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17/05/2021 às 16h45min - Atualizada em 17/05/2021 às 16h45min

Empreendedorismo Por Necessidade Aumenta Durante Pandemia

Mesmo com pandemia, número de empresas abertas supera as fechadas em 2,3 milhões em todo o Brasil

CELSO MARTINS | ESPECIAL PARA O DIÁRIO

Nos nove primeiros meses de 2020, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no Brasil cresceu 14,8%, em comparação com o mesmo período de 2019, alcançando a marca impressionante de 10,9 milhões de registros.

Os dados sobre o empreendedorismo durante a pandemia são positivos e isso tem gerado uma enorme “romantização” sobre o perfil corajoso e animado do brasileiro.

No entanto, uma análise um pouco mais profunda dos números relacionados ao empreendedorismo no Brasil, demonstra que nem sempre o empreendedor é alguém que tem o perfil de um administrador ou gestor de negócios e, na verdade, o empreendedorismo de uma grande parcela dos novos empresários é apenas o reflexo do desespero causado pelo desemprego e desamparo em situações extremas.

Segundo Carlos Melles, diretor-presidente do Sebrae, "o desemprego está levando as pessoas a se tornarem empreendedoras. Não por vocação genuína, mas pela necessidade de sobrevivência".

Desigualdade Social Ficou Mais Evidente Durante a Pandemia

Não basta excluir conta Instagram e Facebook para não ver os influencers viajando para as Maldivas com escala no México enquanto uma parte da população não tem condições de pagar por um almoço.

A desigualdade social ficou muito mais evidente durante a pandemia, visto que algumas pessoas se queixavam do tédio e do quanto estava cansativo ficar em casa, enquanto outros se preocupavam em como alimentariam os filhos na época em que o auxílio emergencial era apenas uma possibilidade em análise – o que ainda não resolveria e não resolveu o problema de grande parte das famílias, mas auxiliou em suas subsistências.

Não poder sair para trabalhar foi um dos maiores problemas enfrentados pelos autônomos que dependiam das vendas diárias para suprir as suas necessidades mais básicas e a busca por novas alternativas fez com que muitos trabalhadores domésticos e informais precisassem iniciar um empreendimento para conseguir suprir o básico para suas famílias.

Empreendedorismo Digital Cresce Durante Isolamento Social

Marcelo, CEO da BQHost, empresa que desenvolve websites, percebeu o aumento da demanda pela criação de lojas e sites de serviços logo nos primeiros meses da pandemia.

O aumento também foi notado por agências prestadoras de serviços de SEO - Search Engine Optimization, gerenciamento de mídias sociais e gestão de tráfego pago.

A alta demanda fez com que as agências aumentassem o número de profissionais contratados e também abrisse espaço para freelancers habilitados, o que fez com que muita gente resolvesse empreender nessa área.

Bruna Bozano, especialista em e-commerces, revela que desde o início da pandemia, viu a demanda por auxílio na criação de negócios online crescer como não ocorria desde a crise de 2008, “dado que revela o quanto o brasileiro recorre ao empreendedorismo quando não encontra outras oportunidades no mercado” – declara.

Aumenta o Número de Interessados em Pequenas Franquias

Além dos negócios digitais, outro segmento que atraiu olhares de novos empreendedores foi o de franquias.

Por serem modelos testados anteriormente e já contarem com um plano de negócios elaborado, as franquias se tornaram uma possibilidade de investimento para quem perdeu o emprego durante a pandemia e pôde acessar ao FGTS ou recebeu alguma quantia referente à rescisão contratual.

Pesquisa do Sebrae concluiu que aproximadamente 25% da população brasileira adulta esteve envolvida na abertura de um negócio - ou alguma atividade de renda adicional em 2020, e boa parte dessas pessoas resolveu investir suas energias em uma franquia.

A busca tem sido por franquias mais baratas, principalmente no ramo alimentício e em modalidades que comportem delivery. As principais opções vão de churrasco e salgados a franquia de sorvete até 20 mil.

Segundo Adriana Auriemo, diretora de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos da ABF (Associação Brasileira de Franchising), “a microfranquia profissionaliza o microempresário. Dessa forma, ele recebe o suporte da franqueadora para partes do negócio que ele não tinha tanto conhecimento. Como o investimento inicial é mais baixo, ele entende o mercado de franquias ao entrar numa microfranquia e, depois, se sente preparado para buscar até franquias maiores”.

A opção é interessante para quem nunca teve um negócio, mas não quer começar sem nenhum tipo de suporte.

Os empreendedores por necessidade frequentemente se veem obrigados a iniciar um empreendimento com o que tem e sem planejamento, e é justamente esse o fator que mais conduz as empresas à falência no primeiro ano.

O apoio de um franqueador pode ser um grande aliado para que isso não aconteça e o negócio possa, de fato, auxiliar na manutenção do atendimento às necessidades familiares.

Considerações Finais

O perfil empreendedor e dinâmico do brasileiro é, de fato, algo a se orgulhar, porém, é importante que seja disseminada a ideia de que conhecimento é essencial para empreender e que, muitas vezes, o impulso da necessidade faz com que as pessoas invistam suas reservas financeiras e esperanças em um negócio que se tornará prejuízo rapidamente.

Buscar o apoio de especialistas e instituições como o Sebrae pode ser um divisor de águas na vida de um empreendedor e conduzi-lo a resultados muito melhores e efetivos.

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*Essa publicação é de responsabilidade do anunciante e não representa necessariamente a opinião do Diário de Uberlândia.

 


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