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18/09/2020 às 11h16min - Atualizada em 18/09/2020 às 11h16min

Cervejarias artesanais têm queda de até 80% nas vendas em Uberlândia

Ausência de eventos por causa da pandemia é um dos fatores; distribuidoras aproveitam momento para vender mais

DHIEGO BORGES
Cervejaria Überbräu aponta queda de 80% nas vendas | Foto: Luana Diniz
A crise causada pela pandemia do novo coronavírus também afetou o mercado de cervejarias artesanais em Uberlândia. A realidade, no entanto, é bastante distinta entre os segmentos. Enquanto as cervejarias artesanais apontam queda de 50% a 80% no faturamento, as distribuidoras de bebidas relatam um crescimento da procura dos clientes neste período de isolamento social.

Sem os tradicionais festivais cervejeiros, empresários do ramo de cervejas artesanais revelam um forte impacto causado pela ausência de eventos, confraternizações e o fechamento dos bares.  Foi o caso da cervejaria Nazareth que, segundo o empresário Edimar Campos, teve uma queda estimada entre 30% e 50% no faturamento. 

Para o empreendedor, a redução tem relação com a mudança de comportamento do cliente, que passou a consumir em casa e em menor quantidade. Para driblar a crise, Edimar conta que precisou adotar novas estratégias para o negócio. “Reestruturamos o modelo de negócio e apostamos no delivery fazendo a venda dos growlers [garrafões para venda de chopp]. Além disso, investimos no fornecimento de bebidas e frios para happy hours em empresas no formato de lives”, destacou. 

Em agosto, a cervejaria retornou com o atendimento presencial na Toca da Coruja, um bar próprio que fica localizado no bairro Granja Marileusa. O local foi inaugurado em fevereiro deste ano, mas teve as atividades suspensas com o fechamento do comércio no início da pandemia, o que segundo o empresário também contribuiu para a queda nas vendas.

Outra cervejaria artesanal que também sentiu o impacto da crise causada pela pandemia, foi a Überbräu. De acordo com o empresário Roberto Michelin, a queda no faturamento chega a 80%, mas o delivery tem ajudado a reduzir o prejuízo. 

“O nosso delivery não era muito forte e com a pandemia acabou nos surpreendendo. Antes, não havia retirada no balcão no delivery dos growlers, que são de dois litros, mais para consumo individual. Isso cresceu em torno de 500%. Já o delivery de barril, de 15 litros, caiu muito já que as pessoas não estão fazendo festas”, explicou.

Cervejaria Nazareth investiu em kits para atender lives de empresas | Foto: Divulgação

Entre as estratégias adotadas, o empresário diz que investiu em promoções com combos de bebidas e descontos para chamar a atenção dos consumidores, mas reforça que mesmo assim o impacto foi grande. “Houve uma mudança do perfil de consumo. Antes nossa demanda atendia a festas, churrascos e hoje o consumo é bem mais comedido, com poucas pessoas e em casa mesmo”, revelou.

Roberto conta ainda que o atendimento presencial no bar da cervejaria tem retornado aos poucos, mas o movimento é 70% menor.

DISTRIBUIDORAS 
Se por um lado as cervejarias artesanais têm sofrido forte impacto, as distribuidoras vão na contramão e relatam aumento da demanda. É o que revela o gerente de vendas da DBB distribuidora de bebidas, empresa localizada no bairro Bom Jesus. De acordo com Leonardo Silva, houve um crescimento considerável nas vendas durante a pandemia. 

“Com as pessoas em casa, tivemos um crescimento de 30% nas vendas. Mantivemos o atendimento no balcão e a nossa vantagem é que não comercializamos as bebidas geladas, então evitamos a aglomeração”, contou o gerente.

Vislumbrando uma oportunidade no ramo, o empresário Diógenes Filho, que é proprietário da Karaibis Empório e Distribuidora de Bebidas, no bairro Karaíba, abriu o empreendimento há pouco mais de 15 dias e disse que tem tido um bom retorno. “Não é o que a gente esperava, mas está dentro do esperado, considerando um cenário de pandemia. Estamos tendo uma boa movimentação”, revelou. 

O empreendedor também conta que resolveu investir no setor por notar um aumento da procura do público, além da carência de lojas especializadas no bairro. “As pessoas estão sentindo falta de ter um contato, de conversar e faltava uma distribuidora ali. Então, vi esse ponto comercial e resolvi investir. Já estou pensando em ampliar o espaço com um formato de bar”.

Empório no bairro Karaíba abriu as portas há pouco mais de 15 dias | Foto: Divulgação
 

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