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28/01/2020 às 11h35min - Atualizada em 28/01/2020 às 11h35min

Mercado de academias segue em franca expansão

Não é apenas Uberlândia que registra boom no setor: alta acontece em todo país, que só perde para os EUA em número de unidades

SÍLVIO AZEVEDO
Uberlândia acompanha mercado nacional e tem crescimento no segmento | Foto: Silvio Azevedo
Um mercado em crescimento na mesma medida que a preocupação de boa parte da população aumenta com a exposição de um corpo perfeito. A busca por qualidade de vida muitas vezes passa pelas academias, que estão cada vez mais oferecendo opções de atividades para atrair frequentadores. Por estar dentro de um nicho que envolve estética e beleza, onde o Brasil é um dos destaques mundiais, empresários tendem a investir mais na abertura de espaços fitness.

O Brasil possui atualmente mais de 34,5 mil academias, segundo a Associação Brasileira de Academias (ACAD Brasil), ficando atrás apenas do Estados Unidos. Segundo uma pesquisa da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), associação internacional que fomenta a atividade física, são 8 milhões de frequentadores, ou seja, 4% da população brasileira, movimentando cerca de R$ 8 bilhões anuais. “É um mercado crescente, principalmente o ligado ao movimento fit, que alia duas coisas, a parte da estética e beleza, mas também a saúde, coisas que andam cada vez mais próximas”, afirmou o consultor do Sebrae, Fabiano Alves.

Mas mesmo que o mercado esteja em expansão, Alves recomenda que o empreendedor fique bem atento a algumas questões antes de abrir um negócio, como por exemplo, o público-alvo a ser atingido. “Não é só porque a gente está falando de mercado fit que você tem um perfil de consumidores que são da classe A e B. Você pode ter produtos e serviços para todas classes. Então a gente vê que tem academias em todos bairros e até em shoppings.”

Outro ponto relevante é fazer uma avaliação do mercado para entender a demanda e saber como investir bem o seu dinheiro já que, segundo Fabiano Alves, é preciso saber montar um planejamento financeiro bem organizado, já que os bancos não investem em novos empreendedores por ser muito arriscado. “A pergunta a ser respondida é qual o diferencial que sua academia tem para atrair os clientes e ter destaque no mercado? Quem vai responder isso? O próprio público-alvo. Frente a isso, o empreendedor faz uma avaliação financeira para saber quanto custaria montar uma academia nesses moldes e [avalia] se ele tem recursos suficientes para investir, não só na infraestrutura e tudo, mas no capital de giro.”

E em meio a esse boom de novos espaços em Uberlândia, encontramos grandes franquias e outras academias menores com serviços e valores variados. Mas como concorrer com as marcas muitas vezes consolidadas no mercado fit? A resposta é: começando.

Foi assim que Lucas Rodrigues fez há seis anos, depois de ter o negócio de importação de carros frustrado. Juntou o resto do dinheiro que tinha guardado e, juntamente com um sócio, abriu uma academia no bairro Martins. “Achei um lote de máquinas usadas lá no Rio de Janeiro, mas era muito grande e eu não tinha dinheiro para comprar tudo. Pedi para fracionar, mas o vendedor não quis. Com muito custo, deve ser por necessidade, resolveu fazer [a venda fracionada] e eu peguei um avião correndo para lá. Comprei e montei a minha primeira academia. Foi investimento bem baixo, de R$ 75 mil. Estava tão apertado que eu não tinha dinheiro para voltar e vim com o caminhoneiro que fez o frete.”

Depois de comprar as máquinas, era hora de estruturar a academia. O local escolhido por Lucas foi um imóvel do pai, de 220 m², no bairro Martins. Mas faltava dinheiro para as reformulações necessárias, como reformas, instalação da parte elétrica e pintura. Um terceiro sócio entrou no negócio e eles puderam abrir a Body Design em 31 de julho de 2013. “Eu acreditava no mercado fitness. Sabia que se não entrasse naquele momento, dificilmente teria outra oportunidade, pois naquela época o investimento foi relativamente baixo. Inicialmente dava pouco dinheiro, então outros dois sócios entraram e eu já tinha um projeto diferente, foi onde criamos a 7 Fitness, em 2016.”

