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16/12/2021 às 15h38min - Atualizada em 16/12/2021 às 15h38min

Procura por aluguel de imóveis cresce 30% nos últimos três meses em Uberlândia, aponta sindicato

Segundo os empresários do setor, um dos motivos é a volta das aulas presenciais nas faculdades da cidade; estudante comentou sobre a dificuldade em encontrar apartamentos

MARIELLE MOURA
Apartamentos desocupados na pandemia foram alugados novamente nos últimos meses / Foto: VIA-DRONES
A procura por imóveis em locação aumentou cerca de 30% nos últimos três meses em Uberlândia, de acordo com o Sindicato de Habitação do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (SECOVI-TAP). Segundo os empresários do setor, um dos motivos apontados para o aumento é a volta das aulas presenciais nas faculdades da cidade. Um estudante contou à reportagem do Diário de Uberlândia sobre a dificuldade em encontrar apartamentos na cidade.

De acordo com o presidente da Secovi-Tap, Ronaldo Arantes, houve um aumento de 15% somente nos aluguéis para universitários na cidade, o que pode ser atribuído à volta das aulas. "Atribuímos esse aumento ao retorno das aulas práticas nas universidades da cidade e o restante que voltará ano que vem”, disse.

Ainda segundo o presidente, houve um reajuste de aproximadamente 10% nesses três meses no preço do aluguel na cidade. “Houve uma valorização de pelo menos 10% no valor dos imóveis nos últimos três meses na cidade. Um apartamento que era alugado por R$ 1 mil, hoje você aluga por R$ 1.100”, informou.

Ronaldo ainda falou que as expectativas dos empresários do setor para o ano que vem é de aumento na procura, principalmente em janeiro. “Os aluguéis têm muito a ver com férias, então sempre em dezembro e janeiro, mesmo sem as faculdades, a procura aumenta de 30% a 40%. As pessoas mudam de cidade ou bairro em períodos de férias escolares por conta das crianças, sendo assim,  esses meses são muito bons para a locação”, completou.

Alessandro Nascimento é vice-presidente do Secovi-Tap e empresário do setor. Segundo ele, a imobiliária que ele administra registrou um aumento de 60% nas locações de imóveis nos últimos três meses, sendo que 38% dos aluguéis foram adquiridos por estudantes. “Nos últimos três meses os aluguéis tiveram um aumento de 60% para moradia geral, 38% para estudante e 22% em imóveis de médio e alto padrão”, informou

Ainda de acordo com o empresário, os estudantes buscam imóveis com um ou dois quartos já montados em bairros próximos às universidades. Devido a alta na procura, os apartamentos que se encaixam nos requisitos já apresentam baixa no estoque.
 
“Nos últimos 90 dias, com a alta procura, os apartamentos com melhores preços de mercado e com armários montados eles foram praticamente todos alugados. Ainda temos estoques de apartamentos que não são bem montados, mas aqueles de melhores preços, localidades e com armários apresentam uma baixa no estoque” explicou.
 
Por fim, o empresário informou que a expectativa para o ano que vem é que os apartamentos desocupados na pandemia voltem a ser alugados. ”Acreditamos que 60% dos imóveis que foram desocupados na pandemia já estão ocupados novamente, faltam 40% para locação”, finalizou.
 
Arthur Henrique Cavalcante de Aguiar é estudante e cursa o oitavo período de jornalismo em uma faculdade particular na cidade. Segundo ele, durante a pandemia, não conseguiu manter as despesas e teve que voltar para a cidade natal.  “Eu estava morando em Uberlândia há quatro anos em um apartamento no bairro Martins que era próximo a faculdade, mas com a pandemia ficou muito mais caro e tive que voltar para minha cidade”, disse.
 
Atualmente, o estudante mora em  Ituverava, interior de São Paulo, com os pais e pretende voltar para Uberlândia ano que vem. Ele já está na procura por um imovel desde junho desse ano. Na procura, Arthur comentou que se assustou com os preços.“Está tudo muito caro e no bairro Martins que é onde preciso eu não encontro apartamento a um preço acessível para morar sozinho ou dividindo,” informou.
 
A alternativa encontrada por Arthur será morar em outro bairro, mais longe da faculdade. “Vou ter que morar em outro bairro de Uberlândia para conseguir um apartamento melhor e para dividir com outras pessoas, com isso, vou precisar ir todo dia de ônibus para a faculdade”, finalizou.
 
REAJUSTES
O presidente da Secovi-Tap, Ronaldo Arantes, comentou ainda sobre a queda do Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) para 19%. Segundo ele, em setembro o índice passou de 30%.
 
Com a queda, de acordo com Ronaldo, há mais possibilidade de descontos nos reajustes das renovações de contrato. “Esse número reflete nas renovações dos aluguéis. Em 12 meses de contrato acontece uma renegociação com base no IGPM e com esse valor menor o locatário tem possibilidade de uma renegociação com o proprietário que pode variar de 10% a 12%”, explicou.

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