Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
25/11/2021 às 08h15min - Atualizada em 25/11/2021 às 08h15min

Carne bovina deve ficar mais cara durante festas de fim de ano em Uberlândia

Economista e gerente de açougue afirmaram que, mesmo com o leve recuo do preço do produto no mês passado, em novembro o valor voltou a subir e tem previsão de encarecer mais em dezembro

MARIELLE MOURA
Economista disse que procura pelo alimento será maior neste ano do que em 2020 I Foto: Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL
O preço da carne bovina deve ficar mais cara para as festas de fim de ano. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem do Diário de Uberlândia, mesmo com o recuo leve do valor da arroba da carne bovina em outubro, os preços em novembro voltaram a subir e a  previsão é que o produto encareça ainda mais devido à alta procura para as confraternizações de dezembro. 
 
De acordo com o economista Carlos Henrique Paixão, em outubro a arroba bovina chegou ao menor preço registrado em 2021 em razão do embargo da China em importar carne brasileira devido a suspeita de casos atípicos de vaca louca no início de setembro.
 
“Se analisarmos os dados, podemos observar que houve um recuo em outubro, por exemplo, no dia 21 a arroba bovina fechou no menor valor do ano, R$262,90. Podemos confirmar que houve essa queda em virtude da demanda principal ter sido subtraída”, disse.
 
Ainda segundo o economista, esse recuo do preço não chegou ao preço final repassado para o consumidor, uma vez que foi observado apenas no atacado. “Esse recuo foi no atacado e não no varejo. Percebemos como pesquisadores que quando há algum acontecimento de elevação de preço o varejo automaticamente eleva aquele preço, mas quando é para redução de preço, no atacado reduz o preço e o varejo demora a abaixar. Podemos falar isso dos combustíveis e também da carne”, informou.
 
Giuliano Alves Rabelo é gerente de um açougue em Uberlândia e disse que, apesar do preço ter abaixado no mês passado, em novembro o preço da arroba bovina chega a R$ 310 e que devido a oscilação de preço, conjugado com aumento de outros insumo, não é possível fazer o repasse ao consumidor.
 
“Recuou o preço em outubro, mas agora em novembro veio até mais caro e como está muito incerto não repassei nem o recuo e nem o aumento, por enquanto, para o consumidor, mas também deve ser levado em conta o aumento de combustíveis, das embalagens que influenciam no preço final do produto,” disse.
 
De acordo com Giuliano, desde o início da pandemia, o preço da carne aumentou 40% em Uberlândia, mas as vendas do segmento não caíram significativamente. Segundo ele, o comportamento do cliente mudou em relação a compra.  “O comportamento do cliente mudou. Durante a semana levam carnes que são consideradas mais baratas e na sexta-feira e sábado as vendas aumentam, principalmente daqueles cortes que são específicos para churrasco”, explicou.
 
O gerente ainda explicou que o preço do quilo da picanha está R$ 72,99, mas que em muitas vezes o consumidor vem substituindo essa carne por outras que são mais em conta e de qualidade semelhante.
 
“A picanha variou muito de preço, ela já foi mais barata, mas também já foi mais cara. Estou trabalhando com esse preço porque se ela ficar muito mais cara, provavelmente, o cliente não vai levar. Mas, a picanha está sendo substituída por outra mercadoria, alcatra e contrafilé, por exemplo, as pessoas estão gostando bastante de levar”, completou.
 
FESTAS DE FIM DE ANO
Segundo o economista, a previsão para as festas de fim de ano em 2021 é que o corte de carne fique ainda mais caro por conta da alta procura. “Ficamos apreensivos porque agora com o início das festas de fim de ano naturalmente existe um aumento de consumo, já que as pessoas confraternizam mais. Esse ano, com os efeitos pandêmicos mais brandos, permite que as pessoas se encontrem mais, tudo isso leva a um consumo maior”, disse.
 
De acordo com o gerente do açougue, a expectativa é que as vendas aumentem em relação a 2020, apesar de que o fim de ano do ano passado não foi de prejuízo para os comerciantes da área. Segundo ele, a venda de carnes aumenta menos que a de vestuário, por exemplo, e que os dias que mais vende são os que antecedem as festas.
 
“Os comerciantes de carne não tem um aumento tão expressivo como o de roupa, por exemplo, mas para esse ano temos as melhores expectativas, principalmente, para os dias 23, 24, 30 e 31 de dezembro que temos o maior volume de clientes”, completou
 
IMPASSE COM A CHINA
O embargo da China em relação à importação da carne brasileira completou dois meses no dia 4 de novembro. De acordo com dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), as exportações totais de carne bovina no país caíram 43% em outubro em comparação com o mesmo mês do ano passado.
 
A interrupção aconteceu após o Brasil confirmar dois casos atípicos de vaca louca em Minas Gerais e Mato Grosso. Desde então, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tenta negociação com o país para o fim do bloqueio, alegando que já está comprovado que a carne brasileira representa baixo risco em relação à doença. A a
dministração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) informou nesta terça-feira (23) autoridades chinesas liberaram a importação de lotes de carne bovina que foram certificados antes do embargo do dia 4 de setembro, porém, após essa data, o veto segue mantido pelo país. 

 
 
 
 

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90