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15/01/2020 às 17h19min - Atualizada em 15/01/2020 às 17h19min

Denunciado por desvio de dinheiro, ex-secretário de Araguari segue foragido

Marco Antônio Farias teve a prisão decretada em agosto do ano passado durante operação conjunta com o Gaeco de Uberlândia

CAROLINE ALEIXO
Continua foragido da Justiça o ex-secretário municipal de Gabinete da Prefeitura de Araguari Marco Antônio Farias. Ele teve a prisão preventiva decretada durante a segunda fase da operação Hoopoe, em agosto do ano passado, sendo investigado por desvios de recursos públicos do Município. 

O Diário procurou a Promotoria de Justiça Criminal da cidade que confirmou o paradeiro do acusado e informou que chegou a receber notícias da eventual localidade dele em algumas cidades, porém nada concreto. O Ministério Público Estadual (MPE) pede à população que qualquer informação sobre o réu seja repassada à polícia, via 190.

O ex-servidor foi exonerado no dia seguinte após a operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia em conjunto com a Promotoria Criminal de Araguari. Foi apurado que ele era um dos cabeças de um esquema de desvio da verba municipal de publicidade.

Marco foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, peculato (desvio), falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, uma vez que o montante desviado era aplicado nas empresas envolvidas no esquema sendo que uma delas pertencia a ele, de acordo com o MPE. A reportagem procurou o escritório de advocacia que representa o foragido e aguarda retorno.
 

Marco era secretário de Gabinete e foi denunciado pelo MPE por vários crimes | Foto: Prefeitura de Araguari/Divulgação

INVESTIGAÇÕES
O trabalho de investigação iniciou em outubro de 2017 para apurar as irregularidades nos gastos. A Promotoria descobriu que o então secretário era o responsável por definir o destino da verba e também era o “proprietário oculto” de um grupo de empresas de publicidade beneficiado no esquema. O dinheiro era repassado para esse grupo econômico, cujas empresas ficavam em nome de laranjas.

A prática dos crimes ficou comprovada a partir dos depoimentos colhidos, de conversas extraídas do WhatsApp do celular de Marco apreendido na primeira fase da operação, bem como a comprovação dos valores pagos às empresas conforme publicação dos gastos de publicidade no Portal da Transparência da Prefeitura.

Segundo o MPE, o equipamento usado para extrair dados do celular do investigado compilou mais de 50 mil páginas em arquivos que também apresentaram novos indícios de crimes e que resultaram em outras investigações, ainda em andamento.

O valor anual do contrato público era de R$ 3,5 milhões, cujos recursos foram aplicados com o intermédio de uma agência de publicidade também alvo da operação. Parte dos serviços contratados não chegou a ser prestada e as investigações mostraram que algumas das empresas funcionavam em mesmo endereço físico e sequer tinham funcionários, comprovando que se tratava de empresas fantasmas.

O acusado também foi alvo da primeira fase da operação Hoopoe, que ocorreu em abril de 2018, e chegou a ser afastado do cargo também suspeito de outros desvios nos cofres municipais.

Na ocasião, o MP identificou uma organização criminosa que negociava contratos entre empresas e, em contrapartida, os agentes públicos podiam indicar pessoas para trabalhar nas empresas com o intuito de receber vantagem indevida em benefício próprio e de terceiros.







 
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