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26/01/2020 às 14h16min - Atualizada em 26/01/2020 às 14h16min

Fornecimento de leite especial sofre atrasos em Uberlândia

Mães relatam que problema dura desde dezembro; Prefeitura fala em normalização

VINÍCIUS LEMOS
Lata de Neocate pode custar até R$ 200, mas é fornecida gratuitamente no Município | Foto: Divulgação
Famílias cujos filhos têm intolerância à proteína do leite bovino denunciaram atrasos de semanas na entrega do leite especial feito pela da rede municipal de Saúde de Uberlândia. Mães ouvidas pelo Diário disseram que ou gastaram dinheiro do orçamento familiar para comprar parte do estoque mensal do produto, o Neocate, que tem valores que chegam a R$ 230 por uma lata que dura de três a quatro dias, ou dependeram de doações. Segundo a Prefeitura, houve um desabastecimento temporário, ainda que famílias afirmem que o problema se repete há meses.

A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é o tipo de alergia alimentar mais comum nas crianças de até dois anos, de acordo com o Ministério da Saúde. A alergia é caracterizada pela reação do sistema imunológico às proteínas do leite, principalmente à caseína, e às proteínas do soro. Ela pode trazer reações na pele, no trato oral, nos sistemas respiratório, digestivo e até neurológico, além de reações cardiovasculares. Mães que passam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) conseguem a receita para pegar o leite gratuitamente com a Prefeitura.

A vendedora Bruna Letícia de Araújo Almeida, entretanto, contou que há duas semanas não consegue pegar as latas do leite recomendado para seu filho de cinco meses. “A médica prescreve 13 ou 14 latas por mês. E como não tenho conseguido pegar nessas semanas, eles [agentes municipais] vão abater quando tiver em estoque. É proporcional, eu não pego todas as latas do mês. Se perdi duas semanas do mês, vou pegar apenas metade depois”, disse. Ela afirmou ainda que há cinco meses houve problema parecido, mas que não foi informada sobre o que levou aos atrasos.

A dona de casa Giovana Bueno da Silva também não conseguiu pegar o leite e o estoque que fez por meio de doações recentes dura no máximo 20 dias. Ela diz que não tem como comprar o produto. “A última vez que peguei as latas foi em 18 de dezembro. A moça falou que não tinha nenhum dos leites e estava sem previsão de chegada. Não deram justificativa”, afirmou.

Segundo a consultora de vendas Marília Gomes Nogueira, por duas semanas ela ligou no anexo da Secretaria de Saúde em busca de informações sobre a regularização do fornecimento, sem muito sucesso. O que a salvou foi o fato de que na última semana foi possível buscar parte das latas. “Na quarta-feira (16) peguei dez latas, alguns dias depois acabou, como uma amiga minha me contou. Ela não conseguiu pegar. Minha filha depende exclusivamente dessa alimentação”, explicou. Segundo ela, foi a segunda vez em 11 meses em que houve atrasos e desabastecimento.

Em nota, a Prefeitura de Uberlândia informou que o leite Neocate já está disponível no estoque e que está providenciando a entrega para as 35 crianças atendidas mensalmente. “A secretaria esclarece ainda que o desabastecimento foi temporário e ocorreu devido ao atraso na entrega por parte do fornecedor”, completou a nota.









 

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