10/03/2022 às 15h00min - Atualizada em 10/03/2022 às 15h00min
Clínicas privadas de Uberlândia devem iniciar vacinação contra a gripe no fim de março
Unidades relatam alta procura pelo imunizante; Ministério da Saúde ainda não divulgou início da campanha na rede pública
IGOR MARTINS
Imunizante de 2022 contém proteção contra cepa Darwin da H3N2 | Foto: PMU/Divulgação Diversas clínicas particulares de Uberlândia pretendem começar a Campanha de Vacinação contra a Gripe até o fim de março. Devido à alta demanda pelas doses nessa época do ano, algumas unidades já trabalham com lista de reserva e com a pré-venda dos imunizantes. Neste ano, as vacinas dos estabelecimentos privados irão conter proteção contra a cepa Darwin da H3N2, responsável pelo aumento de casos de síndrome gripal em vários locais do mundo.
Diretora de uma clínica de vacinas na cidade, Gizele Maciel afirmou à reportagem que a unidade já está com 60% do lote comprometido e que há uma lista de reserva desde o mês de fevereiro. Agora, ela aguarda a chegada dos imunizantes, que deve acontecer na segunda quinzena de março.
“Nós temos uma expectativa de que tenhamos a vacina na última semana de março. A procura está muito alta devido aos casos de H3N2. Isso fez com que as pessoas procurassem mais pelos imunizantes. Nós atendemos pessoas físicas e grupos corporativos e muitas empresas já se adiantaram na aquisição das vacinas”, disse.
Segundo Gizele, a equipe de colaboradores da clínica precisa ser aumentada durante as campanhas sazonais de vacinação e a da gripe não é diferente. De acordo com ela, é preciso reforçar o time para que o público não seja prejudicado em momentos de grande procura que deverão ocorrer nos próximos três meses.
Por fim, a diretora enfatizou a importância da imunização contra os vírus Influenza. Segundo ela, é importante que a população se imunize antes do início do inverno, que começa em junho. “É preciso enfatizar a importância de procurar a vacina assim que ela estiver disponível. Ela é muito efetiva se for feita antes do inverno, para que as pessoas estejam imunes e para o vírus não circular de maneira agressiva. Não espere começar os casos aumentarem para começar a vacinar, a vacina tem um caráter preventivo”, ressaltou.
CIRCULAÇÃO DO VÍRUS
De acordo com a enfermeira Barbara Ferreira Borges, a imunização contra a gripe deve ser feita todos os anos, especialmente no momento atual, ocasionado pela pandemia da covid-19. Mesmo com um alto índice de vacinação contra a doença, o vírus da Influenza sofre mutações e isso aumenta o número de casos, como aconteceu em Uberlândia no fim de 2021, quando a rede pública teve uma alta de 90% em atendimentos de síndrome gripal.
“A vacinação tem como objetivo impedir a circulação do vírus e suas consequências, como hospitalização e morte, além de reduzir o número de consultas ambulatoriais, principalmente nesse cenário em que os hospitais estão um pouco sobrecarregados. A vacinação é extremamente importante para reduzir o impacto respiratório da Influenza”, falou.
A profissional de saúde explicou ainda que a vacina contra a gripe é recomendada para todas as pessoas a partir dos seis meses de idade, especialmente para os indivíduos que possuem maiores chances de contrair doenças respiratórias.
REDE PÚBLICA
Ainda sem data definida, o Ministério da Saúde, por meio de nota, informou ao Diário que avalia antecipar a Campanha de Vacinação contra a Influenza de acordo com o cronograma de entregas das doses de vacina do laboratório. O órgão informou ainda que já contratou 80 milhões de doses de vacinas junto ao Instituto Butantan que serão distribuídas de forma proporcional e igualitária para todo o país.
Em 2021, a 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza começou no dia 12 de abril, tendo como objetivo a vacinação dos grupos prioritários com a meta de cobertura vacinal de pelo menos 90% dos grupos de crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes, puérperas, indígenas, trabalhadores da saúde, idosos, professores, pessoas com doenças crônicas e pessoas com deficiência permanente.
Também integram a lista de grupos prioritários caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo rodoviário, trabalhadores portuários, forças de segurança e salvamento, forças armadas, funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade. Esses grupos são divididos na primeira, segunda e terceira etapa.
Entretanto, de acordo com a Superintendência Regional de Saúde em Uberlândia, a cobertura vacinal do ano passado ficou abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Na cidade, 65,2% do grupo prioritário recebeu o imunizante.
Ainda segundo a Superintendência, a cobertura dos grupos prioritários nos 18 municípios de abrangência do órgão ficou em 81% para crianças, 77,5% para gestantes, 65,6% para idosos, 72,3% para puérperas e 63,1% para trabalhadores de saúde.
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