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24/07/2021 às 08h30min - Atualizada em 24/07/2021 às 08h30min

Reforma tributária pode aumentar faixa de isenção do IR de pessoa física para R$ 2,5 mil

Economista Carlos Henrique Paixão vê medida como positiva; para o presidente da Aciub, Paulo Romes, Brasil já é um país com muitos tributos

GABRIELE LEÃO
Faixa de isenção do IR para pessoas físicas, segundo a Receita Federal, foi corrigida em 31% I Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os projetos de reforma tributária estão em análise no Congresso e têm chance de serem votados nos próximos dias. O projeto altera as regras do Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas e tributa lucros e dividendos. Em Uberlândia, o economista Carlos Henrique Paixão e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), Paulo Romes Junqueira, comentaram sobre os futuros impactos para a cidade e os contribuintes.

A ideia do ministro Paulo Guedes é de alterar a proposta de redução da alíquota do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) para promover um corte de 10 pontos percentuais na taxação já em 2022, além de corrigir a faixa de isenção para até R$ 2,5 mil para pessoas físicas no IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física). Com isso, haverá atualização das demais faixas da tabela.

As demais faixas, porém, estão sendo atualizadas com uma correção menor do que a faixa de isenção. A faixa de isenção, segundo a Receita Federal, foi corrigida em 31%. Já as demais faixas, informou o órgão, foram atualizadas em cerca de 13%.

Ainda de acordo com a Receita, mais de 5,6 milhões de brasileiros passarão a ser considerados isentos do Imposto de Renda com a medida.

De acordo com o economista Carlos Henrique Paixão, a reforma tributária é uma modificação nas leis que determinam os tributos e a sua forma de cobrança. “Se aprovada, essa mudança vai permitir que as pessoas tenham mais recursos. Isso aumenta a rotatividade da economia, de forma indireta, já que esse valor, que antes era retirado da folha de pagamento, será destinado a mais renda para o trabalhador, que vai gastar com outros serviços, como alimentação, o que gera o aquecimento da economia local", comentou.

O economista ainda ressaltou que essa atitude é uma das medidas para a recuperação da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus. "A primeira medida tomada foi o Auxilio Emergencial, e agora, com a possível aprovação da reforma tributária, a proposta é fazer que mais dinheiro circule. O governo precisa que a população tenha renda, gere empregos e renda, e essa é uma medida positiva para as empresas", explicou Carlos Henrique Paixão.

SETOR PRODUTIVO
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), Paulo Romes Junqueira, afirmou que o Brasil já é um país com muitos tributos, e os brasileiros recebem pouco desses retornos do governo, como saúde e educação. “A Aciub oferece a orientação para o empresariado sobre as novas mudanças e declaração do Imposto de Renda, mas com todas essas alterações, e sem realmente uma reforma tributária, vamos continuar pagando mais impostos. O nosso pedido é que a taxa de isenção seja revista anualmente, para ser mais justa, de acordo com a inflação. A tributação brasileira já é muito difícil de ser entendida, além de burocrática, e o nosso objetivo é gerar mais postos de trabalho”, disse Paulo Romes.

Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), a defasagem chegou a 113,09% neste ano, considerando a inflação acumulada de 1996 a 2019 e as atualizações feitas na tabela no mesmo período. Se a defasagem fosse corrigida, o estudo diz que a faixa de isenção deveria ser ampliada para quem ganha até R$ 4.022,89.

TABELA DO IR - SAIBA O QUE PODE MUDAR
A tabela do Imposto de Renda não tem correção desde 2015. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco).
 
Faixas Atuais do Imposto de Renda
•             Faixa 1 – Até R$ 1.903,98: isento
•             Faixa 2 – De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65: 7,5%
•             Faixa 3 – De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05: 15%
•             Faixa 4 – De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68: 22,5%
•             Faixa 5 – Acima de R$ 4.664,68: 27,5%.
 
Nova tabela proposta pelo governo
•             Faixa 1 - até R$ 2.500: isento
•             Faixa 2 - De R$ 2.500,01 até R$ 3.200: 7,5%
•             Faixa 3 - R$ 3.200,01 até R$ 4.250: 15%
•             Faixa 4 - R$ 4.250,01 até R$ 5.300: 22,5%
•             Faixa 5 - Acima de R$ 5.300,01: 27,5%
 

 
 
 
 

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