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06/09/2021 às 08h20min - Atualizada em 06/09/2021 às 08h20min

Projeto da UFU compartilha informações sobre serviços básicos à transexuais e travestis

Plataforma reúne informações voltadas para acompanhamento médico, jurídico e divulgação de vagas de trabalho

LORENA BARBOSA
Projeto foi criado por alunos do curso de medicina da UFU | Foto: ARQUIVO PESSOAL
Alunos do curso de medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) têm trabalhado para informar pessoas transexuais e travestis sobre saúde e serviços básicos destinados ao público, através de uma plataforma virtual chamada Rede TRANSformação. O projeto, sem fins lucrativos, conta com o apoio financeiro do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA Brazil). A escolha de um atendimento voltado para esse público  se deu pela vulnerabilidade vivida pelo grupo.
 
As informações são compartilhadas por meio de textos educativos, lives e publicações que são postadas em um site próprio e também no Instagram. Laura Borges é uma das alunas responsáveis pelo projeto e explicou que um dos serviços divulgados é a lista de ambulatórios onde podem ser feitos a terapia hormonal e o acompanhamento médico e psicológico.
 
“Uberlândia possui um ambulatório, que é aberto à população. O problema é que ele não é muito conhecido pela sociedade. Daí surge a ideia de divulgar mais informações sobre saúde para a comunidade trans para que essas pessoas possam saber que existe esse serviço disponível a elas”, explicou Borges
 
A estudante se referiu ao Centro de Assistência Integral para Saúde Transespecífica (CRAIST). O ambulatório é referência na região e disponibiliza atendimento psicológico, tratamento com fonoaudiólogo, além de realizar procedimentos como retirada de mama, do útero e ovários. O centro também oferece a hormonioterapia. A ginecologista Camila Toffoli, além de orientar o trabalho do grupo, também faz parte da equipe do CRAIST e conta que o processo é fundamental para o reconhecimento e aceitação do paciente trans.
 
“São medicamentos que vão tornar o corpo mais próximo do gênero que a pessoa se sente pertencer. Um homem trans, por exemplo, passa por um tratamento hormonal que vai fazer crescer a barba. Fazer a musculatura e o formato do corpo se aproximar a um corpo masculino. Atualmente, a gente atende cerca de 12 pacientes por semana só para a homonioterapia”, contou a médica.
 
No site também é encontrado informações sobre abrigos que fazem a orientação jurídica em casos de violência e que proporcionam um local para que essas pessoas, historicamente marginalizadas por boa parte da população, possam ficar.
 
Outro ponto importante é a falta de oferta de trabalho que, segundo os estudantes, também é um retrato da não aceitação das pessoas trans como parte da sociedade. Vagas de emprego são divulgadas no site do projeto através de uma parceria com o site Transempregos, que facilita o acesso à informação de lugares que contratam pessoas trans e travestis.
 

Além de todo o serviço necessário para a inclusão de travestis e transexuais na sociedade, um dos objetivos da Rede TRANSformação é também preparar profissionais da saúde para o atendimento humanizado a essas pessoas nas unidades médicas. A orientadora do grupo destaca que é preciso que os estudantes saiam da universidade como profissionais que estejam aptos a atender e acolher travestis e transexuais.
 
“É preciso que eles saibam o que é o nome social, como respeitar esses pacientes e orientá-los da maneira correta. Se não tivermos uma formação profissional capacitada, nós não vamos contribuir com a sociedade no futuro. Independente de qualquer coisa é preciso respeito”, concluiu a orientadora Camila Toffoli
 
O site Rede TRANSformação foi criado pelos alunos Anna Júlia Ferreira, Beatriz Propheta Falleiros, Laura Mateus Borges, Letícia Guimarães, Maria Cecília Inácio e Vinícius Ferreira Rende, todos graduandos do curso de medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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