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12/04/2021 às 14h15min - Atualizada em 12/04/2021 às 14h15min

SOS Mulher e Família registra aumento de 84% na quantidade de atendimentos em 2020

Elevação na procura por auxílio e apoio pode ser reflexo do aumento no número de casos de violência doméstica durante a pandemia

BRUNA MERLIN
Medo ainda é empecilho para vítimas denunciarem violências I Foto: Marcello Casal Jr./Arquivo/Agência Brasil
Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, os serviços de orientação, proteção e denúncia de violência doméstica não pararam em Uberlândia. Um exemplo disso, é a organização SOS Mulher e Família, que realizou mais de 3,2 mil atendimentos no ano de 2020, número 84% maior do que o total de procedimentos realizados em 2019.

Segundo a assistente social da ONG, Rhayza Costa, a procura pelos serviços e apoio da SOS cresceu, principalmente, durante os primeiros meses da pandemia. Para ela, o aumento na procura pode ser um reflexo da elevação de casos que aconteceram durante o período.

“As vítimas passaram a ficar mais em casa com os agressores, aumentando, assim, o índice de violência. Sendo assim, a procura por auxílio e orientação também aumentou”, explicou.

Conforme apontam os dados da SOS, os principais atendimentos estão relacionados às vítimas de agressão psicológica (29%), agressão moral (28%) e agressão física (22%). Em seguida, vêm os atendimentos de violência sexual (11%) e patrimonial (10%).

A organização se tornou uma referência para o combate da violência à mulher na cidade. De acordo com Rhayza Costa, além dos serviços de auxílio psicológico e jurídico oferecidos tanto de forma presencial quanto online, a SOS também é muito procurada para que as pessoas se informem melhor sobre o que é agressão e o que pode ser feito quando isso acontece.

“Recebemos muitos pedidos de orientação. Ainda surgem muitas dúvidas sobre quais são a leis que protegem a vítima, quais os procedimentos que devem ser tomados e até mesmo o que é uma violência e o que não é”, complementou.

A humanização dos atendimentos também é um ponto relevante para que a ONG seja cada vez mais referência no município. A assistente social explicou que a violência doméstica é uma situação muito difícil de intervir, mas que com a devida orientação, auxílio e apoio, cada vez mais vítimas estão dispostas a pedir ajuda.

“Aqui, oferecemos acolhimento e soluções para todos os tipos de violência doméstica, sempre respeitando a decisão da vítima”, ressaltou.

DENÚNCIA
Além dos serviços de apoio e orientação, a denúncia da violência é um passo importante para que medidas mais rígidas sejam aplicadas ao agressor como, por exemplo, medida protetiva e até mesmo prisão. Além da vítima, a denúncia também pode ser feita por familiares e testemunhas que presenciaram o fato.

A denúncia ainda é um assunto e uma decisão delicada para muitas vítimas. O medo de acontecer algo pior, a dependência financeira e o receio de afetar membros da família, como filhos, são alguns dos empecilhos que acabam influenciando as vítimas a não representarem de forma criminal contra os autores.

Conforme dito pela assistente social da SOS Mulher e Família, Rhayza Costa, todos os procedimentos de uma denúncia são repassados com detalhes às pessoas que procuram a organização. “Orientamos e aconselhamos sobre esse passo. Contudo, a decisão é da vítima e nosso papel não é intervir de uma forma que ela não queria porque existem diversas razões por trás da decisão de não denunciar”, disse.

POLÍCIAS
As polícias Militar e Civil também desempenham um papel importante para combater a violência doméstica na cidade. Os órgãos recebem denúncias diariamente de ocorrência e agem de forma mais imediata para conter a ação criminosa.

Segundo o delegado-chefe do 9º Departamento de Polícia Civil de Uberlândia, Marcos Tadeu de Brito, a denúncia do fato também pode ser feita tanto pela vítima quanto por testemunhas ou familiares. “Se houver agressão física, atrito verbal, ameaça ou descumprimento de medida protetiva, deve ser denunciado”, destacou.

Caso esteja passando por algum tipo de violência doméstica, seja ela física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial, procure auxílio e ajuda através dos números abaixo. Caso tenha presenciado uma ocorrência de violência doméstica, utilize os telefones abaixo para que providências sejam tomadas.
 
 
SOS Mulher e Família:
(34) 3215-7862
Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: (34) 3231-3756
Central de Atendimento à Mulher: 180
Polícia Militar: 190
 
 
 
 
 

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