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11/01/2022 às 13h00min - Atualizada em 11/01/2022 às 13h00min

Materiais escolares ficam 30% mais caros em Uberlândia

Segundo comerciantes, a procura pelas papelarias ainda está tímida; incertezas devido ao aumento de casos da covid-19 afeta o setor

MARIELLE MOURA
Itens compostos ou embalados por plástico e metal foram o que mais aumentaram I Foto: AGÊNCIA BRASIL
O preço de alguns materiais escolares aumentou cerca de 30%, de acordo com empresários do setor em Uberlândia. Os lojistas apontaram que os itens que mais registraram inflação foram os que contém plástico e metal.  Devido ao acréscimo constante de casos da covid-19, nos primeiros 10 dias do ano a procura pelas papelarias foi tímida.
 
Marcelo de Bittencourt Magalhães Tamaki é proprietário de uma papelaria em Uberlândia e, segundo ele, os materiais compostos ou embalados por plástico foram os que tiveram o maior aumento no valor, chegando a 30%. Marcelo informou que a pandemia e alta do dólar foram alguns dos fatores que influenciaram a alta. “A pandemia, a alta do dólar e o aumento de combustíveis geram uma somatória de custos que promovem esse aumento”, disse.
 
Mesmo com o aumento dos produtos, o empresário acredita que o comportamento dos clientes será diferente e, neste ano, ele prevê um aumento de 100% nas vendas em relação à 2020 e 2021. “Em 2020, os pais compraram o material e a pandemia começou em março. Então o que foi comprado em 2020 os pais também utilizaram em 2021. No ano passado eles fizeram apenas a reposição de alguns itens e agora em 2022 vão voltar  a comprar a lista completa”, informou.
 
Por fim, Marcelo comentou que está criando estratégias para trazer o cliente para a papelaria neste ano. “Aquele pai que compra a lista completa ele ganha um café da manhã, já que temos a cafeteria aqui dentro da papelaria. A cada ano buscamos algo diferente para chamar os clientes neste período”, completou.
 
Gilmar Simari também é dono de uma papelaria em Uberlândia e informou que os itens que contém papel, papelão, metal e plástico tiveram um aumento de 30% a 40% em relação ao ano passado. “Esses materiais são derivados do polietileno que é uma matéria prima do petróleo. Então, o preço deles acompanha os aumentos do petróleo que aconteceram nos últimos seis meses”, disse.
 
O empresário João Cezar Cabral disse à reportagem do Diário que observou uma média de 20% a 30% de aumento nos materiais que têm plástico ou metal na composição. Segundo ele, o que mais impactou no valor foi a inflação que o petróleo teve no último ano.
 
João ainda explicou que, apesar dos impostos não terem subido neste ano, eles também impactam no valor dos produtos.  “Os impostos não aumentaram, mas os impostos deixam as coisas mais caras porque a carga tributária é muito alta. Além disso, o produto que não tem subsídio nenhum, não tem ajuda em nada do governo, incentivo nenhum de isenção. Sendo assim, tudo fica mais caro”, informou.
 
A administradora de empresas, Poliana de Fátima Silva tem três filhos, de 11, 12 e 15 anos. Segundo Poliana, em 2022 ela teve um cenário totalmente diferente que em 2021, já que teve que comprar os materiais completos e não fazer somente a reposição como no ano passado.
 
A administradora disse que pesquisou antes de comprar os materiais escolares e que gastou cerca de R$ 200 por filho com a mochila, que foi o item mais caro. Ela comentou ainda que não sentiu o aumento de preços em relação ao ano passado e acredita que o motivo foi que parcelou o valor total em 10 vezes sem juros.
 
“Acho que não senti o aumento pelo fato de fazer as compras parceladas. Se eu tivesse que tirar os R$ 600 agora em uma compra, iria me apertar muito. Mas como eu parcelei, o mês que vem será R$ 60 a parcela no cartão e não vou sentir”, explicou Poliana.
 
INCERTEZA
O empresário Gilmar Simari informou que a procura ainda está muito tímida se comparada a anos anteriores à pandemia. Segundo ele, os pais ainda não compram todos os itens do material de uma vez. “A perspectiva sempre temos, já estamos tendo algumas listinhas escolares, os pais estão comprando, mas não é aquele movimento que tínhamos em anos anteriores. Alguns pais estão antecipando, mas estão na mesma forma do ano passado, estão fazendo mais reposição de material”, disse.
 
Gilmar ainda comentou que em dezembro do ano passado, que é considerado um mês bom para as papelarias, as vendas não chegaram a 10% do esperado. “Em dezembro do ano passado a procura foi bem fraca, não deu 10% do que seria um dezembro normal de outros anos e janeiro está tendo uma melhora, mas pequena, então a insegurança persiste”, informou.
 
Ainda de acordo com Gilmar, para este ano ele não comprou um estoque muito grande. “Aqui na minha papelaria eu estou bem precavido, temos os materiais, mas ainda com receio. Na semana passada tivemos até um movimento bom, mas nesta semana com a notícia do aumento dos casos da covid-19, já sentimos o reflexo na empresa”,explicou.
 
O comerciante ainda comentou sobre o medo que o setor enfrenta de viver um ano parecido com o último em que as vendas tiveram queda de mais de 80%. “Esperamos que o cenário mude, porque se for mais um ano igual os outros, o comércio do nosso ramo vai ficar praticamente inviável”, completou.
 
O empresário João Cezar Cabral também contou à reportagem que a insegurança em relação à covid-19 é um dos motivos para a procura ainda tímida dos pais. “Já tem pais procurando, mas a procura ainda está tímida, porque ainda tem muita insegurança por conta do índice de aumento de covid-19. Os pais também ficam inseguros com essa situação”, comentou.

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