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09/08/2019 às 08h04min - Atualizada em 09/08/2019 às 08h04min

Maquinário para triturar vidros melhora a renda de recicladores em Uberlândia

Triturador de vidro proporcionou quase 80% de valorização na venda do material

SÍLVIO AZEVEDO
Equipamento ajuda na separação do material e a moer o vidro de forma mais segura | Foto: Sílvio Azevedo
Um equipamento adquirido por associações e cooperativas de recicladores de Uberlândia tem contribuído para otimizar o trabalho e melhorar a renda dos associados, que tiram praticamente todo o sustento a partir dos materiais recicláveis. Além de fazer a separação do vidro com outros produtos recolhidos, a trituradora ajuda a moer os recipientes de vidro de forma mais segura e eficaz.

Um dos beneficiários do novo processo é a Associação dos Recicladores e Catadores Autônomos (Arca). Antes da máquina, a associação vendia o quilo do vidro a R$ 0,07. Agora, após o processo de tritura, o material é vendido por R$ 0,12, quase 80% de valorização. Segundo o presidente da Arca, João Batista dos Passos, o maquinário ajudou na valorização do trabalho dos associados, que antes era todo manual e demandava mais tempo, e com maior risco de acidentes.

“A gente quebrava manualmente, usando um soquete. Com isso a gente enviava 17,1 toneladas, no primeiro mês. Com a máquina, nós aumentamos para 23 a 24 toneladas de vidro moído todo mês, além do ganho do preço, que tem perspectiva de aumentar ainda mais com a maior oferta”.

Parte do material é separada e revendida intacta a terceiros e outra quantidade considerável é triturada e revendida para uma empresa de Porto Ferreira (SP), que faz o reaproveitamento.

A arrecadação com a reciclagem é bem variada e depende de vários fatores, podendo chegar a R$ 15 mil mensais, segundo a associação, que são repartidos entre os associados. O material que chega até a Arca é recolhido tanto pelos próprios catadores quanto pelo serviço de Coleta Seletiva do Município. Além de ajudar a manter as famílias, o trabalho de reciclagem contribui para reduzir o volume de resíduos sólidos nos aterros sanitários, dando um destino correto aos materiais.

Para adquirir o triturador, a associação fez parceria com a empresa que compra o vidro. A empresa arcou com o custo de R$ 20 mil para a aquisição e dividiu o valor em parcelas de R$ 500 que são descontados de cada remessa de vidro enviada. Já a esteira foi adquirida com recursos das próprias associações e cooperativa do setor, no valor de R$ 19 mil.

“Outra parceria importante é do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), que traz os materiais, inclusive os vidros recolhidos pelo caminhão da Coleta Seletiva, e quando precisa buscar materiais a gente pede apoio e eles nos atendem”, disse João Batista.

Parte do material é separada e revendida intacta a terceiros | Foto: Sílvio Azevedo 

Para a associada Maria Celeste, 61, a aquisição do maquinário representou um ganho a mais na renda da família. “Para a gente é bom, pois não fica na rua causando acidentes e é melhor moer e vender, além de significar mais dinheiro para quem é associado”.

Para viabilizar o trabalho das associações, o Dmae fornece os prédios, água e energia, além de fazer a coleta e entrega dos materiais. “É um investimento que fica entre R$ 200 mil e R$ 300 mil por mês para manter o trabalho das cinco associações e uma cooperativa. Essas entidades têm um cunho social, de melhora da renda, e o Dmae ganha na questão ambiental”, disse o diretor de resíduos sólidos do Dmae, Adicionaldo dos Reis Cardoso.
 
COLETA SELETIVA 
A Coleta Seletiva é um serviço do Dmae de recolhimento de materiais recicláveis. Atualmente, os caminhões passam durante a semana em 29 bairros da cidade. Ao todo, são recolhidos 180 toneladas por mês de lixo que são destinadas às associações e cooperativas.

Podem ser recolhidos pela Coleta Seletiva materiais como papel, papelão, vidro, metal, plástico, embalagens tetra pak e óleo usado. O descarte comum de orgânicos e rejeito contempla papeis sujos, fraldas e lenços descartáveis e restos de alimentos.

Segundo Adicionaldo, uma ampliação do serviço deve acontecer até janeiro de 2020, mas ele ressalta que é preciso haver uma conscientização das pessoas na hora de separar o lixo para descarte. “A ampliação demanda custo financeiro. Uma questão maior é incluir a população no sistema, separando seu material em casa, dar a destinação correta. Hoje, muitas pessoas não têm o hábito de separar uma garrafa e coloca no lixo domiciliar”.

De acordo com o Dmae, das 180 toneladas de materiais recolhidos por mês, 45 toneladas são de vidro, 21,6 de papel, 52,7 de papelão, 20 de plástico, 8,45 de metal, 2,1 de embalagens tetra pack, 0,36 de isopor e mais 0,15 toneladas de outros materiais.
 
Bairros que recebem a Coleta Seletiva

Segunda-feira (Diurno)
  • Cazeca (Av. João Naves de Ávila até a Rua Tenente Virmondes)
  • Dona Zulmira (Av. José Fonseca e Silva até o Anel Viário)
  • Jardim Patrícia (Av. José Fonseca e Silva até o Anel Viário)
  • Luizote de Freitas (Av. José Fonseca e Silva até o Anel Viário)
  • Mansour (Av. José Fonseca e Silva até o Anel Viário)
  • Morada do Sol
  • Tibery
Terça-feira (Diurno)
  • Cidade Jardim
  • Daniel Fonseca
  • Lídice (rua Tenente Virmondes até a rua Augusto César)
  • Martins (Av. Fernando Vilela até a Av. Getúlio Vargas)
  • Osvaldo Rezende
  • Santa Mônica (Av. Anselmo Alves dos Santos até a Av. Segismundo Pereira)
  • Segismundo Pereira
  • Vigilato Pereira
Quarta-feira (Diurno)
  • Dona Zulmira (Av. José Fonseca e Silva até o Córrego do Óleo)

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