16/12/2020 às 10h28min - Atualizada em 16/12/2020 às 10h28min
Aterro sanitário de Uberlândia recebe cerca de 700 toneladas de lixo por dia
Cidade está à frente de outras do país que ainda utilizam espaços irregulares; processo de compostagem ainda é inviável
BRUNA MERLIN
Cidade está à frente de outras do país que ainda utilizam espaços irregulares; processo de compostagem ainda é inviável | Foto: DMAE/Divulgação Há mais de 25 anos, a cidade de Uberlândia conta com o serviço de destinação correta do lixo produzido pela população e indústrias. Atualmente, o aterro sanitário recebe diariamente cerca de 700 toneladas de lixo por dia. Em um mês completo, a quantidade de resíduos depositados no local pode chegar até 18 mil toneladas.
O município está à frente de diversas outras cidades que não possuem um espaço adequado para o depósito regular do lixo. Um estudo feito pela Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), em setembro, constatou que 2,7 mil das 5.570 cidades do país ainda descartam os resíduos incorrentamente em locais como lixões, causando prejuízos ao meio ambiente e a saúde pública.
O primeiro aterro sanitário de Uberlândia foi lançado em 1995 e ficou ativo por cerca de 15 anos. Ele foi desativado porque não suportava mais a quantidade de lixo que era depositado na área. Em razão disso, em 2008, foi aberto um novo espaço ao lado, localizado na BR-452, que está funcionando até os dias atuais.
“O segundo e atual aterro está licenciado para funcionar por 20 anos, ou seja, até 2028. Atualmente, ele é considerado um dos melhores de Minas Gerais, pois tem todas as autorizações ambientais e é todo estruturado para receber o lixo produzido pela população”, destacou o diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Adicionaldo dos Reis Cardoso.
Conforme dito por Cardoso, a expectativa é que a vida útil do atual aterro sanitário da cidade seja maior do que o tempo de licenciamento devido a diversas mudanças feitas para melhorar a separação dos resíduos. Entre elas está a implementação da coleta seletiva e a destinação dos resíduos industrial para um aterro particular próprio para as atividades desse setor.
“Antes, tudo era enviado ao aterro. Agora, com essa separação a vida útil do aterro vai aumentando e acreditamos que ele poderá continuar funcionando por mais três ou quatro anos após o vencimento do licenciamento. Caso isso aconteça, nós iremos prorrogar a licença para continuar atuando no local”, complementou.
COMPOSTAGEM
Estudos sobre o processo de compostagem, que transforma os resíduos orgânicos em adubo de forma controlada, estão avançados e se tornando uma promessa para substituir os aterros sanitários de grandes cidades. Enquanto isso não acontece, o processo já é feito por muitas pessoas nas próprias residências.
Para o diretor do Dmae, a prática da compostagem é muito positiva em diversos aspectos, principalmente o meio ambiente. Entretanto, aplicar a técnica em grandes centros ainda não é viável e poderá levar muitos anos para acontecer.
“Os estudos ainda analisam a compostagem em baixa escala. Nossa cidade ainda não tem uma estrutura para realizar a compostagem de todo esse lixo que despejado por dia”, ressaltou Adicionaldo.
O representante da autarquia frisou ainda que a técnica também depende do comportamento e da cultura de separação do lixo da própria população. “Muitas pessoas ainda não sabem a importância da separação dos resíduos. A utilização da sacola plástica, por exemplo, na hora de jogar o lixo fora é um problema para a compostagem porque ela não absorve esse material. Muita coisa precisa mudar para que dê certo”, finalizou ele.