Uberlândia recebe torneio nacional de jiu-jitsu

Competição conta com participantes de 4 a 65 anos, segundo organizador | Foto: Vanutti Tomaz Lopes/Divulgação

Kimonos prontos, faixas bem amarradas e muita força de vontade para vencer. A Arena Sabiazinho está preparada para receber a segunda edição da Copa do Brasil Jiu-Jitsu, que acontece neste domingo (8) às 9h. O evento, que terá aproximadamente 700 participantes nos tatames, tem como objetivo promover a arte marcial na região e levar oportunidades de profissionalização para os lutadores que se inscreveram no torneio nacional.

O jiu-jitsu é uma luta de origem japonesa que utiliza golpes de torções, pressões e alavancas para levar o oponente ao chão e dominá-lo. O esporte é conhecido como “ju-jutsu” na língua oriental. A palavra “ju” significa suavidade e brandura e “jutsu”, arte e técnica. Daí, origina-se o nome de “arte suave”.

A história aponta que a criação da arte marcial se deu nos campos de batalha do Japão, na época dos samurais, durante o período do Império Japonês. Durante um enfrentamento, os “bushi”, como também são chamados, poderiam acabar um confronto sem usar espadas ou lanças. Assim, eles precisariam de um método de defesa que não utilizasse armas. Como eles utilizavam armaduras pesadas, muitos golpes não surtiam efeito algum. Foi aí que os fundamentos do jiu-jitsu se tornaram necessários e passaram a ser transmitidos de geração para geração até os dias atuais.
 
O EVENTO
Leandro Rocha, organizador da competição, confirmou a presença de 670 inscritos vindos de nove estados diferentes do Brasil. Segundo ele, o evento contará com uma grande estrutura e com a presença de grandes nomes da luta do cenário nacional, incluindo o mineiro de 35 anos Lucas Lepri e o uberlandense Claudio Hannibal. “A escolha por Uberlândia se dá porque é uma grande cidade e com importantes organizadores de eventos de lutas. Aqui tem vários [eventos] de MMA e a região tem grandes campeões mundiais”, disse.

A primeira edição do torneio aconteceu em outubro de 2019, no Uberlândia Tênis Clube (UTC) e contou com pouco mais de 500 participantes. Rocha falou ao Diário sobre o aumento no número de participantes e as premiações que contemplarão os lutadores de jiu-jitsu que movimentarão as seis áreas de lutas simultâneas na Arena Sabiazinho. “A ideia para 2020 foi elevar o nível das competições. Passamos por São Paulo e Rio de Janeiro para avaliarmos outros eventos de lutas e trazer tudo o que tinha de bom para cá”.

De acordo com o uberlandense, o evento contará com crianças de 4 anos e até mesmo atletas de 65 anos. A divisão de categorias se dá através da idade, peso e graduação, podendo mesclar de acordo com a vontade dos lutadores no decorrer do evento. Um adulto de 40 anos pesando 70 quilos pode enfrentar um jovem de 28 com a mesma pesagem, por exemplo, desde que ambos entrem em comum acordo, explicou Leandro.

Com mulheres e homens entre os participantes, o evento premiará a maioria das categorias com medalhas. Mas, o grande prêmio do dia serão os R$ 15 mil destinados aos maiores campeões. Segundo a organização, as premiações serão iguais para ambos os gêneros, levando maior inclusão e igualdade da mulher no esporte.

Com previsão para começar às 9h e terminar às 18h, Rocha espera casa cheia no Sabiazinho. A entrada para o evento custa 1 quilo de alimento não perecível. O espaço terá à disposição da população bares e lanchonetes para quem quiser comer um lanche durante as lutas que se estenderão durante a manhã e tarde.
 
LEVANTAMENTO
Que os esportes de combate estão em alta não é novidade para ninguém. Em vários lugares é possível observar a presença de academias que oferecem algum tipo de arte marcial. Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde em 2018 apontou que a procura por lutas aumentou em 109% no Brasil em um período de pouco mais de uma década. O levantamento ainda mostra que atividades como o muay-thai, judô e o próprio jiu-jitsu só cresceram menos do que a corrida e a caminhada, que tiveram um aumento de 194%.

Ainda de acordo com a pesquisa divulgada pelo governo, a estimativa na época era de que cinco milhões de brasileiros praticavam alguma arte marcial. Em 2013, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o esporte de origem japonesa apareceu como a luta mais popular em solo brasileiro.

Para Leandro Rocha, a satisfação de realizar um evento de porte nacional é poder abrir portas para lutadores para a profissionalização e maior visibilidade do esporte. “Trata-se de um evento de visibilidade nacional. Até mesmo por isso proporcionamos uma boa premiação para os vencedores, para profissionalizar o esporte”, afirmou.

ATRAÇÃO