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14/07/2021 às 20h00min - Atualizada em 14/07/2021 às 20h00min

Teste salivar para diagnosticar covid desenvolvido pela UFU aguarda aprovação da Anvisa

Expectativa dos pesquisadores é que o diagnóstico fique mais acessível a comunidades carentes; resultado do exame sai em dois minutos

LORENA BARBOSA
Pesquisadora Paula Santos participou do desenvolvimento do teste rápido salivar na UFU I Fotos: Divulgação/UFU
O Laboratório de Nanobiotecnologia, do Instituto de Biotecnologia (IBTEC) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), desenvolveu um teste simples feito pela saliva que pode detectar a covid em apenas dois minutos. A pesquisa foi coordenada pelo professor doutor Luiz Ricardo Goulart.

Paula Santos, pós-doutoranda do IBTEC, explicou que a detecção salivar rápida de covid-19 é feita por um equipamento que vai traçar o perfil químico daquela amostra através de um infravermelho. Durante o desenvolvimento, todos os resultados foram comparados com um banco de dados criado por inteligência artificial com os resultados obtidos por PCR, que hoje é o teste padrão ouro utilizado. Segundo os dados, o método de diagnóstico salivar tem acertabilidade de 92%.

Ainda de acordo com os pesquisadores, o teste desenvolvido na UFU tem uma sensibilidade ainda maior, uma vez que detecta não somente se o teste deu positivo, mas também se a amostra testada esteve em contato com o vírus. “A pessoa pode ter entrado em contato com o vírus, mas não ter adquirido a doença por ter tido uma baixa carga viral durante a infecção. Às vezes, o nosso teste pode dar positivo, e ele não ser detectado no PCR. Mas isso significa que a pessoa teve contato com o vírus”, disse Paula Santos.

O teste salivar é bem menos invasivo, diferente do PCR, onde a haste é colocada bem no fundo do nariz ou da garganta. No salivar, é recolhida apenas uma amostra. Ele tem ainda a vantagem financeira por não usar nenhum reagente. A operação do aparelho também é simples, segundo Paula Santos. “O teste é muito mais barato, então ele é mais fácil de ter acesso a comunidades desfavorecidas economicamente. Ele pode chegar a locais de difícil acesso, regiões ribeirinhas e comunidades indígenas. É um equipamento pequeno e fácil de levar”, explicou a pós-doutoranda.

Os coordenadores da pesquisa aguardam agora a aprovação do teste salivar pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para acelerar o processo, o IBTEC fez uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Eles coletaram amostras de pacientes de vários hospitais de campanha e fizeram a validação do nosso teste. Aumentaram o número de testados. Mostrando a eficácia, favorece a aprovação pela Anvisa’, observou a pesquisadora.

A intenção é que assim que o teste salivar for aprovado ele seja utilizado pelos laboratórios e também pelo governo, uma vez que o IBTEC tem uma parceria com o Ministério de Ciência e Tecnologia. A ideia dos pesquisadores é que a agilidade do diagnóstico ajude a conter o avanço da covid-19, uma vez que quanto mais rápido for descoberta a doença, mais rápido o paciente se isola e começa o tratamento. A expectativa é de que em até dois meses o teste salivar desenvolvido pelo IBTEC esteja aprovado pela Anvisa e pronto para a utilização.


 
 

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