27/11/2021 às 12h49min - Atualizada em 27/11/2021 às 12h49min
Uberlândia registra o menor número de casos de dengue dos últimos três anos
Até o momento, o município registrou 570 casos confirmados da doença; queda em relação ao ano passado foi de 69%
GABRIELE LEÃO
Armadilhas estão espalhadas por todo o município, entre casas, condomínios e prédios | Foto: Gabriele Leão Uberlândia registrou a menor média de casos de dengue dos últimos três anos. De acordo com o levantamento do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em 2021 foram 570 casos confirmados, o que representa uma queda de 69,8% em relação ao último ano.
De acordo com o coordenador do Programa de Controle da Dengue do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), José Humberto Arruda, a baixa nos índices é resultado da permanência da população dentro de casa, o que influencia no controle dos focos de dengue.
Segundo o levantamento, no ano passado, foram 1.891 confirmações pela doença. Das 4.548 notificações, segundo o CCZ, 2.581 foram descartadas. Em 2019, a cidade teve um surto da doença. Foram 34 mil notificações por dengue. Dos suspeitos, 30.686 foram confirmados e 20 pessoas morreram por dengue.
O coordenador do CCZ pontuou ainda que os casos notificados de dengue, Zika e Chikungunya são repassados pela Vigilância Epidemiológica para o CCZ através de um formulário online para que o endereço da pessoa seja avaliado, assim como pontos específicos do bairro.
“Quando recebemos a informação, fazemos uma ação nos pontos para evitar que os casos da doença se multipliquem. A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea pode transmitir o vírus para outras pessoas”, explicou.
ARMADILHAS
Mesmo com o período de chuvas mais frequentes, os números de reprodução do Aedes aegypti registrados através do monitoramento feito nas ovitrampas apontam um pequeno aumento. Nas últimas semanas, o aumento no número de ovos encontrados nas armadilhas foi de 13,6%.
A armadilha é constituída por um vaso de planta preto, preenchido com água em que foi adicionada uma substância atrativa para o mosquito, que fica posicionado em um local e simula o ambiente perfeito para a procriação do inseto. Dentro do recipiente, há uma palheta de madeira que facilita que a fêmea bote os ovos.
A partir disso, a equipe do Centro do Controle de Zoonoses começa a realizar a coleta do material semanalmente para a contagem dos ovos, definindo assim a população do mosquito num raio de nove quarteirões.
"No início da ação, eram 600 armadilhas instaladas. Atualmente, já são 1.093. Com o aumento das chuvas nesta época do ano, os trabalhados com a ovitrampa são intensificados, pois as armadilhas permitem um monitoramento mais próximo e detalhado do comportamento do mosquito. O monitoramento é feito diariamente e dessa maneira, temos o endereço do mosquito, o que permite que as ações sejam melhores executadas", comentou Arruda.
Mesmo com o período chuvoso, a expectativa é que os casos ainda se mantenham abaixo da média dos últimos anos.
“Agora teremos uma nova realidade, pois já entramos no período de chuvas. Estamos no ambiente propício para que haja mais casos das doenças e até mesmo alta no número de mosquitos. Para que os casos permaneçam controlados, é importante o apoio e vigilância da população”, comentou.
Com o avanço da vacinação, os agentes de controle de zoonoses intensificaram os monitoramentos das armadinhas, além da volta às visitas as residências em Uberlândia.
CASOS EM MINAS
Até o último dia 10 de novembro, o estado registrou 23.636 casos prováveis dengue. Desse total, 14.811 casos foram confirmados para a doença. Até o momento, Minas teve seis óbitos por dengue.
‘UDI SEM DENGUE’
Lançado no fim do ano passado, o aplicativo “Udi sem Dengue” segue disponível para download. A ferramenta é mais um aliado da população no combate ao Aedes Aegypti, pois permite uma interação direta com a equipe do Programa de Controle da Dengue. Por meio do aplicativo, a população pode enviar fotos, vídeos e mensagens de texto ou voz alertando as equipes sobre possíveis criadouros do mosquito.