Gladstone prevê reduzir em 30% os gastos com procedimentos, mesmo com novo turno | Foto: Valter de Paula/Secom/PMU
A Prefeitura de Uberlândia fará a ampliação de cirurgias no Hospital Municipal e também atenderá demandas ambulatoriais de exames de raio-X nas Unidades de Atendimento Integrado (UAI). O objetivo, segundo a Secretaria de Saúde, é reduzir custos, principalmente, e resolver estrangulamentos na rede. Ainda de acordo com o Município, o repasse do ICMS vindo do Estado foi quase 70% abaixo do esperado para a primeira semana de janeiro.
O anúncio das mudanças aconteceu em reunião no gabinete do prefeito nesta terça-feira (7) e segundo o secretário de Saúde, Gladstone Rodrigues, para ampliação de procedimentos cirúrgicos haverá a abertura de um terceiro turno no hospital. Os equipamentos poderão ser utilizados mais vezes e, assim, reduzir em 30% os gastos com procedimentos. Ainda de acordo com Rodrigues, é possível a economia mesmo com os gastos extras com equipe.
“É possível ter um custo menor de equipamento e pessoal, pois há pessoal que fica 24 horas e para outros você desloca os horários, por exemplo, ou paga algumas horas extras. Após três anos de administração sabemos de nossas limitações orçamentárias existente e temos envidado esforços no intuito de aprimorar o sistema de saúde, procurando atender às demandas e maiores estrangulamentos”, disse o secretário.
Nesse momento, cirurgias como a colecistectomia, que é a retirada cirúrgica da vesícula biliar, e a herniorrafia, operação para cura da hérnia abdominal, serão os principais procedimentos. Já com relação aos exames de raio-X, o Município estima receber uma demanda extra de 8 mil procedimentos do tipo ambulatoriais nas oito UAIs da cidade.
Hoje, nas unidades são feitos apenas os procedimentos de urgência com as máquinas de raio-X. O Município não espera que a procura extra vá fazer criar filas nesse atendimento. Esses procedimentos levados às UAIs são os mais simples. Contudo, exames de imagem poderão, no futuro, serem feitos no Hospital Municipal, mas não existe ainda previsão para que isso aconteça, o que segundo Gladstone Rodrigues, depende da otimização do centro radiológico da unidade.
Parceria com Madrecor Voltada para cirurgias e para exames, a parceria com o hospital privado Madrecor, segundo balanço apresentado pela Prefeitura, já realizou mais de 860 procedimentos desde novembro. Desses, 600 foram exames pré-operatórios, 200 pré-anestésicos e 62 operações. A maior parte das cirurgias, 37 delas, foi de hérnia e as outras 25, de vesícula. Quando da assinatura do acordo entre Município e hospital, mais de 6,5 mil pessoas aguardavam na fila por uma cirurgia. O acordo assinado tem o prazo de dois anos.
DINHEIRO O prefeito Odelmo Leão (PP) disse que esperava receber um repasse do Governo de Minas Gerais referente ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na ordem de R$ 8,6 milhões na primeira semana de janeiro. Contudo, o valor repassado foi de R$ 2,7 milhões. “Tudo isso que estamos fazemos é média e alta complexidade, mas a função do Município constitucionalmente é de saúde primária. Se olharmos esse primeiro repasse de 2020 foi menor que o primeiro de 2019. E se vocês observarem o VAF, crescemos 12%. Logicamente os recursos (repassados) deveriam ser superiores”, disse o prefeito. Ele lembrou ainda que a dívida de repasses estaduais especificamente da Saúde para Uberlândia chega a R$ 145 milhões, com atrasos iniciados ainda em 2013, de acordo com levantamentos da Prefeitura.
Em áudio repassado aos prefeitos, o presidente da Associação Mineira de Municípios, Julvan Lacerda, disse que apurou a questão do repasse do ICMS junto à Secretaria de Estado de Fazenda e teve como explicação o recesso de fim de ano. Segundo ele, os valores que chegaram para as prefeituras são referentes a arrecadação da semana anterior, que teve apenas dois dias úteis. O restante será compensado no repasse seguinte, a ser feito na próxima semana.
DEVOLUÇÃO Ainda durante a coletiva foi entregue o cheque de R$ 5 milhões referente ao adiantamento da sobra do orçamento do que foi repassado pela administração municipal ao Legislativo em 2019. O montante é um residual do duodécimo, ou seja, o repasse de verba mensal obrigatória. Conforme legislação federal, municípios do porte de Uberlândia, com uma população entre os 500 mil e três milhões de habitantes, têm de transferir 4,5% da receita orçamentária para o Legislativo.
Segundo o presidente interino da Câmara de Vereadores, Antônio Carrijo (PSDB), até o fim de fevereiro, o Legislativo quer repassar outro montante de até R$ 7 milhões para o Executivo. Os valores vão para o caixa da Prefeitura e não têm destino obrigatório para uso na máquina pública.
Gladstone prevê reduzir em 30% os gastos com procedimentos, mesmo com novo turno | Foto: Valter de Paula/Secom/PMU 
