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02/04/2022 às 11h30min - Atualizada em 02/04/2022 às 11h30min

Instituições de Uberlândia promovem debates no Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Entidades buscam transmitir informações sobre o transtorno para a sociedade

SÍLVIO AZEVEDO
Associação Zeiza Dojo trabalha a inclusão de crianças autistas através do esporte e da arte | Foto: Divulgação

Neste sábado, 2 de abril, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data que foi instituída pela Organização das Nações Unidas em 2007 e que reforça a importância de conhecer mais a respeito do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em Uberlândia, instituições realizam eventos com debates e rodas de conversa para a conscientização do assunto. 

A Associação Zeiza Dojo trabalha a inclusão de crianças autistas através do esporte e da arte, além do suporte para outros familiares que precisam de orientação. Criada em 2015, por Zeiza Dojo, mãe de uma criança com autismo e que não tinha conhecimento de como faria para cuidar do filho, a instituição oferece aulas de karatê, dança do ventre, balé e musicalização.

De acordo com Zeiza, fundadora da instituição, as dificuldades que o filho encontrou, principalmente no início, quando foi diagnosticado com TEA aos nove anos, motivaram a criação de uma instituição de apoio a outras mães. 

A associação foi criada com esse propósito devido às muitas coisas desagradáveis que passamos, do filho não ser aceito na escola, nos lugares. Por eu ter passado por isso, tirar de uma escola particular e matricular em uma municipal, rever e adaptar todo ensino para que meu filho pudesse aprender. Foi uma batalha”.

Ainda segundo Zeiza, todo o foco de trabalho é para dar condições dignas dos autistas terem uma inclusão na sociedade e participarem como cidadãos de direito. “Na associação temos mais de 1,3 mil famílias cadastradas, temos vários grupos de apoio, várias frentes de trabalho, mas todas com propósito único, construirmos e termos o nosso espaço adaptado para atendimento e habilitação da pessoa com autismo”.

Além das várias ações culturais e esportivas desenvolvidas, a ONG também realiza atividades terapêuticas em grupo familiar, sendo muito útil durante a pandemia, principalmente, por causa da crise financeira. “Inclusive, tivemos uma queda grande no poder aquisitivo e na geração de renda da família. E muitas das mães não tem como sair pra trabalhar, tem trabalho informal e nem todas as crianças têm o Benefício de Prestação Continuada (BPC, previsto em lei que garante um salário-mínimo por mês). Algumas estão em busca de um laudo. São questões que fomos pegando e abraçando. E durante a pandemia tivemos que abraçar muitas outras questões porque são muitas famílias que estão em situação de vulnerabilidade financeira também”.

Outra entidade que luta pela inclusão e os direitos das pessoas com TEA é o Coletivo Amor Autista. A instituição começou as atividades em 2016 com um grupo de mães que se reunia para discutir sobre os diagnósticos dos filhos. Hoje, o local conta com mais de 400 pais e mães que participam de fóruns virtuais, conversas e debates. 

“Muitas mães foram adicionadas com intuito de ser compreendida, acolhida, desabafar, de buscar orientação e informação. E nisso começamos a fazer esse trabalho de rede, uma puxando a outra, porque é muito difícil no começo quando a gente recebe o diagnóstico”, disse Maria Bertolino, uma das co-fundadoras do Coletivo.

A Maria ainda destacou a importância de se falar sobre o autismo com toda a sociedade. “Essa data foi instituída para que a gente possa falar e conscientizar a sociedade sobre o autismo e fazer todos entenderem que ninguém é igual a ninguém, e nem precisa ser. As pessoas têm que ser respeitadas, cada uma na sua singularidade”.

Ela reforçou que a sociedade tem que ter atitude em aceitar a forma como os autistas devem ser incluídos em todos os âmbitos sociais. “Pensar que um autista não pode estar inserido no mercado de trabalho, na faculdade, não pode desempenhar papéis importantes na sociedade. A sociedade precisa parar com isso”.

EVENTOS
Para comemorar a data, as duas entidades realizarão eventos voltados ao debate sobre inclusão social e direitos constituídos dos autistas neste sábado (2). O Coletivo Amor Autista realizará um encontro às 14h no Parque Gávea.

Já a ONG Zeiza Dojo, em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), realizará o 8º Seminário sobre Autismo, das 8h às 14h, no Auditório do Bloco 3Q, no Campus Santa Mônica, que terá a presença de educadores, profissionais da saúde, o promotor de justiça Fernando Martins e a própria Zeiza Dojo. Os ingressos para o seminário se esgotaram, mas os interessados ainda podem acompanhar através do perfil da ONG no Youtube.

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