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23/10/2020 às 18h16min - Atualizada em 23/10/2020 às 18h16min

Inflação em setembro é a maior registrada para o mês desde 2012

Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Cepes) aponta aumento de preços em itens da cesta básica; salário mínimo necessário na cidade é de R$ 3.777,76

DHIEGO BORGES

Uberlândia registrou, em setembro, uma variação de 0,76% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Cepes). De acordo com o levantamento do Centro de Pesquisas Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), o índice pode ser considerado a maior inflação registrada na cidade para um mês de setembro desde 2012, quando a taxa foi de 0,79%. O valor da cesta básica de alimentos também teve um aumento de 3,48%.

Os dados, que foram divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Cepes/UFU, também mostram que no acumulado do ano a inflação em Uberlândia está em 2,20%, enquanto a variação acumulada nos últimos 12 meses é de 3,75%.

De acordo com o estudo, três principais grupos impulsionaram a inflação em setembro. Entre eles, alimentação e bebidas foi o grupo que mais contribuiu para o aumento do índice, com uma variação de 2,19%. Destacam-se os itens cereais, leguminosas e oleaginosas, óleos e gorduras, leites e derivados e carnes. No acumulado do ano, o grupo apresenta variação de 7,80%, o que segundo o economista Pedro Henrique Martins Prado impacta de forma considerável no custo da cesta básica em Uberlândia. 

“A principal razão para este aumento expressivo dos alimentos está no avanço da pandemia de Covid-19. Enquanto a demanda por boa parte dos produtos caiu com o isolamento e a queda na renda das famílias, o consumo de bens essenciais, como a alimentação, ganhou centralidade. Por outro lado, a pandemia vem impondo dificuldades e custos adicionais à produção, industrialização e distribuição dos alimentos. Os preços vêm sendo impactados por problemas na safra de determinados alimentos e pela dinâmica do mercado internacional de alguns produtos. Também a depreciação da taxa de câmbio tem impactado nos preços, isto é, o impacto do avanço do dólar que já era sentido no atacado, paulatinamente vem chegando ao varejo”, explicou.

DEFLAÇÃO
Outros grupos apresentam queda nos preços em setembro, como de itens relacionados à saúde e cuidados pessoais, que apresentaram queda de 1,02%. De acordo com o estudo divulgado pelo Cepes, a queda foi impactada pela redução de preços dos produtos farmacêuticos, higiene pessoal, além dos planos de saúde, por conta da suspensão de reajustes pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Também chama a atenção, a queda de 1,29% no grupo vestuário, com destaque para redução nos preços dos itens relacionados a roupas masculinas (-1,78%), roupas femininas (-4,70%) e roupas infantis (-3,51%). Por outro lado, os calçados tiveram aumento de 4,10%.

CESTA BÁSICA
O levantamento também avaliou o preço da cesta básica na cidade, que é composta por 13 itens. Em setembro, o valor da cesta foi R$ 449,68, contra R$ 434,55 no mês de agosto, o que representa um aumento de 3,48%.

No acumulado em 2020, a cesta básica está em 4,49% e a variação acumulada em 12 meses foi de 23,52%. Em setembro de 2019, o valor da cesta era de R$ 364,04. De acordo com o Cepes, as maiores taxas de aumento foram registradas em itens como o óleo de soja (24,60%), tomate (19,74%) e o arroz (16,67%).

Por outro lado, alguns itens que compõem a cesta básica, como a batata, tiveram deflação de 10,34%, seguida pela margarina (2,55%) e pelo pão francês (3,00%). 

SALÁRIO 
Em setembro, o salário mínimo necessário para Uberlândia foi de R$ 3.777,76, valor superior ao mês anterior, que era de R$ 3.650,63, o que representa uma variação mensal de 3,48%. Em setembro de 2019, o rendimento ideal estava estimado em R$ 3.058,31.

O tempo necessário por um empregado com salário mínimo para comprar os itens da cesta básica também aumentou 3,48%. Em setembro, o índice foi de 94 horas e 40 minutos, aproximadamente 14 horas a mais do que o registrado em setembro de 2019. Os valores correspondem a famílias compostas por dois adultos e duas crianças ou três adultos.


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