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11/09/2021 às 14h00min - Atualizada em 11/09/2021 às 14h00min

Mesmo com protestos passageiros, lojistas de Uberlândia relatam problemas com paralisação dos caminhoneiros

Empresários registraram alta no preço de alguns alimentos e tiveram mercadorias atrasadas

GABRIELE LEÃO
Supermercado da cidade registrou aumento no valor do tomate | DIVULGAÇÃO
Estabelecimentos de Uberlândia registraram prejuízos causados pela breve paralisação dos caminhoneiros em algumas regiões do sudeste do país. Além do atraso no recebimento de mercadorias, produtos nas gôndolas dos supermercados ficaram mais caros, o que afetou o bolso do consumidor. 

O movimento de paralisação dos caminhoneiros teve início um dia depois das manifestações pró-governo ocorridas na última terça-feira (7). Alguns estados do Brasil aderiram à manifestação, mas, sem muita força, o Ministério da Infraestrutura informou, nesta sexta-feira (10),  que toda a malha rodoviária federal já estava aberta para o livre fluxo. 

Mesmo com o pouco tempo de paralisação, alguns empresários do município foram afetados. Esse foi o caso da Ana Paula Nunes, proprietária do Minas Coco. O imprevisto nas estradas atrasou a entrega de mais de 8 mil unidades de coco, que seriam destinados às três lojas da empresária. 

“Normalmente recebemos a mercadoria duas vezes na semana e ela vem de Sergipe. Com a paralisação nas estradas, o carregamento deveria chegar nesta sexta de manhã, mas só chegou à noite. Com isso, precisei ficar o dia todo fechada e remanejar o quadro de funcionários para tentar abrir no outro dia. Além de pagar hora extra, adicional noturno e outras despesas fixas, tive um prejuízo de mais de R$ 6 mil”, comentou a empresária. 

A realidade também não foi diferente em uma rede de supermercado do município. Rodrigo Martins trabalha há 15 anos como comprador de mercadorias do estabelecimento e, nesta semana, com o bloqueio, teve dificuldades em receber frutas. Além disso, com o valor mais elevado pela grande procura, Rodrigo acredita que o consumidor final vai sentir no bolso o resultado das paralisações nos próximos dias. 

“O preço da caixa de tomates subiu consideravelmente nesta semana. Antes, o valor para 22 kg custava cerca de R$ 120 e, com esse movimento nas estradas, chegou a R$ 180. Grande parte das mercadorias de frutas são encomendadas de São Paulo e, consequentemente, o consumidor deve receber esse aumento nos próximos dias”, comentou.

Rodrigo ainda comentou que não houve aumento de clientes procurando estocar alimentos, mas aqueles que foram até o local compraram mais mercadorias. “Por causa do histórico passado, os clientes ficaram com medo que isso fosse se repetir, mas assim como começou a paralisação, logo parou e isso ajudou a manter a calma entre os clientes”, comentou. 

A empresária Ana Paula também comentou que ficou preocupada com a situação, já que, além de estar no meio de uma pandemia, uma nova paralisação seria ruim para os negócios. 
“O ideal sempre que recebemos essas notícias é procurar estocar os produtos, mas como foi algo muito repentino, não tivemos tempo de nos preparar para isso. Mas, o lado bom é que já não tem mais força nessa paralisação”, disse.

O vice-presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Milson Borges afirmou que o setor não foi afetado de forma considerável e alertou os associados do setor quando percebeu que o movimento não teria tanta força.

“Nosso papel é oferecer maior orientação para os associados e ao contrário do que aconteceu em 2018, a paralisação não tinha tanta força e não foi apoiada pelo Governo. Sendo assim, cremos que não haverá falta dos suprimentos nos supermercados, já que o movimento já se dissipou”, concluiu.

ABRAS
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) comentou, por meio de nota, que descartou o risco de desabastecimento da rede supermercadista em decorrência dos protestos de caminhoneiros registrados nas rodovias de 15 estados. A Abras informou ainda que acompanha o monitoramento feito pelo governo federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que indica que o movimento já perdeu força e que pode durar mais um ou dois dias no máximo. 

“O abastecimento e os preços dos supermercados, portanto, não devem ser afetados, e não existe necessidade de antecipação de compras por parte do consumidor”, concluiu a associação.

NO BRASIL
Um balanço feito com base em informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou que a maioria das rodovias federais já estão liberadas. Na quinta-feira (9), a PRF já havia liberado 35 pontos de bloqueio e manifestações nas rodovias do país, feitas por caminhoneiros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

O Ministério da Infraestrutura informou que os últimos pontos de concentração de caminhoneiros estão restritos na região Sul do país, mas sem bloqueio de pistas.


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