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31/07/2019 às 10h00min - Atualizada em 31/07/2019 às 10h00min

Implante contraceptivo subcutâneo é feito gratuitamente em Uberlândia

Método ajuda evitar a gravidez na adolescência e meta é realizar 1,5 mil implantes anualmente

VINÍCIUS LEMOS
Mais de 900 implantes contraceptivos foram feitos na rede desde 2017 | Foto:Valter de Paula/Secretaria de Governo e Comunicação
Um procedimento oferecido gratuitamente pela rede pública municipal de saúde tem contribuído para evitar a gravidez precoce em adolescentes e em mulheres em situação de risco. O implante de contraceptivo subcutâneo é oferecido desde 2017 e pode ser requerido em qualquer unidade de saúde do Município. Nesse período, mais de 900 implantes já foram realizados na rede em Uberlândia, que foi uma das primeiras cidades a oferecer o procedimento em Minas Gerais.
A meta da Secretaria Municipal de Saúde é realizar 1,5 mil implantes anualmente.

A coordenadora da rede de atenção à saúde, Bárbara Cunha Mello Lazarini Antonioli, disse que o método atendeu principalmente adolescentes que correm algum risco social, sejam elas mães recentes ou que ainda não tiveram filhos. Números do projeto mostram que a taxa de gravidez na adolescência caiu quase dois pontos percentuais após a implantação do procedimento. De pouco mais de 12% nos anos de 2015 e 2016, a taxa de gravidez na adolescência ficou em 10,6% no ano passado. “Era de 18% em 2000 e estabilizou entre 2015 e 2016. Voltou a cair entre 2017 e 2018”, afirmou a coordenadora.

Sete em cada 10 implantes feitos até agora foram em adolescentes, no entanto o projeto também atende a moradoras de rua, usuárias de drogas e mulheres adultas com muitos filhos, pacientes em tratamento por conta de saúde mental e com doenças graves, como cardíacas e com problemas renais, que trazem risco à vida da mãe em caso de gravidez. São atendidas também mulheres que moram na zona rural com grande dificuldade de acesso à cidade.

O método tem duração de três anos, pode ser solicitado em qualquer unidade de saúde e realizado até nas unidades básicas nos bairros, durando cerca de 10 minutos. O procedimento não exige pontos após a inserção. O contraceptivo cutâneo é introduzido no braço da paciente pouco acima do cotovelo por meio de uma seringa e com o uso de anestésicos. A retirada, três anos depois, é feita com um pequeno corte. O método é considerado 10 vezes mais seguro que a laqueadura para que uma gravidez seja evitada, e como é usado apenas o hormônio progesterona, segundo Bárbara Cunha, não traz riscos colaterais de desenvolvimento de trombose nem faz com que a mulher ganhe peso.

A rede municipal de saúde faz o acompanhamento pós-inserção, principalmente porque um dos efeitos colaterais que podem surgir é a alteração dos padrões de sangramento da mulher. O que é natural no caso e pode ser controlado.

A coordenadora da rede de atenção à saúde lembrou ainda que o método tem o intuito de evitar gravidez e não protege contra doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, paralelamente, as mulheres atendidas são orientadas e conscientizadas sobre a importância do uso de preservativo.
 
META 
A meta de aumentar os implantes subcutâneos para 1,5 mil anualmente ainda tem o entrave do custo, já que o projeto é municipal e não recebe ajuda dos governos estadual ou federal - cada procedimento custa ao Município cerca de R$ 350, mais materiais e mão de obra. Outros métodos contraceptivos recebem ajuda de custeio do Ministério da Saúde. No entanto, a eficácia e o fato de ser mais uma opção para mulheres fazem com que o implante seja oferecido pelo Município.

“Pode ser um custo, mas é quase 10 vezes mais barato que uma gravidez não programada, que chega a aproximadamente R$ 3 mil entre o pré-natal e o parto”, disse Bárbara Cunha.

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