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30/10/2019 às 08h02min - Atualizada em 30/10/2019 às 09h11min

Evento irá eleger os melhores cafés do Cerrado

Além da premiação em dinheiro, finalistas participarão de leilão de sacas

SÍLVIO AZEVEDO
Mariana Caetano é gestora de fazenda participante da competição | Foto: Divulgação

A macrorregião do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas produz 12,7% da safra nacional de café. No âmbito estadual, a produção do grão no cerrado representa 25,4%, com média de seis milhões de sacas por ano. Produzido em 55 municípios dessas regiões, o Café da Região do Cerrado Mineiro é o único com Denominação de Origem (DO) reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Como um incentivo para os produtores, a Federação dos Cafeicultores do Cerrado promove hoje a entrega do Prêmio Região do Cerrado Mineiro, que elegerá os melhores cafés da safra 2019 nas categorias Natural (bebida mais encorpada) e Cereja Descascado (bebida mais suave), além de iniciativas sociais, ambientais e educacionais. O vencedor de cada modalidade receberá R$ 1.980 por saca de 60 quilos, o segundo R$ 1.540 e o terceiro recebe R$ 1.320 por saca.

A fazenda Guima Café, de Varjão de Minas, noroeste do Estado, é uma das participantes. Segundo a gestora da fazenda, Mariana Caetano, o café da espécie arábica tem grandes chances se sair vencedor pela primeira vez. “Estou na fazenda e acabei de provar ele aqui de novo, é um café muito equilibrado, uma acidez brilhante, bastante agradável e dinâmico: fica bem tanto em métodos filtrados, quanto no expresso”.

Para a gestora, participar da premiação é importante, pois mostra que o trabalho de colher uma boa safra do grão está sendo reconhecido. “A cada ano a premiação acaba sendo o reconhecimento do trabalho realizado. E estar presente dois anos seguidos indica consistência, que estamos no caminho certo na produção de cafés de qualidade”.

Após a premiação, os 15 cafés premiados vão a leilão, com o valor do lance mínimo para os lotes de R$ 1.980 para o primeiro lugar; R$ 1.540 para o segundo e R$ 1.320 para o terceiro lugar das duas categorias. Já o lance mínimo das demais colocações será de R$ 880 a saca de 60 quilos.

Segundo Mariana Caetano, na edição de 2018, a saca do café apresentado pela fazenda Guima Café foi leiloada a R$ 2.200. O campeão da categoria natural teve seu lote arrematado por R$ 19 mil a saca. De acordo com o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tabaral, o prêmio envolve toda a cadeia produtiva e além de eleger o melhor café do cerrado mineiro, promove a cafeicultura e os produtores da região.

“Chamamos de a celebração da safra da cafeicultura do cerrado mineiro. Estarão presentes os 15 melhores cafés dessa safra. Foram 200 amostras inscritas e um corpo de júri especializado, de várias partes do Brasil, se reuniu na sede da Federação, em Patrocínio, e avaliou cada uma e chegou às melhores. Os ganhadores serão revelados no evento”.

DESAFIOS DA SAFRA 2019
Os produtores de café sofrem com a bienalidade das safras. Enquanto um ano tem uma grande produção, no seguinte colhe-se menos. E em 2019 foi a safra com menor quantidade de colheita. Mas essa foi somente uma das dificuldades encontradas pelos cafeicultores da região.

De acordo com Juliano Tabaral, uma chuva de maio derrubou cerca de 30% da produção de cafés dos pés, fazendo com que esses grãos perdessem qualidade e houvesse uma queda de valor de aproximadamente 30%.

“Em maio o café estava quase no ponto de ser colhido e deu uma chuva grande e derrubou muito café. Isso preocupou muito os produtores, porque trabalhamos exclusivamente no mercado de café especial e nos preocupamos se teríamos esses lotes para competir a esse prêmio”.

Já a safra de 2020, com bienalidade favorável ao produtor, a expectativa é maior, o que também depende de fatores naturais. “Próxima safra já é de alta produção. No começo de outubro tivemos uma florada muito boa, porém esse mês está com muito calor e chuva abaixo da meta. Preocupa um pouco porque a gente pode perder um pouco dessa florada. Mas a expectativa é ter uma safra com alta produção”, disse Juliano.






 


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