O que começou com um investimento total de R$ 125 mil, quase sete anos depois, se transformou em uma rede com 4 mil alunos em quatro unidades, a última inaugurada no fim de novembro passado com investimento de aproximadamente R$ 2,5 milhões. “O negócio da 7 Fitness deu muito certo e foi o momento em que repaginamos a Body Design e a tornamos mais uma unidade da rede. O que eram 250 alunos pulou para 1.200. A gente viu que o processo funcionava e que nós tínhamos um negócio no mesmo ponto, com melhoria na estrutura física e na parte administrativa. Aí surgiu a oportunidade de montar essa unidade do Pátio Sabiá e outra no bairro Pampulha”, disse Lucas Rodrigues.

Ele define a 7 Fitness como uma academia que, além de um espaço para atividades físicas, é um local onde os alunos se sentam à vontade para os momentos de treino. “Aqui não é um local só para treino, mas a gente quer proporcionar o bom convívio. Como é um ambiente em que você vem todos os dias, tem que se sentir bem aqui. Tudo pensado para que você venha e não queira ir embora.”

OPÇÃO
Franquias também são alternativa para investimentos

Além dos empreendedores que abrem academias por conta própria, o mercado de franquias de academias também tem atraído investidores. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), existem atualmente cerca de 6 mil unidades franqueadas ligadas ao setor fitness. 

De acordo com o consultor do Sebrae Fabiano Alves, os novos empresários devem ter ciência das diferenças entre ter um negócio próprio e ser um franqueado. “Uma franquia tem todo um suporte, oferecendo know how e os fornecedores de equipamentos. Tudo aliado a uma marca que já pode ter um nome mais forte no mercado. E isso tem um custo. O empreendedor, além de ter a franquia, ele também tem um sócio, porque a franquia não é só uma questão de apoio.”

Para quem decide tocar o negócio sozinho, Fabiano diz que é importante ter o conhecimento tanto de mercado, quanto técnico, que envolvem questões como funcionamento de academias e equipamento. Apesar da necessidade de maior conhecimento, o custo geralmente é menor.

Com 786 unidades no Brasil e países da América Latina, a Smart Fit é uma das principais empresas do ramo fitness do mundo. Em número de clientes, é a quinta, com 2 milhões de frequentadores. Os dados são da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), atrás apenas de quatro academias norte-americanas.

De acordo com o CEO e fundador da Smart Fit, Edgard Corona, a empresa tem como lema levar o fitness de alto padrão de forma mais democrática para os clientes. “Ao oferecer uma academia com equipamentos e estrutura de ponta com um preço acessível, estamos fornecendo acesso à uma melhor saúde ao brasileiro. Também investimos em aulas diferentes para sair no ambiente tradicional de academias.” 

Uma das academias da marca fica em Uberlândia, que é uma unidade própria e que tem mostrado resultados bastante positivos desde que foi inaugurada, em meados de 2018. “Desde a inauguração a unidade está fazendo sucesso na região, o número de alunos aumenta a cada dia e estamos felizes em proporcionar aos uberlandenses a melhor estrutura para poder fornecer saúde com infraestrutura de ponta”, disse Corona.

Atualmente são 599 unidades próprias e outras 187 franquiadas. Segundo o CEO, a expansão da marca segue em ritmo acelerado. Ele espera que com uma melhora no quadro econômico do país, o número de empreendedores interessados pela marca aumente. “Temos mais de 90% de controle sobre as unidades. Estamos em ritmo de expansão acelerado e, independentemente do interesse de terceiros, vamos continuar expandindo nossas unidades em nível nacional. Não existe uma ‘preferência’ por franquia ou unidade própria. Ainda não estamos no melhor momento econômico e por isso acreditamos que o interesse de empreendedores em ter uma franquia Smart poderá crescer nos próximos anos.”








 

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