Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
29/12/2021 às 17h31min - Atualizada em 29/12/2021 às 17h31min

Uberlândia fecha novembro como a 2ª cidade de Minas Gerais que mais gerou empregos

De acordo com o Caged, foram criadas 2.455 vagas na cidade; município está à frente de 14 capitais brasileiras

MARIELLE MOURA
No ano, Uberlândia alcançou a marca de quase 15 mil vagas abertas I Foto: Secom/PMU
Mais de 2 mil empregos formais foram gerados no mês de novembro em Uberlândia, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na última quinta-feira (23) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O município fechou o mês como o 2º de Minas Gerais com mais geração de vagas e está à frente de 14 capitais brasileiras. No ano, Uberlândia alcançou a marca de quase 15 mil vagas abertas.

De acordo com o Caged, foram criadas 2.455 vagas em novembro na cidade. Os setores que sobressaíram com maior empregabilidade contribuindo para o saldo positivo são o de Serviço pelo segundo mês consecutivo com 950 vagas, Comércio com 873 vagas, Agropecuária com 465 vagas e Indústria com 235 vagas.

Segundo a economista do Cepes e especialista em Caged, Alanna Santos, novembro é um mês que gera mais empregos devido às contratações de fim de ano. “Esse saldo de 2.455 vagas é um saldo muito elevado e novembro, historicamente, já é caracterizado por ser um mês de desempenho muito favorável ao mercado de trabalho devido às vagas que são sazonais, voltadas a esse período de fim de ano nos setores de serviço e comércio. Além disso, o avanço da vacinação é um fator que é favorável para que as pessoas retomem as festas em família, comemorarem o ano novo em bares e restaurantes, o que aquece o comércio neste setores”, disse.

As vagas que mais foram geradas na cidade no mês de novembro foram de operador de telemarketing ativo e receptivo (462), vendedor do comércio varejista (234), trabalhador da cultura de milho e sorgo (220), alimentador de linha de produção (215) e atendente de lojas e mercados (195).

O assessor municipal de Economia e Inovação, Rafael Porto comentou que o crescimento das vagas no setor de call center na cidade pode ser considerada uma tendência no segundo semestre do ano. “Uberlândia tem várias empresas de call center e já é uma tendência. No segundo semestre teve um número maior de contratações e isso tem a ver até com algum backup que as empresas fazem em relação a atendimento ao cliente”.

Com relação à crescente no setor de Comércio, Rafael atribui a volta dos atendimentos em 2021. “É muito importante que o comércio esteja voltando ao que era antes da pandemia.  O retorno das festas de fim de ano também contribuiu para a contratação de mais pessoas para reforçar nas vendas”, afirmou.

Além disso, segundo o assessor, a chegada de grandes lojas na cidade também fomentam a criação de vagas. “Viemos em um ano crescente da própria questão de abertura de empresas na cidade. Vemos vários casos de investimos que estão passando por Uberlândia voltados para o comércio. Vários exemplos de lojas de um certo tamanho, do setor de utilidades que acabam contratando mais pelo volume de trabalho”, informou.

Ainda de acordo com os dados, o salário médio de admissão foi de R$ 1.778,84 em novembro, sendo menor que em outubro de 2021, quando foi de R$ 1.810,54. Também é menor se comparado a novembro do ano passado, quando ficou entre R$1.866,43.

A economista do Cepes, Alanna Santos comentou que vários fatores influenciam nesta queda, entre eles a inflação e também o aumento da concorrência. “O que temos observado é que cada vez mais o salário de admissão é menor e os motivos são principalmente a inflação, o poder de compra da classe trabalhadora. Além disso, a taxa de desemprego muito elevada gera uma concorrência grande entre os trabalhadores e isso reduz o poder de negociação do trabalhador”, explicou.

Karlla Lorenna Silva Ribeiro trabalha há 10 anos com aplicação de mega hair em Uberlândia e há um mês conseguiu um trabalho de camareira em um motel da cidade. Segundo Karlla, ela precisou de uma segunda renda para conseguir manter as despesas da casa. “Na pandemia começou a cair a procura de clientes e precisei procurar outra renda, porque as coisas ficaram muito caras e só com uma renda de microempreendedora não conseguia pagar as contas”, disse.

Segundo Karla, ela pretende ficar no emprego formal em que ganha um salário mínimo para conseguir se especializar em redes sociais para divulgação do trabalho. “Vou permanecer nos dois por enquanto e vou me especializar nas redes sociais que é o que mais atrai clientes hoje em dia”, completou.

QUEDA
Por outro lado, de acordo com a economista do Cepes, a construção civil apresentou desaceleração na geração de vagas de emprego na cidade. “A construção civil vinha gerando bastante emprego, mas ela já apresenta um processo de desaceleração. Em outubro ela abriu pouquíssimas vagas e em novembro fechou aproximadamente 70 vagas. Podemos atribuir isso a um desaquecimento imobiliário”, comentou.

As ocupações que mais fecharam vagas em novembro foram servente de obras (-106), retalhador de carne (-69), pedreiro (-43), motorista de caminhão (-34) e magarefe, que é trabalhador que atua no abate de carne (-33).

BALANÇO ANUAL
Segundo o Caged, Uberlândia alcançou a marca de quase 15 mil vagas abertas em 2021. Em 11 meses foram abertos 14.965 postos de trabalho. Até novembro, a cidade registrou 118.691 admissões e 103.726 demissões.

O assessor municipal de Economia e Inovação, Rafael Porto comentou que o valor é 10 vezes maior se comparado ao ano passado. “Fechamos 2020 com somente 1.473 empregos de saldo, porque pegou toda aquela perda da pandemia. Quando falamos que já estamos com quase 15 mil em novembro, estamos falando em 10 vezes mais o saldo do ano passado. Esse número não está relacionado somente ao término da pandemia, porque nem sabemos se acabou,  mas também à vacinação que dá segurança para comerciante manter o negócio aberto”, informou.

 

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90