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12/09/2019 às 08h58min - Atualizada em 12/09/2019 às 15h12min

Uberlândia tem dia mais quente do ano

Cidade também registrou nesta quarta-feira o menor índice de umidade relativa do ar

SÍLVIO AZEVEDO
Com o calor intenso, Defesa Civil também registra mais focos de incêndio | Foto: Walace Torres

E o clima não vem dando trégua para Uberlândia. Ontem, em pleno inverno, a cidade teve o dia mais quente do ano, com 35,7° e a umidade relativa do ar mais baixa, 11%. Os dados foram registrados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A previsão para hoje é de mais calor, com previsão de temperatura podendo chegar à casa dos 40°.

Por causa dessa onda de calor, o Inmet emitiu um alerta laranja, de perigo, para municípios de toda a região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, com a baixa umidade e o risco de incêndios e problemas de saúde para a população, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz.

Segundo o professor de climatologia da Universidade Federal de Uberlândia, Paulo Cesar Mendes, entre setembro, que marca o fim do inverno e início da primavera, e outubro são registradas as temperaturas mais elevadas do ano. “Outubro e janeiro são os meses mais quentes do ano. Só que final de setembro e início de outubro é um período de grande desconforto térmico. Além da temperatura elevada, temos o ar com umidade relativa extremamente baixa e muita poeira, gerando um desconforto térmico muito grande”.

E a situação ainda fica mais agravante com a instalação de uma massa quente e seca sobre o interior do Brasil. A tendência é que as temperaturas fiquem extremamente quentes nos próximos dias. “Temos um fenômeno que a gente chama de onda de calor, que está atingindo o Triangulo e demora quase uns 10 dias, com temperaturas elevadas”, disse o professor.

Apesar do registro oficial do Inmet, alguns setores da cidade registraram temperaturas ainda mais altas, como o cruzamento das avenidas Rondon Pacheco e Anselmo Alves dos Santos, onde o termômetro estava marcando 37°.

Essa diferença se dá pela localização do ponto de aferição do Inmet, que é a estação meteorológica da UFU, localizada no campus Santa Mônica. “A temperatura não é homogênea. Varia com a densidade de moradia, impermeabilização do solo, topografia, verticalização, ausência de áreas verdes. Sabemos que a região da avenida Rondon Pacheco, vale do rio Uberabinha, é uma região mais quente durante o meio da tarde. É um fundo de vale, passa muito mais carro, asfalto, dificuldade de circulação do vento”, explicou Paulo César Mendes.

De acordo com o diretor da Defesa Civil em Uberlândia, Capitão Afonso, com o clima quente e seco há uma incidência maior de incêndios por toda a cidade. Ele pede o apoio da população para evitar os focos.

“Hoje [ontem] foram contabilizados vários focos de incêndio em todas as regiões da cidade. Nem sempre são criminosos, mas temos que evitar deixar materiais que possuem fogo próximo à vegetação seca. A população também não deve limpar terrenos com fogo, pois ele pode alastrar, e orientar as crianças que por brincadeira ou vandalismo acabam iniciando um incêndio, que é prejudicial à saúde e é crime”.
 
CUIDADOS COM A SAÚDE 
Para evitar os efeitos do clima, o médico pneumologista Thulio Marquez Cunha recomenda o consumo de líquidos, utilização de hidratante para pele, umidificar o ambiente e evitar exposição ao sol – inclusive com a prática de atividades físicas - em horários mais quentes.

“O grande problema é a desidratação. Tem que hidratar bastante, com essa medida, a pessoa compensa a baixa umidade nas vias aéreas, evitando a diminuição de defesa e infecções das vias aéreas. São dois grupos que sofrem mais, crianças e idosos, além das pessoas que sofrem com doenças como asma, enfisema”, disse o pneumologista.

Ele dá uma dica para ajudar no combate à baixa umidade dentro de casa. “A pessoa pode usar aqueles umidificadores. Caso não possua, uma toalha molhada já ajuda a manter o ambiente úmido”.
 
ESTIAGEM
Com a falta de chuva - o último registro feito pelo Laboratório de Climatologia da UFU foi dia 5 de agosto -, o nível de captação de água da estação Sucupira tem diminuído, caindo de 3m para 2,75m entre os dias 5 e 10 de setembro. Já na estação do Bom Jardim o nível se mantém com 3m.

O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) reforça a necessidade de economizar água, mas descarta o risco de racionamento.


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