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12/05/2020 às 15h46min - Atualizada em 12/05/2020 às 15h46min

Infecções virais podem se intensificar com a chegada do frio em Uberlândia

Pesquisador da UFU alerta que pico da Covid-19 ainda não ocorreu e flexibilizar distanciamento social é arriscado

DA REDAÇÃO
Dias com temperaturas mínimas entre 13ºC e 18ºC estão previstos até a próxima semana | Foto: Diário de Uberlândia
Estamos a quase um mês do início do inverno, mas as temperaturas mais amenas começam a ser sentidas em Uberlândia e região. Com a chegada do frio, o ar de regiões como a do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba tem a tendência de ser mais seco e, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, a preocupação com infecções aumenta. 

O coordenador do Laboratório de Geografia Médica e Vigilância em Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Samuel do Carmo Lima, salienta que em relação à Covid-19 a atenção maior não deve ser nem quanto à chegada do inverno, mas a flexibilização das medidas de distanciamento social, já que o pico da pandemia ainda não chegou em cidades como Uberlândia. 

“Ao que parece, tanto em climas frios quanto em climas quentes, o vírus se dissemina com alta infectividade. O que devemos temer é o relaxamento da quarentena, o afrouxamento do isolamento social, a abertura do comércio, que manda as pessoas para a rua. O que podemos esperar é que a pandemia ainda vai se intensificar em todo o Brasil, chegando às periferias das grandes cidades e às pequenas cidades”, comentou. 

Lima acrescentou que o isolamento social, com as pessoas ficando em casa, o afastamento de pelo menos um metro e meio de distância uns dos outros e o uso de máscaras têm achatado a curva e empurrado o pico da transmissão para mais à frente e garantindo que o sistema de saúde em Uberlândia não tenha entrado em colapso.

O pesquisador defendeu ainda que o coronavírus não segue a regra de outros vírus sazonais, como o da gripe comum, que tem maior incidência no fim do outono e no inverno. Além disso, é ilusão achar que o vírus na região não tem a mesma força que em outras partes do Brasil e no resto do mundo.

“O que aconteceu na Europa e nos EUA deve servir de alerta. Num dado momento, eles pensaram assim e tiveram que voltar atrás, estabelecendo medidas de isolamento social muito mais severas, porque o sistema de saúde já não era capaz de atender a tantos adoecidos e o sistema funerário já não era capaz de enterrar tantos defuntos. Deixo uma alerta: não é hora de relaxar a quarentena. Devemos permanecer em casa”, concluiu. 

PREVENÇÃO
À medida que o clima fica mais seco e mais frio, as pessoas têm uma certa redução da capacidade de defesa, principalmente das vias aéreas superiores, como explica o pneumologista do Hospital de Clínicas (HC-UFU) Thúlio Marquez Cunha.

Associado a isso, as pessoas ficam mais em ambientes fechados e, somando a aglomerações, os riscos aumentam. “É um período também complicado para quem tem doenças respiratórias, como rinite, asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), o popular enfisema. E grande parte dessas crises é causada pelas próprias infecções virais”, disse. 

Para evitar infecções virais, o pneumologista recomenda hidratar bastante o organismo, ter alimentação saudável, tentar manter o ambiente arejado, evitar aglomerações e, durante a noite com clima seco, colocar um umidificador ou uma toalha molhada ao lado da cama. “Isso ajuda a manter uma umidade razoável e aumenta as suas defesas, o funcionamento das suas defesas, das vias aéreas superiores”, esclarece Cunha.

Como ainda não foi criado um medicamento eficiente ou uma vacina contra a Covid-19, a recomendação é manter o isolamento social, sempre lavar as mãos com sabão ou sabonete ou passar álcool em gel. Para quem tiver que sair de casa, é necessária a utilização de máscaras.

Embora as máscaras sejam recomendadas, o pneumologista alerta para os cuidados ao utilizá-las, como não tocá-las com as mãos contaminadas, inclusive na parte externa.

PREVISÃO
O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe) informa que, até o dia 18 de maio pelo menos, as temperaturas mínimas ficarão entre 13ºC e 18ºC e as máximas, entre 24ºC e 27ºC. Nesse período, a probabilidade acima de 5% de chuva ocorre somente no próximo domingo (17).

Os dados se tratam de uma previsão e podem sofrer alterações.
 “Nessa época de transição entre a estação chuvosa para a seca os modelos costumam errar mais”, observou a coordenadora do Laboratório de Climatologia e Recursos Hídricos do Instituto de Geografia da UFU, Camila Carpenedo.







 


 
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