Neste ano, a Páscoa acontecerá somente em 17 de abril, mas as empresas já começaram a pensar em estratégias para a data que tem grande impacto na economia do país. Em Uberlândia, confeiteiras estão se organizando para atender a demanda que, segundo elas, será maior do que nos últimos anos.
Sócia de uma confeitaria em Uberlândia, Izabel Cristina de Souza disse que os preparativos no estabelecimento já começaram. De acordo com ela, o catálogo de produtos já está sendo realizado e deverá ser lançado nesta semana.
“Estamos terminando os testes e vamos lançar o catálogo nesta semana. A gente faz uma pesquisa no final do ano para poder ver o que tem de tendência, se agradará nosso público”.
Ainda de acordo com Izabel, a expectativa para 2022 é de que as vendas dobrem em relação ao ano passado. Ela disse ainda que período da Páscoa é quando a empresa mais vende.
“A gente pretende vender, no mínimo, o dobro que vendemos ano passado. Temos uma clientela corporativa também. Nossa expectativa é dobrar o faturamento do ano passado. É uma área que teve crescimento na pandemia e o momento é favorável”.
Assim como outras empresas que se adaptaram ao mercado virtual, a confeitaria de Izabel também usa as redes sociais como ferramenta para realizar as vendas, através do perfil @laisaconfeiteira no Instagram. “Nosso maior foco de captação de clientes é o catálogo no Instagram. A gente tem uma loja virtual que dá acesso às vendas pelo aplicativo. Vamos começar as vendas também pelo Pinterest e o Telegram”.
Outra confeitaria que prevê melhora nas vendas é a da Leila Nicoli, que está no mercado há 10 anos. Em 2021, a empresária passou por problemas pois teve que interromper as vendas por falta de embalagem, mas neste ano ela espera dar a volta por cima e atender toda a demanda.
“A expectativa está muito boa. Ano passado, por causa da pandemia, achamos que teria pouca saída, mas teve muita procura, até não conseguimos atender todo mundo. Esse ano estamos com boas expectativas”.
A especialidade da confeitaria de Leila é o ovo de colher. Entre os produtos vendidos, está o kit degustação, com quatro mini-ovos, que já está disponível. “Caso a pessoa queira conhecer o nosso trabalho, está com vontade de comer e não quer esperar a Páscoa. A pessoa consegue experimentar e decidir qual vai querer. Ele está com um preço mais acessível”.
Com um perfil de clientes mais jovem, Leila diz que os sabores dos recheios não variam muito de um ano para o outro. “O meu público é mais jovem. Essa faixa etária gosta de sabores mais básicos, como Kinder Bueno, Ferrero Rocher e leite ninho com Nutella. Não tem como mudar muito senão acaba não atendendo sua clientela”.
Atualmente, a loja tem um perfil no Instagram @leilanicolibolos onde é feita a divulgação e venda dos produtos.
MERCADO VIRTUAL Como em outros setores econômicos, o comércio de produtos de Páscoa se adaptou ao momento e conseguiu se manter, muito por causa das vendas digitais. A pandemia da covid-19 impulsionou esse crescimento e, segundo pesquisa da ConQuist Consultoria, divulgada pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), 71% dos brasileiros têm preferência pelas vendas via e-commerce.
De acordo com Ubiracy Fonsêca, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), o consumidor tem um novo perfil que prioriza o conforto, rapidez e o cuidado no recebimento do produto.
“Os consumidores têm se mostrado mais independentes e decididos, muito inclusive pela mudança de comportamento que vem ocorrendo, principalmente, por conta da pandemia. Ele hoje sabe utilizar muito bem o ponto de venda físico juntamente com o e-commerce e os serviços de delivery. Esse hábito deve se manter, podemos dizer que o comportamento do consumidor tende a ser híbrido daqui para frente”, pontuou.