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20/02/2020 às 18h41min - Atualizada em 20/02/2020 às 18h41min

Governador de MG sinaliza que poderá vetar reajustes salariais

Durante visita a Uberlândia, Romeu Zema disse que irá avaliar emenda da ALMG, mas alegou dificuldades financeiras do Estado

BRUNA MERLIN
Zema esteve em Uberlândia na tarde desta quinta-feira (20) para acompanhar anúncio da BRF | Foto: Bruna Merlin
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sinalizou que poderá vetar, ao menos em parte, o projeto que concede reajuste aos servidores do Estado. Zema desembarcou em Uberlândia, na tarde desta quinta-feira (20), para acompanhar o anúncio da retomada da linha de produção de margarinas da BRF. Depois do evento e da apresentação do novo produto, o governador conversou com a imprensa sobre sua visita e deu uma entrevista exclusiva ao Diário de Uberlândia respondendo questões como o reajuste salarial dos servidores estaduais e também quais são suas pretensões futuras para o Governo.

Durante a coletiva de imprensa, Zema foi muito questionado sobre a possibilidade de vetar a emenda aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na quarta-feira (19), que ampliou o reajuste salarial, antes restrito para a área da segurança pública conforme o Projeto de Lei 1.451/2020 criado pelo governador que concede reajuste de 41,7% à categoria. O partido Novo chegou a anunciar em nota que discorda do político e apoia o veto de todos os reajustes aprovados, inclusive aqueles destinados à segurança já que o Estado acumula dívidas.

Como resposta, Romeu disse que ainda está analisando a situação para tomar a decisão. “Essa votação aconteceu ontem [quarta-feira] e eu ainda não tive nenhuma formalização. O funcionário público tem que ser valorizado, mas as contas públicas precisam ser equilibradas e isso está sendo muito difícil de conseguir. Nós iremos analisar com calma cada situação”, explicou ele.

 

Após a coletiva, o governador também respondeu exclusivamente outros questionamentos feitos pela reportagem do Diário. Confira abaixo.
 
Diário: O senhor poderia explicar o porquê da decisão de conceder um maior reajuste à segurança?
Romeu Zema: Nós tomamos decisões técnicas e de prioridade. Durante o último governo, os militares não tiveram nenhum reajuste enquanto a classe de educação teve 46% de aumento salarial. De pouco em pouco nós estamos tentando recompor as perdas e não consideramos isso como um aumento.
 
Se a sua decisão for por vetar a emenda dos deputados, o senhor teme uma greve geral no estado, podendo prejudicar o funcionalismo público?
Greve é sempre uma possibilidade e é um direito do trabalhador. Devido a situação financeira do estado, que já é precária, o servidor deveria estar ciente. Se nós estamos fazendo pouco, o último governo no fim de 2018 foi embora sem pagar o 13º salário. Nós estamos mostrando claramente que queremos fazer tudo o que está ao nosso alcance. Nós não temos uma casa da moeda para poder imprimir dinheiro e pagar os trabalhadores. A situação do estado de Minas não é em um ou dois anos que vai melhorar. Estamos fazendo o nosso melhor. Se tem alguém fazendo sacrifícios, esse alguém sou eu. Eu não recebo nada, trabalho como voluntário e abri mão de todos privilégios que todos os governadores tiveram até hoje. Sendo assim, se precisar de exemplos, que olhem para mim.
 
Em relação ao anel viário sul de Uberlândia, há uma previsão para o repasse de quase R$ 19 milhões necessários para a conclusão das obras?
Eu posso te adiantar que nós não temos recursos. Nós não estamos conseguindo fazer nem as operações de tapa-buraco. O meu governo até hoje não construiu um metro de asfalto e pontes porque não tem dinheiro nem para dar manutenção nas obras que já existem. A prioridade é manter em condições aquedadas o que já existe e quando a situação melhorar nós começarmos. Mas temos tentado junto ao Governo Federal verbas e convênios para que possamos estar fazendo e finalizando cerca de duas mil obras que estão paradas em Minas Gerais.
 
O senhor pretende criar algum projeto para diminuir os impostos sob os preços dos combustíveis no estado?
A questão do preço dos combustíveis em Minas é antiga. É meu sonho reduzir o preço desse recurso, mas é aquela questão, se eu não estou conseguindo pagar folha de pagamento e parte do 13º do ano passado, não tenho condições de seguir com um projeto. O plano a longo prazo é com certeza investir para diminuir os impostos.
 
Uberlândia ainda não tem um candidato no partido Novo para concorrer nas eleições municipais deste ano. O senhor tem alguma intenção de ajudar nesse processo?
Eu quero ajudar nas eleições municipais de todas as 853 cidades de Minas. Eu peço aos eleitores que votem em quem promete pouco, em quem trabalha, em quem é disciplinado e em quem tem bons planos. Cuidado com quem promete muitos planos em seus discursos.
 
ANÚNCIO BRF
CEO da BRF, Lorival Luz durante pronunciamento | Foto: Bruna Merlin

O anúncio da retomada da linha de produção de margarinas da BRF aconteceu na tarde desta quinta-feira (20) na fábrica de produção em Uberlândia. Além de Romeu Zema, o encontro também contou com a presença do prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão.

De acordo com a BRF, o retorno da fabricação de margarinas irá ampliar em 35% a capacidade de produção do produto na companhia. Com capacidade para produção de 120 mil toneladas ao ano, serão fabricadas as marcas Qualy, Deline e Claybom, de 250g e 500g. Para o segundo semestre de 2020, a empresa pretende iniciar a produção da Sofiteli.

Durante pronunciamento, o CEO da BRF, Lorival Luz, informou que o investimento foi de R$ 2,5 milhões e 35 novas posições de trabalhos foram criadas com a reativação da linha, que atenderá tanto o mercado atacadista como varejo.

“Houve uma retração no consumo de margarinas em 2017, mas devido ao lançamento de novos produtos que agradam melhor a população, nós tivemos um crescimento no consumo e isso nos deu a confiança para retomar a produção na cidade”, explicou Lorival.

Odelmo Leão disse que a retomada de fabricação da empresa acrescentará na recuperação da economia do município. “Nós estamos trabalhando todos juntos para modernizar nossa economia agrícola e gerar emprego e renda para o funcionamento da cidade e da região que depende dos nossos recursos”, disse o prefeito.














 

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