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19/02/2021 às 19h00min - Atualizada em 19/02/2021 às 19h00min

Entidades reagem ao novo decreto anunciado pela Prefeitura

CDL, Aciub e FIEMG enviaram posicionamentos em relação às novas medidas anunciadas nesta semana

DHIEGO BORGES/FERNANDO NATÁLIO
“Estamos na fase vermelha e não temos como evitar ações mais radicais”, disse o prefeito I Foto: VALTER DE PAULA/SECOM/PMU
Entidades de classe ligadas ao setor do comércio e da indústria reagiram, nesta sexta-feira (19), às novas medidas anunciadas pela Prefeitura de Uberlândia para o funcionamento de estabelecimentos na cidade a partir deste sábado (20).
 
Por meio de notas enviadas à imprensa, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia, a Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) Regional Vale do Paranaíba se posicionaram a respeito do decreto anunciado na última quinta-feira (18).
 
CDL
Em comunicado, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia lamentou as novas restrições anunciadas ao setor do comércio.
 
Confira a nota na íntegra:
 
“Mais uma vez, o poder público imputou a culpa do aumento dos casos da Covid ao comércio e serviços, apesar de já ter sido comprovado que as atividades econômicas, cumprindo todas as normas de higiene e saúde, não têm responsabilidade pela propagação do vírus.
E o pior, com a rígida restrição das atividades, as pessoas têm um comportamento de feriado, saem de casa e se ajuntam socialmente e a deliberação se torna novamente ineficaz.
O poder público tardou em tomar a atitude de fiscalização e repressão às aglomerações e às festas clandestinas e não disponibilizou o atendimento preventivo nas UAIs, conforme pedido do procurador da República e membro do Comitê de Enfrentamento à Covid de Uberlândia, Cléber Eustáquio Neves.
Talvez, por questões políticas ou por falta de representantes da cidade na Câmara Federal, o executivo demorou a solicitar mais leitos de UTIs no hospital de clínicas da UFU ou infelizmente não foi atendido pelo Ministério da Saúde. 
Diante desta lamentável situação, só nos resta, como entidade representativa, interceder junto aos governos estaduais e federais, pelo envio prioritário de mais verbas e vacinas para nossa região e reforçar a necessidade do diálogo com a prefeitura, para que haja sintonia na tomada de decisões.  
A pergunta que fica é: Já que as atividades comerciais não são as responsáveis pela propagação da doença, será que o poder público vai reduzir os impostos para as empresas afetadas?”, destacou a CDL.
 
ACIUB
A Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), por meio de seu presidente, Paulo Romes Junqueira, também lamentou a situação vivenciada na cidade, mas disse que vai orientar que os associados sigam as novas determinações.
 
Veja na íntegra:
 
“Diante da Deliberação 05, do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Covid-19, anunciada neste dia 18 de fevereiro, a Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub) vem a público informar que, mesmo tendo convicção de que o fechamento do comércio não se mostrou eficaz para a redução dos índices de contaminação em nenhum lugar do mundo, porém irá orientar seus associados a cumprir as determinações do poder público, como sempre o fez.
A Aciub lamenta que a situação tenha chegado a este cenário extremamente delicado, em função da sobrecarga do sistema de saúde, público e privado. Reforçamos que desde o início da pandemia temos contribuído de forma efetiva nesta guerra contra o coronavírus, atuando, juntamente com demais representantes do setor produtivo, em campanhas sociais e com contribuições para aquisições de equipamentos e suprimentos destinados às unidades de saúde de Uberlândia.
Não é momento de encontrar culpados ou transferir culpas, mas sim da união de todos em busca de novas alternativas para juntos enfrentarmos esse verdadeiro inimigo que é o vírus. Reafirmamos nosso compromisso em continuar imprimindo todos os esforços no sentido de vencermos essa guerra contra a Covid-19, destacando a importância de que as autoridades considerem todas as possibilidades, como aumento do número de leitos e o acesso ao tratamento precoce, para quem deseja e acredita na orientação de especialistas favoráveis a esta medida.
A Aciub está totalmente comprometida em seguir contribuindo com os poderes públicos para encontrar alternativas para que a vacina chegue o mais rápido possível a toda população. O que não se pode é fechar os olhos à busca de novas alternativas e impor ainda mais sacrifícios à toda população, e especialmente à já sofrida classe empreendedora, com destaque às pequenas e micros empresas, que usa todas suas forças para sobreviver e seguir gerando emprego e renda, evitando uma crise social sem precedentes.
Seguimos juntos neste desafio, sendo que para a Aciub, uma única vida perdida já é irreparável”, disse a Aciub.
 
FIEMG
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) Regional Vale do Paranaíba, também enviou comunicado esclarecendo que “as indústrias continuam a funcionar normalmente na fase rígida declarada pelo município através da deliberação nº 5 do dia 18 de fevereiro.

A indústria em sua pujante diversidade é considerada como atividade essencial, já que é responsável por abastecer o comércio que escoa os produtos para a população. Com isso, as indústrias seguem ativas, porém, com todos os protocolos definidos pelo Ministério da Saúde de acordo com cada área de atuação. A FIEMG tem auxiliado diretamente os municípios mineiros com leitos de UTI e respiradores, na expectativa e esperança por dias melhores”, finalizou a FIEMG.
 
POSICIONAMENTO
O Diário de Uberlândia fez contato com a Prefeitura de Uberlândia solicitando um posicionamento sobre os comunicados enviados pelas entidades representativas.

Por meio de nota, o Município esclareceu que todas as medidas adotadas na cidade ocorrem mediante criteriosa análise técnica e científica por parte do Núcleo Estratégico do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, composto por diversos setores, incluindo órgãos de segurança pública e representantes do segmento empresarial.

Disse ainda que o Comitê está aberto ao diálogo com todas as representações da cidade, e todos os pedidos que chegam são verificados.
 
NOVAS MEDIDAS
O município de Uberlândia entrará na fase rígida do Plano Municipal de Funcionamento das Atividades Econômicas (PFAE) a partir deste sábado (20), com validade até o dia 26 de fevereiro. A medida foi adotada devido ao aumento da pandemia do coronavírus em Uberlândia nas últimas semanas.

De acordo com a nova deliberação, ficam autorizadas a funcionar apenas as atividades essenciais do plano, com restrição de horário de funcionamento. Para o setor alimentício, fica proibido o consumo no local de qualquer estabelecimento.

Para as demais atividades econômicas, não está permitido o atendimento presencial, podendo funcionar em forma de delivery. Conforme deliberado pelo Comitê, também fica prorrogada, enquanto vigorarem estas deliberações, a restrição de venda de bebidas alcoólicas das 18h às 5h.

Não poderão abrir salões de beleza e estética, lojas de departamento e variedades e estabelecimentos de vestuário, móveis, tecidos, artigos esportivos e jogos eletrônicos, livros, papelaria, discos e revistas, entre outros.

Atividades esportivas e clubes sociais, agenciamento de viagens e serviços de reservas e atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental também não poderão funcionar, assim como setores de produtos agrícolas, plantas e floriculturas.

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