quarta.

Ilirian Nascimento de Oliveira estava acompanhando o marido na unidade de saúde e tiveram que esperar por quatro horas para conseguir atendimento. “Fiquei desde às 11h. Ele teve dengue e acabou com uma ferida. Viemos ver o que pode ser. Depois de quatro horas de espera, foi chamado e vamos ver o que pode ser”.

Ainda de acordo com Ilirian, a situação gera um desgaste emocional em quem busca ajuda. “É horrível, estressante. O prefeito tem que olhar mais por nós. Ver se organiza isso porque está demorando demais. Falou que ia melhorar, mas não melhorou foi nada”.

Quem também aguardava atendimento era o repositor de supermercado, Mateus Oliveira Moreira, que estava com sintomas de alergia no corpo. “Cheguei às 13h e às 15h40 ainda não havia sido chamado”.

ACOMPANHAMENTO
Através do aplicativo Saúde+Uberlândia, que está disponível para download nas lojas de aplicativos de smartphones, foi possível acompanhar, em tempo real, como estava a fila de atendimento nas unidades de saúde do Município. Os dados corresponderam com o que foi relatado pelos pacientes.

Durante a tarde desta quarta-feira (20), o aplicativo mostrava que na UAI Planalto um paciente aguardava acolhimento, enquanto 42 esperavam para ser consultados. Já no Luizote, eram oito que aguardavam acolhimento e outros 42 por uma consulta.

O Diário entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia e solicitou um posicionamento sobre a situação. Além disso, a reportagem questionou sobre a possibilidade de empregar mais médicos pediátricos nos atendimentos da UAI Luizote, mas até o fechamento desta edição não houve retorno. 

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