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14/02/2021 às 13h00min - Atualizada em 14/02/2021 às 13h00min

Clientes reclamam de lotação em academias de Uberlândia

Alunos se queixam da restrição de horários nos estabelecimentos, que passaram a ter mais pessoas concentradas após deliberação da Prefeitura

IGOR MARTINS
Luiz Felipe Andrade notou aglomerações em sua academia após deliberação da Prefeitura I Foto: Arquivo pessoal
Aglomerações de pessoas, longas filas de espera e esteiras sempre ocupadas. Nos últimos dias, o Diário recebeu diversas reclamações de cidadãos que possuem planos em academias de Uberlândia. Segundo eles, a prática do exercício físico se tornou mais difícil com a maior concentração de pessoas nestes espaços, reflexo da deliberação que voltou a restringir os horários de funcionamento de estabelecimentos comerciais no município.
 
Em conversa com a reportagem, Luiz Felipe Andrade afirmou que precisou trancar a matrícula da academia por 15 dias, já que não consegue realizar seus treinos por completo e também pela preocupação com o aumento de casos do coronavírus em Uberlândia. O mineiro notou que mais alunos começaram a comparecer no local com a restrição dos horários.
 
“Eu sempre vou às 6h, porque eu e minha esposa trabalhamos durante o horário comercial. Sempre teve um certo movimento, mas nunca tive problemas para revezar aparelhos como tem acontecido agora. Depois da nova deliberação, tive até que pedir licença para andar na academia, de tão cheia que estava”, detalhou Andrade.
 
De acordo com o administrador de 33 anos, a academia, localizada na zona sul da cidade, tem seguido os protocolos, com a disponibilização de álcool em gel, aferimento da temperatura corporal, desinfetante e fiscalização por parte dos funcionários. Segundo Luiz Felipe, um aluno já chegou a ser expulso pelos instrutores por não utilizar a máscara de proteção, obrigatória para realizar as atividades no local.
 
“Eu conversei com alguns instrutores e eles também estão revoltados, porque o trabalho deles multiplicou. As academias estão incontroláveis. O trabalho deles é de instruir os alunos, mas fica impossível com tanta gente. Em certos dias em que eu fui malhar, várias pessoas chegavam e iam embora depois de 20 minutos, porque a fila para entrar já estava grande demais”, disse.
 
Na visão de Andrade, o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 deveria ter aumentado o horário de funcionamento das academias, para distribuir melhor os alunos, evitando aglomerações de pessoas. Além disso, o administrador defende que os membros deveriam ter feito uma análise minuciosa e segmentado melhor as restrições de funcionamento dos estabelecimentos comerciais em Uberlândia.
 
“Hoje é possível segmentar as medidas de restrição. Os bares realmente precisavam ser fechados porque a grande maioria não seguia as regras de distanciamento. As academias, pelo menos a minha, têm seguido os protocolos. Essa medida passou a infringir indiretamente a recomendação. Todo mundo vai treinar no mesmo horário. Não é errado tomar decisão, mas precisa haver uma melhor segmentação. Infelizmente essa decisão não tem um norte. Eu realmente não consigo compreender”, contou o administrador.
 
RECEIO
Uma aluna, que preferiu não se identificar, também tem reclamado das restrições de horários impostas pelo Município. Ela, que possui um plano em uma academia no bairro Novo Mundo, também trancou sua matrícula até que a situação da Covid-19 melhore em Uberlândia. De acordo com a professora, sua academia nunca esteve tão cheia.
 
“Eu sempre ia malhar à noite. Com a restrição, tentei na hora do almoço, mas estava muito cheio. Já teve vez que eu precisei ficar de fora, esperando esvaziar um pouco. Resolvi trancar a matrícula, porque aumentou muito o número de infectados. Prefiro esperar até que a situação melhore um pouco”, disse a uberlandense.
 
A professora de 40 anos defendeu ainda a fiscalização feita pela academia. Segundo ela, o estabelecimento fiscaliza os alunos de forma severa, alertando os clientes que estiverem sem máscara e disponibilizando um vidro de álcool em gel para cada aluno separado por horário. Além disso, a aluna afirmou que a empresa limita o número de pessoas no ambiente.
 
“Eu acho que restringir os horários só fica pior. Com a restrição, vai muita gente em um horário só e fica muito cheio. Para mim é complicado, até tentei trocar de horário. Agora, tenho tentado fazer as atividades em casa”, detalhou.
 
Desde o início da pandemia, em março de 2020, a professora Lucélia Fernanda dos Santos precisou interromper suas atividades físicas. Aluna de crossfit, ela conta que sua academia cancelou a modalidade para evitar a proliferação do vírus no estabelecimento.
 
“Eu pretendia voltar a praticar o crossfit por agora, mas com as novas restrições não consigo voltar, por causa dos horários de funcionamento. A academia também fica muita lotada. Não consigo fazer atividade física porque não tenho um quintal. Não acho que essa deliberação vá funcionar. Quanto mais restringir, mais pessoas procuram a academia em um horário específico”, explicou Lucélia.
 
O Diário entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia, solicitando dados de multas aplicadas a academias que descumpriram com os cuidados contra a Covid-19 na cidade. Entretanto, a reportagem não obteve retorno até o fechamento desta edição.




 

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