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28/11/2020 às 08h00min - Atualizada em 28/11/2020 às 08h00min

Profissionais da saúde e idosos terão prioridade na imunização contra a Covid-19

Membro do Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 adiantou estratégia a ser utilizada assim que a vacina estiver disponível na cidade

SÍLVIO AZEVEDO
Foto: Agência Brasil
O Governo Federal prevê o início da vacinação contra a Covid-19 para março de 2021. Para isso, apresentou na quinta-feira (19) da semana passada parte do Plano de Operacionalização da imunização, com eixos que serão utilizados para guiar todo o planejamento. Em Uberlândia, o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 já discutiu a aplicação da vacina para determinados grupos prioritários. 

Em entrevista ao Diário, o infectologista e membro do Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid, Marcelo Simão, disse que a prioridade inicialmente será para profissionais da área de saúde e idosos. “Independente de qual vacina chegar, o Comitê já discutiu isso e vamos começar a vacinar primeiro os profissionais que trabalham na saúde, médicos, enfermeiros, os profissionais que trabalham dentro do hospital. Depois vamos vacinar os idosos acima de 60 anos de idade, sendo prioridade os que possuem comorbidade. Em seguida vão os outros grupos. Crianças vamos deixar por último, pois apesar de ser uma disseminadora, elas não têm uma morbidade muito grande, adoecem pouco”, adiantou.

Já sobre as pessoas que já tiveram a doença, ainda não há um consenso sobre em que momento elas receberão as duas doses da vacina, mesmo se enquadrando em algum grupo prioritário.

“Isso é uma discussão que a gente não chegou a um consenso. Primeiro que a gente não sabe por quanto tempo dura a imunidade induzida pela doença. Alguns estudos preliminares mostram que ela dura alguns meses, pelo menos seis meses, a reinfecção é rara, tem poucos casos descritos, embora possa ocorrer. Eu acho que aqueles que já tiveram poderiam esperar um pouco em detrimento dos que não tiveram”, destacou Simão.

Ainda segundo Dr. Marcelo, o prefeito está em negociação para ver se obtém alguma partilha da Cinovac ou a Sputinik, da Rúsissa, que agora também já provou produzir uma imunidade de 95%.

“Muita gente está pensando que em janeiro chega a vacina e fevereiro acabou a doença. Não é bem assim. Imagina a estratégia para poder vacinar 213 milhões de pessoas. É uma coisa louca. Vamos passar 2021 fazendo a vacinação. Se conseguirmos vacinar os grupos prioritários primeiro, que seria uns 20% da população, a Covid vai cair drasticamente”.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia para saber a respeito da aquisição de vacinas, mas até publicação da matéria não houve retorno. 

MÉDICO ESCLARECE SOBRE IMUNIZAÇÃO
Para o médico geriatra e clínico geral, Tiago Ferolla, as vacinas são formas importantes de prevenção de doenças, mas é necessário ter cautela para poder escolher a melhor para atender a população.

“Cada vacina pode ser feita através de um mecanismo de ação diferente. Tem vacinas com vírus atenuado, vírus morto, partículas virais, vacinas que mexem com o RNA do vírus. Então teremos de ter mais informações para analisar com mais critério, quais vacinas que vamos julgar ser mais eficazes com menor risco com a população. Mas não há dúvidas que a toda a comunidade médica está aguardando a vacina como a única solução que termos para a pandemia. Esperamos com ansiedade, mas não podemos ser precipitados”.

Ainda segundo o médico, assim que a comunidade científica conseguir identificar o melhor mecanismo de ação, os laboratórios terão dificuldades de produção em larga escala para atender toda a demanda mundial.

“A comunidade científica vai analisar como um todo. Mesmo que sejam grandes laboratórios, nenhum deles tem capacidade sozinho de distribuir vacina para o mundo todo. Se a comunidade científica tiver dados, acesso ao material e identificar qual a melhor vacina, não há dúvida que terá de ter uma força-tarefa de vários laboratórios para produzir para o mundo todo”.

Enquanto essas vacinas não estão disponíveis, Tiago reafirma a importância de as pessoas continuarem atendendo as determinações sanitárias dos órgãos públicos para evitar mais proliferação da Covid-19. 



 

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