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12/03/2021 às 07h53min - Atualizada em 12/03/2021 às 07h53min

Uberlândia perde Cora Pavan de Oliveira Capparelli, fundadora do Conservatório Estadual de Música

A musicista e maestrina morreu aos 95 anos, na madrugada desta sexta-feira (12), vítima da Covid-19

DA REDAÇÃO
Cora Pavan era referência da música em Uberlândia I Foto: Arquivo pessoal
Uberlândia perdeu um de seus maiores patrimônios culturais na madrugada desta sexta-feira (12). Morreu, aos 95 anos, Cora Pavan de Oliveira Capparelli, fundadora do Conservatório Estadual. Após 15 dias de luta contra a Covid-19, dos quais três internada em um hospital da cidade, a musicista e maestrina fechou seu piano para sempre e deixou de luto a música em Uberlândia.

Neta de italianos, filha única do comerciante e político Angelino Pavan e da modista Adélia de Oliveira Pavan, Dona Cora, como era conhecida, foi casada com o médico Vittorio Capparelli (1915-2016), com quem teve três filhos: Cristina Maria, casada com Fredi Gerling; Vittorio Amilcar, casado com Wânia Maria Franca, e Silvio Demétrio Capparelli, casado com Adriana Barbosa Freitas, que lhes deram oito netos e quatro bisnetos.

Precursora do ensino superior de Música e Artes Plásticas, cursos que depois deram origem à Faculdade de Artes de Uberlândia e incentivadora ativa das artes, Cora Pavan Capparelli era referência da música em Uberlândia.

Primeira musicista da cidade, Dona Cora iniciou, há 63 anos, com recursos próprios, o Conservatório Estadual de Música, que leva seu nome e foi doado ao Estado. Com a proposta de criar uma escola de música que pudesse oferecer aos estudantes de arte de Uberlândia os benefícios de uma instrução formal e regulamentada, a maestrina fundou o Conservatório, que, no início, foi a primeira escola de ensino superior da cidade e é referência na música e na cultura de Uberlândia até hoje.

Graduada em Canto e Música, pelo Conservatório Dramático e Musical, e em História e Geografia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), Dona Cora nunca deixou de tocar piano, trabalhar e fazer projetos musicais em Uberlândia.  “Toco todo dia. Eu tenho dois pianos em casa, tenho um harmônio. Eu toquei acordeom muitos anos e não toco mais porque dói a coluna. Ainda dou aula até hoje, mas gratuitamente”, disse, em entrevista concedida ao Almanaque Uberlândia de Ontem e Sempre, há nove anos.   
      
Em 2014, foi lançado o documentário “Tons de Cora”, produzido por Celso Machado e Nara Sbreebow. O trabalho resgatou a trajetória da musicista Cora Pavan Capparelli, uma das artistas mais respeitadas de Uberlândia (
http://www.museuvirtualdeuberlandia.com.br/site/tons-de-cora-de-celso-machado-e-nara-sbreebow/), que, agora, deixa a vida escrevendo mais uma página da história da cultura e da música de Uberlândia.





 

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