Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
21/07/2021 às 08h40min - Atualizada em 21/07/2021 às 08h40min

Mesmo com queda em junho, cesta básica continua 15% mais cara que em 2020

Também segundo boletim do Cepes/UFU, no primeiro semestre deste ano, a inflação acumulada foi de 3,49%

LORENA BARBOSA
Preços dos produtos da cesta básica ainda estão maiores que os praticados no ano passado | Valdemir Reis
De acordo com o Centro de Estudo, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), em junho, o gasto mensal com a Cesta Básica de Alimentos (CBA) ficou em torno de R$ 514,57, cerca de 2,88% mais baixo do que o valor médio de maio, que era de R$ 529,85. Considerando os seis primeiros meses do ano, essa foi a quarta vez que a cesta básica ficou mais barata. Entretanto, mesmo com as quedas, se analisados os 12 últimos meses, a cesta básica continua 15,23% mais cara se comparado a 2020.

O pesquisador e economista do Cepes/UFU, Carlos Henrique Cássia Fontes, destacou que as quedas mais significativas foram nos preços da batata (-17,50%), da banana (-17,27%) e do tomate (-15,83%), por questões sazonais. Por outro lado, os maiores aumentos foram verificados no café (6,07%) e na farinha de trigo (3,48%). “O café está sujeito a variação de preço do mercado internacional. Boa parte do café é exportado. A entressafra e as questões climáticas também influenciam”, disse o pesquisador.

O consumidor, no entanto, não sentiu a queda do valor médio da cesta básica registrada em junho devido aos sucessivos aumentos dos itens, principalmente, no segundo semestre do último ano. De acordo com Valdemir Reis, gerente de compras de uma rede de supermercados em Uberlândia, a baixa foi bem pequena. Para Reis, considerando a variação no preço de um item ou outro da cesta. pela cabeça do consumidor, esse preço está estagnado. “Por exemplo, a gente vê uma ligeira queda no arroz, uma marca ou outra faz promoção. Mas, em contrapartida, o café subiu muito. Então, às vezes, no geral, teria essa baixa de mais de 2%, mas como tem produtos que estão subindo muito, acho que não chega muito essa percepção no consumidor”, disse o gerente.

Valdemir Reis explicou também que o comportamento do consumidor no mercado mudou muito no último ano. Os compradores têm se aventurado mais com marcas desconhecidas justamente pela diferença de preço. “Mesmo sendo um produto que ele não conhece, está mais suscetível a experimentar. Esse movimento já vem há algum tempo. Desde o início da pandemia, no ano passado”, afirmou.

O Cepes divulgou, também, a estimativa de salário mínimo necessário para o sustento de uma família composta por dois adultos e duas crianças em Uberlândia. O valor, em junho, ficou em R$ 4.322,90, quantia distante do salário mínimo atual, que é de R$ 1.100,00.

IPC
Ainda de acordo com o boletim do Cepes/UFU, o Índice de Preços do Consumidor (IPC), em junho, ficou em 0,48%, uma queda de 0,41% se comparada a maio. No primeiro semestre deste ano, a variação acumulada foi de 3,49% e nos últimos 12 meses, entre junho de 2020 e junho de 2021, soma 8,82%.

Carlos Henrique Cássia Fontes, pesquisador e economista do Cepes/UFU, apontou que muitos fatores pressionaram a inflação nos últimos meses. “Até há algum tempo, era a carne que tinha subido, mas, em maio e junho, foi a energia elétrica”, observou o economista.

O principal aumento de preços em junho foi do Grupo Transportes, com elevação de 1,5%. Neste grupo, os itens “veículo próprio” e combustíveis” foram os que mais encareceram em relação a maio, respectivamente, 1,83% e 2,18%

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90