07/05/2020 às 11h19min - Atualizada em 07/05/2020 às 11h19min
Pandemia faz movimento cair em quase 50% no aeroporto de Uberlândia
A partir de abril, apenas uma companhia aérea passou a operar na cidade com um voo diário
SÍLVIO AZEVEDO
Redução no número de passageiros pelo aeroporto da cidade foi de quase 50% | Foto: Infraero/Divulgação A pandemia do novo coronavírus vem causando reflexos de retração em setores da economia do país. Em uma das portas de entrada e saída de Uberlândia, a redução no número de passageiros que passam pelo Aeroporto Tenente Coronel Aviador César Bombonato foi de quase 50%, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
O último dado publicado no portal da empresa foi relativo ao mês de março. Dentro deste período a queda no número de embarques e desembarques no aeroporto foi de 48%, comparando os 31 dias de 2019 e 2020. Enquanto ano passado foram 97,5 mil, esse ano caiu para pouco mais de 51 mil.
Em comparação com o número de voos que operam no aeroporto da cidade, a redução também é notória. Foram 27% a menos de aeronaves pousando e decolando na cidade em março, passando de 930 para 779, incluindo particulares. Ainda segundo a Infraero, abril deste ano fechou com apenas 30 voos comerciais realizados e 12 cancelados.
Das três empresas que trabalhavam em Uberlândia, a Gol Linhas Aéreas e a Latam deixaram de operar na cidade. A Azul, que tinha sete voos diários para Belo Horizonte, Campinas (SP) e Porto Seguro (BA) antes da pandemia, atualmente oferece apenas um voo diário para a capital mineira durante a semana.
GOL E LATAM
Em nota, o Grupo Latam Airlines afirmou que reduziu em 95% as suas operações programadas para abril e maio de 2020, mantendo apenas operações domésticas reduzidas no Brasil e no Chile, “porém segue avaliando de forma contínua essas medidas com base nas restrições de viagem nos diferentes países e na queda da demanda de passageiros provocadas pela pandemia do Coronavírus (COVID-19)”.
Já a Gol informou que no dia 16 de março reduziu sua capacidade em até 60% do mercado doméstico e que “oito dias depois reajustou sua rede de 800 voos por dia para 50 voos diários essenciais com o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, garantindo conexão a todas as 26 capitais estaduais e Brasília”.
TURISMO
Um setor que também foi afetado foi o de turismo. Agências tiveram que remanejar ou cancelar viagens de clientes devido a pandemia com o cancelamento de voos ou proibição de viagens internacionais.
Segundo a proprietária da Trem de Pouso Viagens e Turismo, Thalita de Andrade Fernandes, os clientes têm duas opções: remarcar a viagem ou ficar com crédito para ser utilizado posteriormente.
“Os contratos foram suspensos. Como não tem voo, nem hotel, as operadoras cancelaram os pacotes e os contratos ficaram suspensos. Algumas pessoas já têm nova data para viajar. Aí pega o contrato original e migra. Fizemos todos os cancelamentos de março e abril. Quem tinha data remanejou, quem não tinha fica com aquele crédito para usar desde que vá para o mesmo lugar, sem diferença de tarifa”.
A agência teve 280 clientes afetados, mas apenas um cancelou o pacote ciente da multa e prazo para ser reembolsado, de 12 meses após o fim da pandemia.
“O cancelamento gera perda de parte do valor do pacote, pois a comissão da agência de viagem é retida já que o serviço foi prestado. As solicitações de cancelamento são poucas por causa da perda de parte do valor investido, mas também pelo longo prazo de reembolso. E as empresas estão dando prazo maior para remarcar. Algumas dão até um ano”, disse Thalita.
A empresária ressalta ainda que o momento adverso causado pela pandemia do novo coronavírus acaba estreitando o relacionamento entre as empresas e clientes, dando mais confiança nos trabalhos das agências de viagens.
“Nosso trabalho não é muito valorizado. Em todas as cartas abertas protegendo o segmento de turismo, ninguém fala em salvar as agências. Mas no nosso segmento somos a linha de frente. Aquele que lê mil regras diferentes para o mesmo formato de pacote ou passagem, ajudando o cliente a não ter despesas. Seguimos firme trabalhando e não recebemos a mais por isso. Ou seja, prestamos o serviço no começo, recebemos, estamos prestando novamente e com zero rentabilidade”.