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23/01/2022 às 12h00min - Atualizada em 23/01/2022 às 12h00min

Chuvas impactam produção e encarecem preços de frutas e verduras em até 300% em Uberlândia

Berinjela e jiló registraram o maior aumento nos últimos dias, segundo levantamento do Ceasa

GABRIELE LEÃO
Orientador recomenda que os comerciantes e clientes busquem frutas e verduras da estação | Foto: Agência Brasil
As fortes chuvas registradas nos últimos dias em Minas Gerais estão impactando o bolso do consumidor, já que o alto volume de precipitações prejudicou a produção de frutas e verduras. Em Uberlândia, o preço de alguns itens teve um aumento de até 300%.  

Segundo o orientador de mercado do Ceasa, Éder Júlio de Jesus, itens como tomate, cebola, abobrinha, quiabo, couve flor e pimentão foram os mais atingidos pelas chuvas, por serem produtos que demandam menos água para a produção.

“Com a falta desses produtos, o preço subiu significativamente. Além disso, a qualidade e o visual também foram impactados. Sendo assim, os clientes estão comprando em menor quantidade”, comentou.

Em relação aos itens que mais tiveram aumento no preço, a berinjela e o jiló registraram elevação de até 300% no valor desde o início de janeiro. Na sequência, aparecem a cenoura com 150% de aumento e a melancia com 93,3%. 


Confira a lista de produtos que mais sofreram com variações nas primeiras semanas de janeiro, de acordo com o Ceasa:

“O mamão e a banana são itens que frequentemente estão na mesa da população, mas já apresentam aumento nos preços pela falta de estoque disponível. Com essa dificuldade em achar o produto, o comerciante muitas vezes busca encomendas fora da região para continuar atendendo ao público, mas nem sempre conseguem manter a qualidade e o preço”, explicou. 

Para evitar problemas, Éder Júlio de Jesus recomenda que os comerciantes busquem frutas e verduras da estação para evitar altos preços e a falta de mercadorias. “Estamos na época da safra de laranja, maracujá e limão. A orientação é apostar nesses itens para evitar prejuízos”.

O boletim do Índice de Preços ao Consumidor de Uberlândia (IPC-CEPES), realizado pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), apontou que o grupo “Frutas” teve uma inflação de 15,37% em dezembro, sendo responsável pelo aumento da inflação no mês.

FEIRANTES
O presidente do Sindicato dos Feirantes de Uberlândia, Aníbal de Paula Silveira, contou que a falta das mercadorias tem feito todo o mercado ser impactado e, consequentemente, o preço final pesa no bolso do consumidor. 

“A orientação é que os comerciantes busquem novas maneiras de negociação com o produtor e também ofereçam outros itens para atender o público”, comentou.

Outro problema enfrentado pelos feirantes é que a chuva também atrapalha a ida dos clientes às feiras, o que impacta nas vendas. Com a atual situação desfavorável, os feirantes têm buscado estratégias para driblar a crise. 

“Quem busca por produtos mais selecionados e com a qualidade melhor tem mais chances de vencer esse obstáculo. Temos quatro maneiras de oferecer o produto, sendo vendido por preços unitários dentro de pacotes, já cortados prontos para o consumo, venda por quilo e cortados e embalados à vácuo”, explicou.

CONSUMIDOR
O estudante de biomedicina, Higor Silva Contelli, contou que costuma variar entre os supermercados e feiras para comprar frutas e verduras, e têm percebido o aumento no preço de alguns produtos.
“Claro que percebemos que o aumento dos preços se dá pela diminuição da demanda. Consegui perceber que o valor de um produto dobrou de uma semana pra outra. Além disso, também percebi a queda da disponibilidade de alguns produtos, principalmente verduras e frutas”, comentou.

Ele ainda reforçou que dá prioridade às frutas e verduras da estação para que o impacto no bolso seja menor. “Esse é um ponto importante. Acredito que se alimentar de acordo com as frutas, verduras e legumes da época acaba saindo mais em conta. Mas também não podemos ignorar as mudanças climáticas, como intensidade de chuva e estiagem, que influenciam diretamente na produção e no preço final que chega até nós”, encerra.


 
 

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