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24/08/2019 às 09h53min - Atualizada em 24/08/2019 às 09h53min

Histórias de atletas paralímpicas inspiram livro sobre o paradesporto de Uberlândia

Obra partiu de projeto de mestrado da UFU; livro enaltece importância do esporte na vida das pessoas com deficiência

BRUNA MERLIN
Amanda Sousa, Daniele Martins, Gisele Ferreira, Joana Silva e Laila Suzigan foram entrevistas e deixaram suas histórias na obra | Foto: Divulgação
“Nunca devemos desistir dos nossos sonhos e a deficiência não pode ser uma desculpa para não lutarmos pelo que desejamos”. Essa é a frase de motivação que Cíntia Aparecida de Sousa sempre levará consigo em sua vida. A inspiração veio após ela escrever um livro sobre o paradesporto feminino de Uberlândia.

Tudo começou durante a realização do projeto final de mestrado profissional em Tecnologia, Educação e Comunicação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Cíntia, de 32 anos, é formada em Jornalismo e contou ao Diário que sempre se encantou com a modalidade paralímpica.

“Quando decidi fazer o curso eu queria me especializar no jornalismo esportivo. Diante disso, me interessei pelo o paradesportismo e descobri como isso transforma a vida das pessoas com deficiência. Eu senti a necessidade de fazer parte disso”, comentou a jornalista.

O livro foi desenvolvido durante os dois anos do mestrado. A primeira etapa foi dedicada a leituras relacionadas ao tema do projeto. Em seguida, Cíntia realizou as entrevistas, conheceu histórias inspiradoras e se empenhou na produção final da obra.

A mestre em Tecnologia, Educação e Comunicação ressaltou que o livro foi feito de forma independente. Todos os cursos foram pagos por ela. A apresentação do projeto ocorreu em fevereiro de 2018, mas a obra foi lançada somente neste ano no dia 2 de agosto. “Ao escrever este livro me transformei em uma pessoa melhor, pois, aprendi a ver a vida de uma nova maneira. Aprendi a dar valor no momento presente e viver cada dia como se fosse o último. Percebi que nunca devemos desistir mesmo que tudo pareça estar perdido. Sempre devemos lutar por um lugar ao sol”, ressaltou ela.

GUERREIRAS
Daniele Martins é uma das atletas que teve sua história contada no livro | Foto: Arquivo Pessoal


“Guerreiras: histórias de mulheres para-atletas nunca antes contadas”, esse é nome do livro produzido por Cíntia Aparecida de Sousa. A obra conta as histórias de cinco mulheres que possuem em comum o amor pelo paradesporto. Amanda Sousa, Daniele Martins, Gisele Ferreira, Joana Silva e Laila Suzigan descobriram o sentido da vida ao enfrentarem a deficiência com o auxílio do esporte.

Amanda Sousa pratica halterofilismo e a força dos braços a fez esquecer a restrição dos movimentos da perna. Daniele Martins, a para-atleta da bocha, tem uma carreira consolidada e hoje se dedica ao esporte universitário. Gisele Ferreira, a apaixonada pelo golbola, considera que o paradesporto a trouxe de volta a vida.  Joana Silva é para-atleta do atletismo e a primeira mulher uberlandense a participar de uma paralimpíada. Laila Suzigan, a promessa uberlandense, foi diagnosticada aos nove anos com paralisia cerebral e descobriu seu amor por natação.  

O Diário conversou com Daniele de 36 anos que diz estar muito orgulhosa de ver a sua história em um livro. “Acredito que o mais importante é saber que toda luta que eu enfrentei e ainda enfrento todos os dias nunca foi e nunca será em vão porque tenho muitas pessoas importantes ao meu redor que valorizam a minha história enquanto atleta, e como pessoa também, incluindo conhecidos, amigos e principalmente meus familiares”, disse Martins.

Daniele sofreu um acidente de carro quando tinha 12 anos e ficou tetraplégica. Desde que se machucou sempre buscou, com o suporte da família, alternativas e atividades que complementassem sua vida. “Em 2002 conheci a bocha, portanto, estou há 17 anos no meio esportivo. Além disso, sempre gostei muito de estudar. Sou formada em relações públicas e já busquei um novo curso para continuar no universo acadêmico”, explicou a atleta.

A atleta acredita que a publicação da obra foi um passo muito importante para a história do paradesporto no Brasil e também em relação a atuação das mulheres nesse cenário. Ela defende que o livro servirá de referência para o crescimento e popularidade do paradesporto que chegará a gerações futuras.

“Sou muito grata pelo convite da Cíntia. Com certeza fiquei comovida e motivada a continuar no esporte apesar de todas as dificuldades. Participando do livro eu tive a oportunidade de inspirar tantas pessoas e isso me orgulha muito”, finalizou ela.

ONDE ENCONTRAR
Livro foi lançado no último dia 2 de agosto | Foto: Arquivo Pessoal

Para os interessados em se encantar com as histórias do livro “Guerreiras: histórias de mulheres para-atletas nunca antes contadas”, a obra, que contém 120 páginas, está sendo vendida no site da Amazon.com. Tanto o formato e-book quanto o livro físico estão disponíveis em preços que variam de R$ 2,95 e R$ 8.

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