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30/09/2019 às 14h36min - Atualizada em 30/09/2019 às 14h36min

Uberlândia se torna centro de inovações em paradesporto

Parceria traz melhorias em estrutura voltada para o esporte paraolímpico na Femec-UFU; evento contou com a presença do ministro Marcos Pontes

GIOVANNA TEDESCHI
Convênio foi assinado durante visita do ministro Marcos Pontes a Uberlândia | Foto: Giovanna Tedeschi
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, assinou na manhã desta segunda-feira (30), em Uberlândia, um acordo de cooperação técnica e científica para o esporte paralímpico. A partir de agora, a cidade se torna um centro nacional em inovações tecnológicas em paradesporto, tendo como sede a Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Uberlândia (Femec-UFU). Também assinaram o convênio o Centro de Inovações Tecnológicas em Esportes Paralímpicos (Cintesp.Br-UFU), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a prefeitura de Uberlândia.

“A cidade já participa de uma forma bastante importante com inovações. Nós temos nesse momento, o plano de inovações nacional sendo desenvolvido no ministério. Isso vai conectar esforços em todo o país e o ministério vai servir como um hub [aparelho que possibilita interconectar computadores]”, afirmou Pontes.

Considerando os recentes cortes de recursos feitos pelo governo nas universidades e na ciência e a proeminência do programa Future-se, o acordo representa um movimento contrário ao que vinha sendo feito pelo governo federal. Para o reitor da UFU, Valder Steffen, o convênio significa um novo ânimo para a universidade em um momento difícil.

“O apoio do ministro é muito importante. A UFU já é uma referência. Tudo isso está dentro de um contexto bastante amplo e é o resultado de um trabalho de diversos anos”, afirmou. Agora, a instituição contará com recursos específicos para o estabelecimento do centro de referência e para a criação de laboratórios. 

De acordo com o ministro Pontes, já havia orçamento previsto para o convênio. “O orçamento é curto, mas é possível de se fazer dentro das restrições. Nós temos também o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [FNDCT], que é gerenciado pela Financiadora de Estudos e Projetos [Finep]”, explicou.
 
O EVENTO 
A assinatura do acordo ocorreu durante a Mostra de Tecnologias Assistivas em Esporte e Saúde, evento promovido pelo Cintesp.br, na Arena Sabiazinho. Houve também homenagens a atletas que competiram nos jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, no fim de agosto. Estudantes da Femec-UFU também compareceram para demonstrar 35 protótipos.

Diretor do Cintesp.br, Cleudmar Araújo, explica que a organização é voltada para inovações tecnológicas para o esporte paralímpico e, indiretamente, para a vida diária. “São equipamentos para treinamento muscular, condicionamento físico. Esse trabalho vem sendo feito desde 2005. O resultado são alguns desses protótipos mostrados aqui. Esse fórum é mais um passo para que essas tecnologias possam chegar e ajudar as pessoas com deficiência”, disse. 

Ministro também falou sobre o pagamento dos bolsistas do 
CNPq | Foto: Giovanna Tedeschi

“Para o alto rendimento, a gente precisa da ciência. A ciência aplicada é a que traz a inovação e ali a gente consegue executar. Essa parceria, traz mais visibilidade e faz com que o olhar das pessoas comece a mudar. É assim que a gente consegue lá na frente uma medalha, um resultado expressivo para a cidade”, afirmou Amanda de Sousa, fisioterapeuta e medalhista de bronze em halterofilismo. 

Alexandre Barcelos e José Paulo Maia, alunos da Femec, apresentaram um protótipo que pode facilitar a detecção do câncer. A ideia é utilizar a tecnologia infravermelha, que identifica o calor próprio que os tumores produzem, ao invés de exames mais invasivos, como ultrassom, mamografia e tomografia. O projeto ainda precisa ser testado em seres humanos.

“As pessoas com deficiência têm uma dificuldade muito maior para fazer um teste de mamografia, por exemplo. Geralmente é uma máquina grande, talvez a pessoa precise de alguém para ajudá-la a fazer o teste”, explicou Barcelos. O protótipo exigiria menos mobilidade para detectar tumores.
 
CNPq
Pontes e Steffen também anunciaram nesta manhã que os bolsistas de pós-graduação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) devem receber os pagamentos referentes ao mês de setembro em outubro. Inicialmente, não se sabia se esse valor seria pago, já que o valor destinado ao Conselho no início do ano não seria suficiente para cobri-lo. 

 
“De uma forma emergencial, eu fiz uma transferência do setor de fomento do CNPq para as bolsas. Para o restante do ano, nós estamos esperando um trabalho conjunto do Ministério da Economia com o Congresso Nacional, de forma que isso seja colocado como Projeto de Lei e votado rapidamente para que tenhamos recursos para terminar o ano. Para o ano que vem, já está previsto no orçamento”, afirmou o ministro.

Solenidade ocorreu na Arena Sabiazinho na manhã desta segunda-feira (30) | Foto: Giovanna Tedeschi  

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