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20/02/2022 às 14h00min - Atualizada em 20/02/2022 às 14h00min

Registros de armas de fogo aumentam no ano de 2021 em Uberlândia, aponta Polícia Federal

No ano passado, 2.012 novos equipamentos foram registrados na cidade, sendo 107 a mais do que em 2020

MARIELLE MOURA
Em 2021, 2.012 novos equipamentos foram registrados na cidade, sendo 107 a mais do que em 2020 / Foto: AGÊNCIA BRASIL
Os registros de armas de fogo aumentaram em Uberlândia no ano de 2021, se comparado a 2020. De acordo com um levantamento da Polícia Federal, no ano passado foram 2.012 registros, sendo 107 a mais do que o número de 2020, quando foram computados 1.095 certificados. Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal da cidade, apesar do número ser alto, muitas solicitações são indeferidas pelo órgão responsável.
 
Ainda conforme apontam os dados, em Minas Gerais, os registros de armas de fogo também apresentaram aumento no último ano. Em 2020 foram 24.965 registros e em 2021 foram 29.566, um aumento de 18,42%. Neste ano já foram registradas 1.409 novas armas no estado, sendo 102 registros na cidade de Uberlândia.
 
Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal em Uberlândia, Almir Clementino Soares, o aumento de requerimentos pode ter sido fruto de propagandas relacionadas ao comércio de armas. “Acredito que esteja acontecendo uma propaganda maior do comércio de armas e com essa facilidade as pessoas ficam mais interessadas em adquirir uma arma de fogo”, informou.
 
Contudo, conforme dito pelo delegado-chefe, o critério para registro de armas é bastante rígido e, por isso, muitos pedidos são indeferidos pela Polícia Federal. Em 2021, 3.225 solicitações foram rejeitadas no município.
 
“Nem todas as solicitações são deferidas. Essa quantidade de registros liberados equivale historicamente a menos de 70% do número total de pedidos. Se a pessoa não cumprir os requisitos legais, principalmente dos antecedentes criminais, o pedido é indeferido”, explicou.
 
O delegado-chefe explicou ainda que para ter o registro de uma arma de fogo o solicitante precisa cumprir uma série de requisitos. Entes as exigências, o solicitante precisa ter no mínimo 25 anos de idade, ter residência fixa e apresentar uma declaração informando a necessidade de ter uma arma de fogo.
 
“Além disso, a pessoa precisa comprovar que trabalha de forma honesta e legal, e que não tenha nenhum tipo de antecedente criminal. O solicitante precisa declarar ainda que possui local seguro para que a arma fique guardada longe de ameaças ou de pessoas que tenham capacidade mental reduzida”, complementou.
 
Ainda de acordo com Almir, o Certificado de Registro de Arma de Fogo no Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal autoriza o proprietário a manter o equipamento exclusivamente no interior da residência e do comércio ou empresa que ele seja titular ou responsável legal.
 
“A pessoa que não tiver registro e estar em porte ou posse dessa arma vai responder pelo crime de porte ou posse ilegal”, disse.
 
O representante da Polícia Federal disse ainda que durante o processo de registro existem custos que o solicitante precisa arcar. “A pessoa precisa comprovar dois requisitos, que ela tem capacidade técnica e que tem capacidade psicológica. O cadastro no site da Polícia Federal exige que a pessoa pague uma taxa que hoje está na faixa de R$ 88. Além disso, precisar pagar o teste de aptidão física com um instrutor de tiro devidamente credenciado da PF, que fica em torno de R$ 200, e também uma avaliação com um psiquiatra que também fica na faixa de R$ 200”, disse.
 
Por fim, o delegado-chefe também comentou que o registro tem prazo de validade de 10 anos e que, a partir desse período, deve ser realizada uma renovação para legalizar a arma. “O registro de arma de fogo tem prazo de validade de 10 anos e quando finaliza esse prazo é necessário que o proprietário da arma faça novamente todo o procedimento, comprovando que não teve nenhum tipo de infração no âmbito criminal e que ainda tem capacidade técnica e psicológica. A diferença é que no processo de aquisição a pessoa vai adquirir a arma pela primeira vez e na renovação a pessoa já tem a arma em casa e só renova o registro”, finalizou.
 
VENDAS

Luiz Paulo Araújo é sócio de uma loja de armas em Uberlândia que foi inaugurada em outubro do ano passado. Segundo ele, desde o período que o estabelecimento está aberto, foi percebido um aumento da procura de armas na cidade, por pessoas que buscam por esporte e também aquelas que não tinham informações sobre o registro.
 
“Percebemos tanto em Minas como no Brasil esse crescimento. A quantidade de clientes que chegam na loja porque viram a fachada lá fora e que tinham uma curiosidade, ou que têm vontade de ter uma arma de fogo, aumentou muito. Além disso, a procura de atiradores que praticam o esporte também é grande”.
 
Luiz explicou que a loja também faz um atendimento de consultoria, explicando a documentação necessária e mostrando as responsabilidades de ter o equipamento. Também são oferecidas instruções no início da compra para que a pessoa tenha responsabilidade daquilo que está utilizando.
 
“Nós fazemos o atendimento consultivo,  explicamos tudo para o cliente sobre os registros, como eles são feitos e qual arma o cliente pode ter. Muitas vezes ele não tem esse conhecimento,”completou.
 
Renato Paiva é gerente de vendas de uma loja de armas que funciona há cerca de um ano em Uberlândia. Segundo o gerente, no último ano a procura foi alta, principalmente por parte das pessoas que praticam tiro desportivo. “A procura foi enorme no ano passado, inclusive para o tiro desportivo e caça”, disse.
 
O gerente disse que, além da consultoria em armas, sobre qual o melhor tipo para o comprador, a loja também emite o Certificado de Registro. “Fazemos o Certificado de Registro aqui. Então a pessoa vem, faz a consulta dela nas esferas policiais, criminais, federais, faz o laudo psicológico e de tiro e, em seguida, damos entrada na parte de documentação. Se estiver tudo certo, entre 30 e 60 dias essa pessoa já tem o CR válido por 10 anos”, explicou.

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