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24/03/2021 às 11h55min - Atualizada em 24/03/2021 às 11h55min

Com quase 1,6 mil mortes, pandemia em Uberlândia segue sem previsão de melhora

Para o infectologista Marcelo Simão, presença da variante de Manaus na cidade dificulta qualquer tipo de prognóstico sobre a doença

FERNANDO NATÁLIO
Infectologista ouvido pelo Diário disse que não é possível prever platô I Foto: Rubia Cely/Funed
Com as 25 mortes por Covid-19 registradas nesta terça-feira (23), Uberlândia chegou a 1.599 óbitos em decorrência do coronavírus. E com os 460 casos contabilizados em 24 horas, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, o total de contaminados chegou a 78.521, mais de 10% da população do município.

A cidade também continua com 100% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da rede municipal ocupados e mais de 750 pacientes com a doença internados nas redes pública e privada (302 em UTI e 465 em enfermaria) e não tem previsão de redução destes números e, consequentemente, de melhora da pandemia. A afirmação é do infectologista Marcelo Simão, integrante do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Covid-19 em Uberlândia.

“É difícil fazer previsões sobre essa doença, principalmente com a variante P1 (de Manaus), que já está em circulação na cidade e que o ministro da Saúde ajudou a disseminar pelo país transferindo para diferentes regiões pacientes que estavam com a variante. Não temos como dizer quando será o platô (estabilização no número de novos casos) em Uberlândia e nem quando haverá a diminuição da pandemia”, disse Marcelo Simão.

“Só podemos afirmar que o controle desta pandemia só pode ocorrer de uma forma: com a vacinação em massa da população. Precisamos aumentar a imunização, mas, neste momento, o país não tem a quantidade de vacinas necessária. O que recebemos de vacinas aqui não é suficiente”, explicou.
 
POSSIBILIDADE DE FLEXIBILIZAÇÃO
Apesar dos números altos de mortes, internações, ocupações de UTI e de casos novos da doença e da falta de vacinas e de condições para fazer previsão do recuo da pandemia, ainda de acordo com o infectologista, o número de mortes por coronavírus na cidade pode estar em queda, já que ele acredita que parte dos óbitos atuais informados no boletim ocorreu em dias anteriores. “Esses números têm atrasos porque é impossível o município receber todos os atestados médicos no mesmo dia. Por isso, pedi para que o Município faça um levantamento para checar estes dados”, afirmou.

Também conforme o integrante do Comitê de Enfrentamento ao Covid, baseado nessa possibilidade de redução do número de mortes por coronavírus, as restrições severas atuais na cidade poderão ser revistas. “Vamos avaliar, novamente, a situação da cidade nesta semana e pode haver alguma flexibilização a partir da próxima semana. O Comitê vai reunir e discutir essa possibilidade”, disse Marcelo Simão.



 

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