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18/01/2020 às 08h18min - Atualizada em 18/01/2020 às 08h18min

Lei tomba pastel de feira como Patrimônio Imaterial de Uberlândia

Salgado é o primeiro alimento incluído na lista de bens municipais

SÍLVIO AZEVEDO
Wendell Weber Borges vende, em média, 300 pastéis por feira | Foto: Sílvio Azevedo
Não importa se é de carne, queijo, misto, bacon ou frango, o importante é que dificilmente encontramos alguém que recuse um pastel com suco ou refrigerante antes das compras em feiras. Atualmente são 35 feirantes que oferecem o produto nas 65 feiras espalhadas pela cidade. Considerado um dos produtos mais tradicionais das feiras livres, o pastel se tornou um patrimônio imaterial da cidade de Uberlândia. É o primeiro alimento a receber essa honraria municipal, que já foi dada à Festa do Congado, Folia de Reis, Praça do Rosário e ao Teatro Grande Otelo.

A Lei nº 13.314, que tombou o pastel de feira como bem cultural para fins de tombamento de natureza imaterial, foi promulgada no dia 7 de janeiro pelo presidente interino da Câmara, Antônio Carrijo (PSDB). O autor do projeto é o vereador afastado Hélio Ferraz, Baiano (PSDB). A lei serve como reconhecimento simbólico e não tem o intuito de incentivar a produção do alimento ou fomentar medidas que venham gerar gastos aos cofres públicos.

Na justificativa, Baiano afirma que o pastel é um produto bastante procurado nas feiras, incluindo por pessoas que vão unicamente para seu consumo. Ainda segundo o documento, “o pastel é um dos salgados mais consumidos pelos brasileiros e se for acompanhado de um geladinho caldo de cana, então, melhor ainda”.

Há 23 anos no mercado de pastéis de feira, Wendell Weber Borges é frequente em cinco feiras de Uberlândia e acredita que a fama do produto é pela agilidade do preparo e a forma de atendimento, que faz com que sua barraca venda uma média de 300 pastéis por feira.

“É como um fast food, um lanche rápido. Hoje a gente vive numa correria muito grande e ter que esperar para comer leva tempo a mais. O pastel você chega e está quentinho, pronto ou frito na hora. Hoje tem 30, 40 tipos de pastéis diferentes. Feira é sinônimo de rapidez. Não é igual pastelaria fixa que você chega, senta e espera. Aqui já está tudo pronto.”

Diferentemente de antigamente, hoje o Pastel do Wendell tem uma grande variedade de sabores, entre doces e salgados. “O cardápio hoje tem 43 tipos de pastel. Fomos acrescentando no cardápio a partir de sugestões dos clientes. Antigamente eram poucas as opções. Carne, queijo e misto. Depois foi aumentando de acordo com os pedidos dos clientes. Mas o carro chefe é o misto, que tem carne, queijo, tomate e cheiro-verde”, disse o feirante.

Algumas barracas ao lado, na mesma feira, está a banca de pastel do Eduardo Francisco, que herdou do pai, a vontade e o prazer de trabalhar com o salgado em feiras livres de Uberlândia. “É uma relação familiar. Veio do meu pai, agora está comigo. Trabalho há 20 anos na feira e vou tentar passar essa paixão para minha próxima geração.”

E estar na feira vai além do trabalho e ganhos financeiros para Eduardo Francisco. Ele se sente bem com o ambiente. “Como eu falo para os meus amigos, aqui é minha segunda casa. Um ambiente que acho prazeroso, não é um trabalho que te irrita. Tem seus contratempos, mas eu gosto de estar aqui na feira.”

Assim como o Wendell Borges, Eduardo Francisco faz cinco feiras por semana e a quantidade de venda média é de 300 pastéis em cada. E adivinha qual o sabor com mais saída? “O que mais vendo é o misto com queijo. É igual pão de queijo. ‘Me dá um misto com queijo e um mineirinho, por favor’.”






 

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