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28/02/2021 às 08h30min - Atualizada em 28/02/2021 às 08h30min

Pandemia reduz em 58% movimentação de passageiros na rodoviária de Uberlândia

Principal motivo da queda no número de embarques e desembarques é a diminuição de viagens feitas por universitários

FERNANDO NATÁLIO
Principal motivo na diminuição de passageiros, segundo o setor administrativo do terminal, é a redução de viagens por universitários I Foto: Paulo Roberto Pereira
A pandemia do coronavírus fez a movimentação de passageiros na rodoviária de Uberlândia cair aproximadamente 58%. Foram registrados 88.093 embarques e desembarques em janeiro de 2020, antes do início dos casos de covid-19 na cidade, enquanto que no mesmo mês em 2021, período de aceleração do número de casos e mortes nesta segunda onda da doença, 37.043 viajantes passaram pelo terminal local, ou seja, menos da metade.

Segundo o agente administrativo da rodoviária, Paulo Roberto Pereira, o principal motivo da queda é a redução de viagens feitas pelos estudantes universitários. “O movimento maior no terminal era deste público, que tinha família na região e viajava, principalmente, nos fins de semana, para ver seus entes. Com a pandemia, as aulas de várias universidades passaram a ser online e, com isso, muitos destes estudantes resolveu voltar para a casa de seus familiares, até para ficar próximos de seus pais nesse momento difícil e economizar, evitando pagamentos de viagens, alugueis, entre outras contas”, analisa.

Ainda de acordo com Paulo Roberto Pereira, essa redução de embarques e desembarques de estudantes atingiu as viagens de ônibus para municípios da região como Patos de Minas (MG), Ituiutaba (MG), Campina Verde (MG), Patrocínio (MG), Monte Alegre (MG) e até municípios de outros estados que não ficam tão distantes, como Itumbiara (GO). “Essas cidades foram as mais afetadas. Toda sexta-feira e domingo, de tarde e de noite, a rodoviária ficava cheia, porque os estudantes iam e voltavam das cidades de suas famílias nos fins de semana. Agora, esse movimento está bem menor”, explicou.

Como consequência dessa diminuição, afirmou o agente administrativo do terminal, houve queda também no número de horários disponíveis para viagens com estes destinos. “Teve redução da ordem de 25% nos horários. Teve empresa que oferecia oito horários para determinada cidade, chegou a diminuir para quatro e, hoje, estabilizou em seis”, revelou.
 
TOQUE DE RECOLHER
Com a determinação do Núcleo Estratégico do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Covid-19 para que Uberlândia ficasse na Fase Rígida, que é a mais restritiva do Plano Municipal de Funcionamento das Atividades Econômicas, desde o dia 19 e com prorrogação até o dia 5 de março, a rodoviária local não teve muita variação no seu movimento, segundo Paulo Roberto Pereira.

Mas, ainda de acordo com o agente administrativo, o toque de recolher, válido das 20h às 5h, desde terça-feira (23), determinado pela Prefeitura de Uberlândia para conter o avanço da pandemia da Covid-19 na cidade, afetou o fluxo de pessoas que vão ao terminal para levar ou receber viajantes. “Como está proibida a circulação de pessoas nas vias das 20h às 5h, exceto para questões de saúde, muitos parentes de passageiros têm preferido não vir à rodoviária de noite”, disse.
 
CIDADES MENORES
Para garantir o livre mercado na exploração dos serviços de transporte interestadual, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (CPPI) publicou a resolução nº 71, que prevê o regime de autorização para o serviço rodoviário coletivo interestadual e internacional, observando princípios como a livre concorrência, a liberdade de preços, de itinerário e de frequência.

A medida é criticada pelo diretor da Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros (ANATRIP), Flávio Maldonado, que aponta o risco para passageiros de cidades pequenas, inclusive da região, como Prata (MG), Campina Verde (MG) e Monte Alegre (MG).

Segundo Maldonado, com a livre concorrência, muitas empresas têm preferido atuar somente em cidades rentáveis para elas, levando à redução de horários para viagens em municípios menores, considerados menos vantajosos financeiramente. “Já temos visto estas diminuições de horários e de ônibus em municípios como Prata, Campina Verde e Monte Alegre. Por isso, entendemos que, apesar do livre mercado, deve haver regras para que as empresas possam operar, como a exigência do atendimento adequado às cidades menos rentáveis também”, avaliou o diretor da ANATRIP.  





 

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